Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Consultório de Psicologia

Espaço de transformação com a finalidade de orientar, ajudar, esclarecer dúvidas e inquietações. Encontre equilíbrio, use sua criatividade e deixe fluir sua energia. Mariagrazia Marini Luwisch

Consultório de Psicologia

Espaço de transformação com a finalidade de orientar, ajudar, esclarecer dúvidas e inquietações. Encontre equilíbrio, use sua criatividade e deixe fluir sua energia. Mariagrazia Marini Luwisch

Arranjar trabalho

 

Van Gogh

Boa noite, Dra.,
 
Tenho 29 anos e terminei a minha licenciatura há 5 anos. Entre uns curtos estágios e um estágio profissional de 9 meses, nunca consegui realmente trabalhar na área. Actualmente vou dando algumas horas de formação por mês, que me vai dando alguns trocos e que não passam disso mesmo... Antes de dar formação, consegui uma oportunidade de trabalho na área. Mas o que aconteceu foi que naquele início de "mês à experiência", os colegas que me avaliaram diziam que eu não tinha as características para continuar ali a trabalhar e que ao fim de um mês, a chefe de equipa me ia pôr a andar dali para fora.
 
Eu própria também senti que não estava a gostar daquele trabalho e estava-me a deixar pouco à-vontade, talvez também por estar a ser avaliada. Senti que a minha personalidade estava a colocar-me um obstáculo. O que me apontaram é que eu era pouco comunicativa, pouco expressiva e distraída... o que como consultora, eu não deveria ser.
Eu já tinha feito aquele tipo de trabalho no meu estágio profissional e acho que não fui uma má profissional e apesar de eu ser assim introvertida, acho que tinha na mesma competência como os outros meus colegas que faziam tudo para dar graxa ao cliente! Eu não sei fazer isso e não gosto de o fazer... e por isso mesmo, é que acho que eles não gostaram de mim. Acabei por me decidir vir embora ao fim de semana e meia e depois de uma conversa que a chefe teve comigo, em que me disse friamente e resumindo, que se eu era o que tinha mostrado até ali e tinha assim tão pouca experiência, então não tinha os requisitos necessários.
 
De certa forma arrependi-me de ter vindo embora e pessoas próximas de mim ficaram desiludidas comigo por me ter vindo embora, porque não é suposto desistir. Mas algo em mim na altura estava a berrar dentro da minha cabeça que o meu lugar não era ali, que eu não tinha se calhar, mesmo perfil para aquilo.
E pronto, neste momento estou a fazer uma coisa que não me dá dinheiro para ter a minha independência financeira dos meus pais e não tenho trabalho a tempo inteiro para me juntar com o meu namorado.
A verdade é que eu não consigo arranjar trabalho. Se para umas coisas tenho habilitações a mais, para outras parece tenho competências a menos.
Tenho andado com a minha auto-estima bastante baixa e um bocado depressiva.
Sinto que a minha licenciatura não me serve de nada, porque praticamente só há trabalho naquilo que já tentei.
Gostava de ser feliz e isso passa por fazer algo que goste, mas parece que não encontro. Já pensei em tirar outro curso, mas não sei se ainda tenho cabeça para isso e não sei se isso resolveria. Já pensei em abrir um negócio, mas ia-me estar a endividar nesta altura de crise. Estou completamente desorientada e sem saber o que fazer para arranjar uma vida.
 
Desde já agradeço a sua atenção e agradecia o anonimato caso publique no seu blog.
 
Os meus melhores cumprimentos

Depois do divórcio

 

 

 

Paula Rego

 

Dra. Mariagrazia

 

Estou divorciada já alguns anos mas o meu ex- marido tenta complicar-me a vida quer nas amizades, relações enfim ,não convivo com ele mas ele sabe a minha vida aliás ele ficou muito perturbado por ter conseguido continuar a minha vida sem ele, e até aos dias de hoje continua, isto já não vai com tribunais, porque ele faz de coitadinho e de pobrezinho e eu é que fico com as despesas, gostava de refazer a minha vida amorosa que de momento não estou a conseguir derivado a ele porque ele até já andou por aqui onde moro a espalhar que andava com este e com aquele quando na verdade e infelizmente as minhas possibilidades não dão para andar por aí e isto não de dar ouvidos a outras pessoas mas estraga qualquer relacionamento que esteja a começar e não sei como hei de fazer para que ele siga a vida dele sem se intrometer na minha vida pessoal.

 

Por isso resolvi escrever para me dar a sua opinião sobre como poderei resolver esta situação.

 

 

 

 

 

Excesso de desejo sexual

Paula Rego

Tenho 45 anos e há dois meses que ando com uma pessoa, com quem sinto a mais perfeita sintonia. Estamos muito apaixonados e damo-nos bem. Tive uma relação muito longa e outra mais breve, antes.
 
Acontece que o meu desejo sexual é muito intenso e perturba-me. Fazemos amor sempre que podemos, 3/4 vezes por semana, mas isso parece não me chegar, acordo de manhã sempre com a libido muito excitada e ele não quer que eu me masturbe, para desfrutar em pleno. Como quando era mais jovem não sentia tanto desejo sexual, acho estranho este apetite agora. Será que há alguma disfuncionalidade ou isto é normal? Devo procurar apoio? Ele não se queixa nada e gosta que eu seja assim, mas eu começo a ficar perturbada.
 
Com os melhores cumprimentos,
M.

 

Confusa

 

 

Paula Rego

Olá,

 

Ao passear pela net descobri que havia o consultório on-line. Não sei bem o que pretendo com esta mensagem, talvez uma esperança de que ainda haja alguma esperança para mim.

 

O meu nome é Lara e aos 13 anos fui violada. Hoje tento a todo o custo esquecer, ou pelo menos minimizar na minha cabeça o que aconteceu e simplesmente não consigo. Não sou capaz de contar isto a ninguém, a não ser na net em que não tenho que revelar quem eu sou. Tenho muita vergonha...

 

Para além disso um ano depois de tudo isso ter acontecido conheci um rapaz por quem me apaixonei. Estávamos os dois muito apaixonados, vivendo um amor muito intenso, quando eu engravidei. Não entramos em acordo quanto a um possível aborto e acabámos por nos separar. Eu quis abortar... não sei se fiz bem ou mal, mas naquele momento eu tinha que tomar uma decisão e sinceramente não me arrependo. Eu era muito nova e a minha família nem sabia que eu namorava. Não lhes contei porque ele é 11 anos mais velho que eu. Enfim, o facto é que ele já tinha perdido um filho no antigo relacionamento e não aceitou que isso acontecesse outra vez.

 

Isto tudo paira na minha cabeça como se tivesse acontecido hoje! Agora com 20 anos não consigo manter uma relação... por diversos motivos: procuro aquele homem que amei em todos os homens, sabendo que nunca vai ser o mesmo; não consigo ter relações sexuais, morro de medo que algum homem me toque, aliás só ainda tive prazer com o único homem que amei! Lutámos muito os dois para que eu conseguisse, pois com ele acontecia-me o mesmo, sempre que estávamos mais juntos eu fugia e em vez de o ver a ele, via o homem que me violou. Com o tempo ele conquistou a minha confiança e ensinou-me a amá-lo e a sentir prazer com a nossa relação. Agora que não o tenho apenas está ali o meu corpo enquanto aquilo acontece. Sujeito-me a sexo para tentar manter as relações que vou tentando ter. Já gostei de alguns rapazes (apesar de nunca ter amado nenhum deles como amo aquele que já referi), mas simplesmente afasto-os sem querer...

 

A minha cabeça está uma confusão...

 

 

Descontrole no casamento

 

Paula Rego

 

Tenho 31 anos e desde muito novo sempre fui optimista quanto ao futuro, conheci a minha esposa com 15 anos, namoramos 7 e casamos eu com 21 e ela com 22 aos 26 foi pai de um lindo menino e sempre lutei para tudo na vida mas isto não aconteceu como eu queria pelas minhas atitudes; quando namorava traí a minha mulher sem ter razões para isso ela desculpou-me mas não perdoou com o decorrer dos anos tinha o meu filho meses fiz a mesma asneira e ela descobriu porque eu não sei lhe mentir nesse momento o nosso casamento tornou-se um fardo para ela e eu por mais que tentasse não consegui estabilizar a nossa relação. a cerca de 3 anos abri uma empresa a qual tem crescido regularmente trazendo-me uma posição social melhor, parece quanto mais dinheiro se ganha menos família se tem porque desde que tenho a empresa tenho tido muitos jantares com clientes esses jantares prolongou-se até as altas horas da madrugada em locais muito poucos admirados pelas mulheres.

 
Eu mesmo que não queira não posso dizer que não pois eles são quem me dão o ganha pão todos os dias, isso veio trazer o terror da minha infelicidade o desmoronamento do meu casamento que á 6 meses se tornou um verdadeiro inferno, pois em 6 meses eu já sai de casa a pensar que conseguia deixar a minha mulher pois ela nunca me magoou de maneira algum e eu que fazia isto tudo pensei eu que ela não merecia um homem como eu e o melhor era deixa-la para ela poder ser feliz mas ao fim de 3 meses não conseguia estar longe dela e do meu filho pois nesse tempo eu nunca deixei de pensar neles, com divorcio marcado que chegou a ser executado fiquei ainda mais triste, no entanto depois de me humilhar e praticamente rastejar aos pés dela ela deixou-me voltar para casa e deu-me uma hipótese de voltar mas não valeu de nada por muito que eu faça para tentar ser feliz alguma coisa acontece, no dia 18 do corrente mes um dos clientes convidou-me para o jantar de natal da empresa dele mais uma vez não podia dizer que não esse mesmo jantar acabaria igual aos muitos outros, resultado final mais uma grande chatice dentro de portas qual ela não fala comigo e quando responde a alguma pergunta minha é com uma frieza que parece uma faca de gelo a entrar dentro de mim estou muito desgostoso de mim próprio por não ser aquilo que eu queria, choro todas as noites pelo que fiz durante toda a minha vida, adoro o meu filho e com apenas 5 anos ele diz varias vezes que “a mãe não quer saber mais de ti pai “ ainda mais desgostoso fico e ela refugiasse em casa dos pais dela e só aparesse ao final da tarde em casa demonstrando indiferença da minha presença em casa.
 
Tento me concentrar no trabalho mas não consigo não me sai da cabeça que vou passar o natal e quem sabe o final do ano sem a minha família pois ela sempre passou com os pais todas as épocas natalícias e finais de anos.
Sinto-me solitário e sem motivação para o que quer que seja com um nó muito grande na garganta e uma dor inexplicável no coração tenho pensado que se não existisse seria o melhor só que tenho um amor tão grande pelo meu filho que não tenho tido coragem para isso pois vem-me ao pensamento como seria depois afectado o meu filho pelo acto cometido, também não me alimento pois não tenho apetite nenhum e não me consigo controlar emocionalmente, tenho vergonha de mim mesmo e não sei o que fazer para conseguir seguir em frente pois ela já não me quer mais e eu estou a ficar descontrolado com esta situação.
 
Obrigada por existir algo em que pessoas como eu possam pelo menos escrever o que vai no coração e na mente.
 
 
 

Sair com amigos

Paula Rego

 

Cara Mariagrazia,

 

Eu tenho algumas dúvidas e incertezas em relação ao meu namoro: eu tenho namorado e amo-o de paixão, e de uma maneira geral sou muito liberal em relação a tudo... acho que cada um deve ter o seu espaço, os seus amigos, a sua vida, etc., independentemente de ter alguém ou não… porém, também acho que quando se tem namorado/a deve-se saber balancear bem o tempo entre um e outros... o problema é que acho que ele não sabe balancear bem o tempo... está comigo cerca de uma hora dia sim, dia não, e todas as noites (não há uma que falhe! seja fim-de-semana ou dia de semana) vai sair com amigos, ver filmes e jogar para casa de amigos, para o café, para aqui, para ali…. Não tenho nada contra que ele saia, até acho bem, tenho é problema em que seja todas as noites… eu peço para ele ficar algumas noites a falar comigo em casa, e ele raramente o faz… só esta semana, pedi 2 ou 3 vezes e ele não ficou nenhuma… não sei que fazer nem sentir, pois sei que ele me ama e essa não é a questão… mas sinto que está tudo à minha frente... já discutimos vezes sem conta acerca deste tema e ele não vê mal nenhum nisso, acha que é normal fazer o que faz, sair de casa cerca das 9 e meia da noite, ir divertir-se com os amigos, chegar a casa às 2h mesmo quando trabalha no dia seguinte, e pior, muitas vezes eu peço para ele vir mais cedo, tipo meia-noite ou 1h ou assim para falar comigo antes de eu ir dormir, e ele não vem… liga-me de casa dos amigos ou do café e nem consigo falar sossegada com ele pois há sempre muito barulho dos sítios onde ele está... que faço? Será que sou eu que estou errada aqui por pedir que ele me dê mais atenção algumas noites? Será que estou a sufocá-lo?

 

Luto

 

 

Paula Rego     

Sou viúva há já dez anos e uma pessoa muito tímida. De repente com 44 anos vi-me sozinha com duas filhas que adoro agora uma tem 27 e outra de 34, ambas já com família formada e duas filhas lindas. Fui mãe e pai o que foi muito complicado e para o qual eu não estava preparada. A minha sogra de 83 anos também vive comigo.

 

Eu mesmo ainda não ultrapassei a morte que apanhou o meu marido de repente (sinto uma saudade imensa), e só há pouco tempo acabei de dar roupas dele que tinha em casa. Meteram-me na cabeça que este facto não o deixa descansar e sobre este tema sou completamente leiga.

 

Os meus amigos (as) desapareceram todos, penso que as pessoas fogem das viúvas como se tivéssemos lepra, foi difícil constatar que muitos amigos eram na realidade interesseiros. Sinto uma solidão imensa e penso que já perdi a faculdade de fazer novas amizades. Actualmente estou num instituto superior (à noite) mas os colegas ou são muito mais novos ou também já tem as suas vidas formadas. Que posso fazer para sair da solidão em que me encontro. Vejo muitas publicações mas nada aborda o tema da viuvez.

 

Sei que neste mundo egoísta em que vivemos não devo ser a única. Embora trabalhando e estudando (para ocupar a cabeça) é triste saber que por vezes nem para tomar um café ou ir a um cinema se tem companhia, alguém com quem desabafar. Penso que este foi o maior objectivo deste e-mail, conseguir por para fora o que me vai na alma.

 

Um bom Natal

A.

 

 

Casada infeliz

Paula Rego

 

Doutora, peço desculpa, mas não resisti em procurar ajuda, já pensei várias vezes em procurar ajuda mas vai passando.
 
Estou casada com o meu actual marido há 21 anos (10 anos mais velho do que eu), e actual porque já fui casada desse casamento tenho um rapaz de 30 anos, deste casamento tenho um rapaz de 19.
 
Doutora, sempre fui uma mulher muito lutadora aos 27 anos comecei a estudar e hoje sou licenciada em Contabilidade e Auditoria.
 
Estudei depois de ter casado com o meu segundo marido, quando casamos tínhamos habilitações idênticas, ao longo dos anos para além dos estudos académicos também cultivei o gosto pela leitura.
Neste momento estou afastada do meu marido, sinto que esta pessoa já não me diz nada, enquanto eu sou uma pessoa sensível e com uma certa delicadeza, ele é o inverso.
 
Não suporto ter relações sexuais, mas também não suporto a ideia de me separar! Já me perguntei porquê a mim própria, mas não encontro resposta, talvez por causa da parte económica, pois neste momento estou a passar por dificuldades em relação à minha profissão, também existe o filho. Gosto do meu marido, pois é em parte a ele que devo um pouco do que sou hoje.
A verdade é que me sinto infeliz, precisava ter alguém ao meu lado que soubesse conversar e acompanhar-me nesta caminhada pela vida que é tão bela.
Sinto-me muito ansiosa, estou a ter problemas de saúde (aparelho digestivo), não sei se estes problemas estão relacionados com o facto de não estar bem emocionalmente?
 
Sinto-me perdida, sem saber o que fazer!...
 
Doutora sei que é difícil ajudar e avaliar alguém através de um simples mail, pessoalmente tinha muito para dizer.
 
Esta situação foi surgindo ao longo de todos estes anos, não foi de um momento para o outro. Para um casamento sobreviver é necessário que o casal viva na magia, o que aconteceu é que a magia quebrou-se. O meu marido vive a parte carnal com intensidade, para mim é necessário existir química entre o casal, se essa química não existir o resto não funciona.
Peço desculpa pelo português e pontuação pouco cuidado!
Obrigada, o facto de expor aqui os meus problemas já me faz sentir melhor.
 
Cumprimentos,
A.

 

Ano novo...Vida nova

 

 Paula Rego
 
“Ano novo, vida nova!", diz o velho ditado.
 
Os propósitos que fazemos para o Ano Novo podem ser prejudiciais, principalmente se não forem reais.
 
É mais saudável renunciar aos habituais propósitos de Ano Novo, do que persegui-los obstinadamente.
 
O melhor augúrio que podemos fazer no Ano Novo é deixar acontecer.
 
Viver e sentir. Aceitar o que vier. Viver “aqui e agora” com prazer e abertura.
Ao deixar de procurar ansiosamente o melhor, o melhor virá de encontro a si.
 
Ao sentir “culpas”, mas somente quando se manifestam, deixe-se invadir na interioridade e no seu espaço. Constate essa presença sem comentar, sem racionalizar, sem criticar, mas somente sentir.
 
Assim os fantasmas vêm e vão e podem se transformar em alegria de viver, em felicidade, e pontualmente podemos descobrir capacidades ocultas que não tínhamos consciência de possuir.
 
Ao aceitar-se, assim como é, a interioridade nos presenteia com criatividade, mudanças, transformações inesperadas e encontros mágicos!
 
Bom 2009!
Mariagrazia