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Consultório de Psicologia

Espaço de transformação com a finalidade de orientar, ajudar, esclarecer dúvidas e inquietações. Encontre equilíbrio, use sua criatividade e deixe fluir sua energia. Mariagrazia Marini Luwisch

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Espaço de transformação com a finalidade de orientar, ajudar, esclarecer dúvidas e inquietações. Encontre equilíbrio, use sua criatividade e deixe fluir sua energia. Mariagrazia Marini Luwisch

Obcecada por sexo

Salvador Dalí

 

Boa Noite, Dra. Mariagrazia

Escrevo-lhe porque começo a ficar desesperada e sem saber como lidar com as minhas dúvidas.
Tenho 25 anos e sempre fui uma pessoa com um apetite sexual que considero exagerado. Comecei a masturbar-me com cerca de 11 anos e desde então faço-o todos os dias, por vezes mais que uma vez.
No entanto, só com 21 anos tive o meu primeiro namoro, primeiro beijo e primeira relação sexual. Esse namoro durou pouco menos de 1 ano. Com o meu namorado tinha uma vida sexual muito activa.

Desde que a relação terminou, há 3 anos, nunca mais estive com ninguém. Sinto-me sempre atraída apenas por pessoas que sei, à partida, que vão rejeitar-me, e rejeito os que se mostram minimamente interessados. Ao mesmo tempo não consigo sequer pensar em envolver-me fisicamente com alguém por quem não sinto nada.

Sinto-me extremamente sozinha e a falta de sexo causa-me um sofrimento terrível. Vejo alguma pornografia, passo o tempo a pensar em sexo, sonho que tenho relações sexuais, e com as pessoas amigas acabo sempre a falar disso.

Já não aguento mais e acho que não sou normal. O que devo fazer?
Obrigada. M.

 

Fetiche por pés

 

Joan Miró

 

Dra, não estou sabendo o que fazer nem como lidar com a seguinte situação (eu escrevi este desabafo para mim mesma hoje:
Vou começar este dia contando o fato mais triste da minha vida, até o momento:
No domingo, dia 08/11/2009, por volta de 21:30 hrs da noite, em casa, depois que as crianças (C. 5 anos e A.7 meses) dormiam, eu tentei acessar meu email à partir do notebook da Vivo.
Devido à política de segurança da Vivo aplicada ao note, não consegui instalar o aplicativo da Claro para conexão à internet.
Liguei o note do meu marido para tentar utilizá-lo, quando o Windows XP pediu uma senha.
Solicitei que ele logasse para que eu pudesse acessar meus emails e o Orkut. Para minha surpresa total, ele ficou com o semblante super constrangido e se negou a fazer o login, alegando que não gostava que eu usasse o computador dele por que eu sempre pegava vírus através da internet.
Claro que isso não fazia o menor sentido, pois sempre usei meu note e o computador lá de casa e nunca peguei nenhum vírus. Ele é que sempre que usa o computador de casa, pega um vírus que leva, às vezes, uma semana, para ser retirado.
Argumentei tudo isso e não obtive sucesso. Ele continuou resistente a fazer o login e foi para sala assistir Televisão.
Ele me sugeriu a conexão via celular e eu desisti do que ia fazer, diante da minha indignação em não poder usar o note dele.
Comecei a suspeitar que o mesmo continha algo que eu não podia ver. Então, resolvi sentar na frente do note e insistir até que ele logasse para mim.
Ficamos, mais ou menos, 20 minutos neste deixa e não deixa, até que liguei para o Help Desk e questionei sobre como eu poderia fazer para obter o login, alegando que o note era meu e que havia esquecida a senha. O atendente me disse que a senha só poderia ser recadastrada (já que não tinha como recuperá-la, pois isso não havia sido parametrizado pelo Cláudio quando criou seu usuário de acesso) se o Windows fosse reinstalado.
Ao ouvir que o note iria ser levado para laboratório na segunda-feira e o sistema operacional reinstalado, o Cláudio achou por bem logar, pois caso contrário, iria perder uma série de configurações e aplicativos instalados no note.
Logou, alegou invasão de privacidade, disse que isso iria me custar caro e subiu para o quarto.
Claro que diante de tantas suspeitas que já pairavam minha cabeça, iniciei uma investigação em todos os arquivos do note.
Foi quando me deparei com duas pastas cheias de vídeos e fotos de sexo entre homens e travestis, mulheres com mulheres e homens com mulheres.
Fiquei estarrecida ao constatar que o número de vídeos de sexo envolvendo travestis era bem maior que os demais.
Estatística aproximada:
homem x travesti = 106 arquivos
mulher x mulher = 3 arquivos
homem x homem = 1 arquivo
homem x mulher = 8 arquivos
somente travesti = 136 arquivos
Chocada, copiei os vídeos e, sem dizer uma palavra, subi para o quarto, tomei banho e fui dormir. Ele fingia já estar dormindo quando entrei no quarto.
Naquele noite, não dormi direito... é claro.
No dia seguinte, ainda sem saber direito como lidar com aquela situação, procurei agir quase que normal e fui trabalhar, após executar todas as actividades em relação ao café, lanche do meu filho, mamadeira para a minha filha etc.
Passei o dia todo pensando no que tinha visto e ligando fatos que, até então, formam um quebra-cabeças que, segundo ele, não existe:
Peça 1: Um tempo antes de eu engravidar da minha filha, nosso relacionamento sexual já estava frio e inconstante.
Peça 2: Depois que ela nasceu (05/04/2009), só fizemos sexo duas ou três vezes.
Peça 3: Na última vez que fizemos sexo, ele propôs uma posição vista inúmeras vezes nos vídeos encontrados no note.
Peça 4: Há anos, há uma ligação muito forte dele com o S. (seu chefe) que também é frio e desinteressado na sua esposa.
Peça 5: De um tempo para cá, ele não me elogia nem repara em nada que faço esteticamente.
Quebra-cabeça: Meu marido ficou frio comigo ao assumir-se quanto ao gostar de homens também ou por descobrir que tem um fetiche de transar com travestis.
 
Jesus! Que triste constatação!
Jamais pensei, depois de 14 anos juntos, saber de algo deste tipo.
 
Só voltamos a conversar sobre o assunto ontem, quinta-feira, 12/11/2009, quando íamos para o trabalho juntos.
Ele me disse que todos aqueles vídeos tinham algo em comum: pés.
Confidencializou que, desde quando era solteiro, tinha fetiche com pés bonitos e que (para meu estarrecimento completo!!!) admirava pés de travestis também.
 
Meu Deus! O Senhor que tudo vê e tudo sabe, acompanhou exactamente o que ocorreu comigo naquele momento. Perdi o chão. Fiquei sem reacção. Percebi que jamais tinha me preparado para um momento como aquele.
Então...me calei e deixei que ele descrevesse seu problema que, segundo ele, já é uma doença.
Disse que passa horas do dia pensando em pés e que tem fantasias com eles.
Quando já estávamos na porta do meu trabalho, expus minha percepção: não acreditei que tudo tinha relação com pés, pois ao assistir aos vídeos, só vi sexo anal em comum neles. Em muitos ou quase todos, os pés nem apareciam.
Disse a ele que o fetiche por pés femininos é algo super comum e que não via problemas nisso, mas, via MUITO problema em um homem ter tara por pés de travesti.
Não delonguei muito a conversa e fui para o trabalho, depois de ele me pedir ajuda, sem ainda saber como seria essa ajuda.
 
À noite, em casa, voltamos a falar um pouco sobre o assunto e eu me coloquei inteiramente a disposição para ajudá-lo no que for preciso. Dei a ele a tranquilidade de me contar o problema que realmente ele tem, mesmo que isso me doa muito e que nos afaste como marido e mulher.
Eu disse que a função de pais jamais se perderia e que, quando nos casamos, o assumi com suas qualidades e defeitos e que levaria isso até o fim, conforme prometi no altar. Somos muito bons como pais e isso não seria afectado.
Contei da minha desconfiança de que na verdade ele sente vontade ou já experimentou relação sexual com homens ou travestis e ele discordou completamente, dizendo que já me contou toda a verdade.
 
Infelizmente, não consigo acreditar.
Segundo ele, esfriou comigo e não me procura mais porque não dei continuidade ao processo que iniciamos após as dicas do Dr. G. Expliquei a ele que, muitos casais vivem anos com sexo básico e que o fato de não termos sexo oral ou posições mirabolantes na ora da relação, não era suficiente para que ele não usasse do seu instinto masculino e me procura nem que fosse de vez em quando.
Ele me disse que casou achando que este problema do fetiche com pés seria resolvido, mas não conseguiu e parece que o problema só aumentou.
Me pediu um tempo e que voltássemos a conversar sobre isso só na próxima semana.
Quando percebi que aquela conversa não ia levar a lugar nenhum, aceitei e fomos nos deitar. Assistimos televisão e fomos dormir. Nesta noite, como há meses não acontecia, ele dormiu se encostando em mim a noite toda, parecendo buscar segurança e carinho.
 
Essa foi mais uma noite em que dormi muito pouco e acordei fingindo normalidade.
Estava estampado em nossos rostos, quando saímos para o trabalho, que ambos sofriam com a situação: Ele, constrangido e eu com a sensação de estar casada com um bissexual.
No trânsito até o trabalho, chorei muito ao ouvir e cantar a música 'Entra na minha casa...entra na minha vida...mexe com minha estrutura...sara todas as feridas...me ensina a ter santidade...quero amar somente a Ti...porque o Senhor é o meu bem maior...faça um milagre em mim...'.
 
Meu Deus! Se contasse isso a minha mãe, ela jamais acreditaria.
Tenho certeza de que todos, com a visão de que o Cláudio é tão moralista e sério, nunca imaginariam que estávamos passando por este problema.
Estou triste. Muito triste. Às vezes até penso que uma traição não doeria tanto.
Pela manhã, enquanto eu me arrumava para o trabalho e o Cláudio ainda dormia, fiquei olhando para ele e pensando: 'Será mesmo, meu Deus? ‘
Chorei ao ver meus filhos dormindo.

 

Relação sem significado

Salvador Dalí

 

 

Cara Dra:
 
Escrevo-lhe porque preciso de uma opinião.
Dir-me-á, quando lhe expuser a situação, que não sou a única pessoa do mundo a passar por isto, mas é assim que me sinto.
Para além de tudo, foi-me pedido que mantivesse algum segredo e não tenho com quem desabafar.
 
Tenho uma relação com o pai do meu filho há já dezassete anos.
 
Para além de episódios fugazes na adolescência, antes de nos conhecermos, o meu companheiro era-me completamente dedicado a nível sexual. Ao contrário dele, tenho um espírito mais libertino que me levou no passado a cometer um deslize e a traí-lo, apenas pela novidade e pela busca de compensação do ego. Como ele sempre foi muito ciumento, abriu uma mailbox minha e verificou, meses após o fim dessa relação sem significado, que havia sido traído.
 
Continuámos juntos porque nos amamos e eu sei que sou a mulher da vida dele.
 
Tudo parecia correr normalmente, tínhamos planos e objectivos na nossa vida em comum e individualmente.
Soube então em Agosto passado, por ele, que havia tido uma relação sem significado, segundo ele, com uma mulher com quem "simpatizara". Segundo ele, iniciara essa relação porque sempre tivera vontade de se vingar de mim por eu ter sido infiel.
 
Ao fim de três meses de encontros a senhora comunica-lhe que está grávida e que pretende ter a criança
Há dois dias da criança nascer, decidiu que eu tinha de saber, que era a única coisa a fazer, mesmo que eu acabasse tudo. Cedeu à chantagem e deu o nome à criança, apesar de não ter a certeza de ser o pai.
 
Não terminei a nossa relação, principalmente porque o amo.
 
A questão é que dou comigo a tentar convencer-me do lado prático da situação, para depois reagir apenas emocionalmente e manter-me num estado de irritação e nervosismo constantes. Não consigo confiar nele, apesar de tentar.
Temos namorado e passado mais tempo um com o outro. Sexualmente, a relação está fantástica.
Ainda assim, deixei de me rir, durmo mal e emagreci dez quilos. Choro por tudo e por nada e irritam-me as criancinhas, os apaixonados, as mentiras...
Pensei que após três meses, já estaria a lidar melhor com isto, mas não consigo.
 
O que estou a fazer mal?
O que devo fazer, afinal?
Será que erro em manter esta relação?
 

 

Divórcio

 

Salvador Dalí

 

Boa tarde Drª Maria
 
Chamo-me JF, em Janeiro de 2009 a minha mulher pediu-me o divórcio, depois de um período de não aceitação, porque naturalmente gosto ainda muito dela, aceitei em Maio e em Agosto de 2009 sai de casa, deixei tudo, tenho dois filhos menores que ficaram com a Mãe, estou a contribuir com 50% do meu ordenado e vivo numa casa alugada com poucas condições, estou a ver os meus filhos duas vezes por semana e um fim de semana de 15 em quinze dias.
 
Porém agora diz-me que está bem e que o divórcio vai ter que ser via judicial.
 
A minha pergunta é , se sai de casa, se cedi, se estou a contribuir com uma valor mensal qual as razões que poderá ter para ir por via litigiosa.
 
Cumprimentos
 
JF

 

Assédio moral