Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Consultório de Psicologia

Espaço de transformação com a finalidade de orientar, ajudar, esclarecer dúvidas e inquietações. Encontre equilíbrio, use sua criatividade e deixe fluir sua energia. Mariagrazia Marini Luwisch

Consultório de Psicologia

Espaço de transformação com a finalidade de orientar, ajudar, esclarecer dúvidas e inquietações. Encontre equilíbrio, use sua criatividade e deixe fluir sua energia. Mariagrazia Marini Luwisch

Choques na relação

 

Ultimamente, eu e o meu namorado com quem tenho uma relação há um ano e meio temos tido alguns problemas, choques.
 
Recentemente ele disse-me que que acha que para mim a nossa relação se baseia no sexo. E que ele acha que não me satisfaz.


Eu nem sequer sei o que é uma relação apenas baseada no sexo... No meu entendimento acho que a nossa relação não está nesse critério. É com ele com quem eu mais quero estar, tenho 19 anos mas consigo imaginar um futuro como ele, quero partilhar tudo com ele gosto de passear com ele, e apenas um abraço dele quando o meu mundo está de cabeça para baixo me conforta. 
 
É também o meu melhor amigo, quando estou com ele estou simplesmente bem e feliz... Gosto do sexo com ele mas não é tudo, e embora muitas das vezes acabemos por ter relações sexuais quando vou ter com ele não vou para termos sexo, a vontade acaba por vir...

Em relação a ele achar que não me satisfaz, penso que anda a minar a nossa relação e também a baixar a auto estima dele em muito. Para além de que sei que ele se esforça demasiado no sexo, quando não é necessário.
 
Como é que eu lhe explico que me satisfaz e como é que eu lhe mostro que, para mim, a nossa relação é muito mais que apenas sexo?

 

Filho hiperativo

 


 

 

É um prazer compartilhar com você essa minha inquietação. Tenho dois filhos: uma adolescente 17 e outro menino de 7anos, eles sempre viveram em conflitos. Há alguns meses descobri através de uma avaliação psiquiátrica que ele tem hiperatividade, inquietação, manifestada por agitação de mãos ou pés e não conseguir permanecer parado na cadeira. Ele é uma criança que quase sempre sai de seu lugar em momentos não apropriados, corre em demasia, têm dificuldade de permanecer em silêncio, estando frequentemente "a mil".

 

Outra coisa é a impulsividade, que aparece em respostas precipitadas mesmo antes de as perguntas terem sido completadas. Têm dificuldade de aguardar sua vez, interrompendo ou intrometendo-se em assuntos alheios. Tudo isso causa maiores prejuízos ao desenvolvimento interpessoal e na escola faz o uso de medicação.

 

O que pode ser feito em relação a lidar com ele no dia-dia. bjs!!!!!

 

 

Amor e luxúria

 
 

Medo de perder a filha

 

 

 

 

Olá Dr.ª,

 

Gostei muito de ter encontrado o seu site. Gostaria de lhe pedir ajuda para um medo que me avassala várias vezes ao dia. Estou desesperada e não consigo reverter o que sinto.

A minha vida sofreu algumas mudanças neste último ano, o que me causou algumas angústias e me levou, por conselho médico, a tomar um ansiolítico, pois cheguei a ter ataques de pânico. Entretanto engravidei e deixei de tomar o ansiolítico que tomava para dormir. Com o início da gravidez, passei a sentir-me melhor.

 

Neste momento estou grávida de 32 semanas e até me sentia relativamente bem, até há umas semanas atrás, mas comecei a dormir mal e a ter insónias e, a semana passada, sem qualquer explicação aparente, durante o dia, veio- me a ideia q a minha filha de 5 anos ia morrer de acidente, fiquei de tal forma transtornada que fiquei com uma angústia terrível, só me apetecia chorar e rezar. Mudei o itinerário que fazia para a levar a escola, mas continuo a ter esta sensação de perda. Falei com o meu obstetra que me receitou um ansiolítico de 5 mg para dormir e, também para tentar-me sentir melhor, foi a igreja e até foi a Fátima colocar uma vela.

 

Confesso que durante o dia até me sinto melhor, mas, ao final do dia, volta-me este pensamento de que vou perder a minha filha, fico tão angustiada que até me faz doer o peito, fico sem apetite, tento rezar, falo com a minha irmã mas nada me faz abstrair deste pesadelo. Tenho medo que seja um presságio de algo. Estou a sofrer muito e não sei o que fazer. A minha filha e a minha razão de viver. O pior e que fico tão mal que até me esqueço que trago outra criança dentro de mim. Já pensei em fazer uma terapia qualquer, mas não sei exactamente o que. Por favor, ajude-me, estou desesperada.

Obrigada.

 

 

 

Feliz dia da mulher!

 

 

 

Mulher da vida, minha irmã
Cora Coralina

 

Mulher da Vida, minha Irmã.
De todos os tempos.
De todos os povos.
De todas as latitudes.
Ela vem do fundo imemorial das idades e
carrega a carga pesada dos mais
torpes sinônimos,
apelidos e apodos:
Mulher da zona,
Mulher da rua,
Mulher perdida,
Mulher à-toa.
Mulher da Vida, minha irmã.
Pisadas, espezinhadas, ameaçadas.
Desprotegidas e exploradas.
Ignoradas da Lei, da Justiça e do Direito.
Necessárias fisiologicamente.
Indestrutíveis.
Sobreviventes.
Possuídas e infamadas sempre por
aqueles que um dia as lançaram na vida.
Marcadas. Contaminadas,
Escorchadas. Discriminadas.
Nenhum direito lhes assiste.
Nenhum estatuto ou norma as protege.
Sobrevivem como erva cativa dos caminhos,
pisadas, maltratadas e renascidas.
Flor sombria, sementeira espinhal
gerada nos viveiros da miséria, da
pobreza e do abandono,
enraizada em todos os quadrantes da Terra.
Um dia, numa cidade longínqua, essa
mulher corria perseguida pelos homens que
a tinham maculado. Aflita, ouvindo o
tropel dos perseguidores e o sibilo das pedras,
ela encontrou-se com a Justiça.
A Justiça estendeu sua destra poderosa e
lançou o repto milenar:
“Aquele que estiver sem pecado
atire a primeira pedra”.
As pedras caíram
e os cobradores deram s costas.
O Justo falou então a palavra de eqüidade:
“Ninguém te condenou, mulher...
nem eu te condeno”.
A Justiça pesou a falta pelo peso
do sacrifício e este excedeu àquela.
Vilipendiada, esmagada.
Possuída e enxovalhada,
ela é a muralha que há milênios detém
as urgências brutais do homem para que
na sociedade possam coexistir a inocência,
a castidade e a virtude.
Na fragilidade de sua carne maculada
esbarra a exigência impiedosa do macho.
Sem cobertura de leis
e sem proteção legal,
ela atravessa a vida ultrajada
e imprescindível, pisoteada, explorada,
nem a sociedade a dispensa
nem lhe reconhece direitos
nem lhe dá proteção.
E quem já alcançou o ideal dessa mulher,
que um homem a tome pela mão,
a levante, e diga: minha companheira.
Mulher da Vida, minha irmã.
No fim dos tempos.
No dia da Grande Justiça
do Grande Juiz.
Serás remida e lavada
de toda condenação.
E o juiz da Grande Justiça
a vestirá de branco em
novo batismo de purificação.
Limpará as máculas de sua vida
humilhada e sacrificada
para que a Família Humana
possa subsistir sempre,
estrutura sólida e indestrurível
da sociedade,
de todos os povos,
de todos os tempos.
Mulher da Vida, minha irmã.
Declarou-lhe Jesus:
“Em verdade vos digo
que publicanos e meretrizes
vos precedem no Reino de Deus”.
Evangelho de São Mateus 21, ver.31.

 

Poesia dedicada, por Coralina, ao Ano Internacional da Mulher em 1975.

 

Decepções amorosas

 

Neste último ano tive várias decepções amorosas. Dei-me conta que muitas vezes recaía no mesmo modelo de homem, ou no mesmo tipo de relação que tinha tido.

Percebi também que talvez tivesse pressa de encontrar alguém e que estivesse a forçar as coisas.

 

Entretanto, tive uma excelente proposta profissional em Madrid e parti de Lisboa em Setembro. Sabia que ia passar por um período de adaptação, ainda mais tendo vindo totalmente sozinha e ainda a recuperar da última decepção amorosa que tinha tido. Alguns meses depois, em Dezembro comecei a sentir-me mais descontraída e a adaptar-me melhor. Conheci um rapaz da minha idade (33) de quem gostei muito. Passávamos muito tempo juntos, até porque ele estava num período sem trabalhar. Falámos num possível relacionamento, mas, ele pediu-me para irmos com calma, porque estava assustado com a intensidade dos nossos sentimentos. Eu sentia que tinha encontrado uma pessoa que realmente era apropriada para mim, longe daquele modelo de homem que eu costumava procurar. Criei expectativas, mas, no entanto aceitei que fossemos devagar, como ele propunha.

 

Nas férias do Natal cada um foi para seu lado: eu visitei a minha família em Lisboa e ele viajou para o Egipto com um amigo. Quando voltámos continuamos a ver-nos, mas senti que ele estava distante, até que conversou comigo e disse-me estar a viver um período de instabilidade emocional, que não sabia bem o que queria da sua vida nem da nossa relação. Ele tinha voltado a trabalhar, depois de um longo período de descanso e precisava de organizar a sua vida, e de terminar a sua tese de doutoramento... etc...

Eu resolvi dar-lhe esse espaço e tentei ser compreensiva. Ele disse que me queria continuar a ver, mas com todo esse espaço que agora me parece demasiado, depois de um mês. Temos tido algum contacto. Uma vez por semana falamos ao telefone e contamos um ao outro o que fazemos. Ele está sempre muito ocupado, mas também sai muito com os seus amigos. Na semana passada ligou-me a contar que a sua avó está doente e que tinha de passar algumas noites na casa dela. E com tudo o que ia fazer não ia ter tempo. Disse-me que poderíamos falar esta semana, mas não me ligou.

 

Estou muito confusa e, até, toda esta situação me destabilizou. Por veze sinto-me terrivelmente sozinha nesta cidade e sinto muita falta da presença dele. Conheço muito poucas pessoas aqui... Depois de termos tido essa conversa, senti-me muito triste e caí um pouco em depressão. Perdi algum peso. 

Agora sinto-me melhor, mas sinto que estou num situação de fragilidade. E toda esta situação me gera muita ansiedade...

Preciso de compreender melhor os meus sentimentos e os dele, mas tenho medo de ser insistente e de afastá-lo. A verdade é que não tentei muitas vezes entrar em contacto. Será que é possível fazer isto resultar? Será que devo insistir?

 

Espero que me possa dar alguma orientação. Não sei a quem poderei recorrer...

 

Obrigada, S.