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Consultório de Psicologia

Espaço de transformação com a finalidade de orientar, ajudar, esclarecer dúvidas e inquietações. Encontre equilíbrio, use sua criatividade e deixe fluir sua energia. Mariagrazia Marini Luwisch

Consultório de Psicologia

Espaço de transformação com a finalidade de orientar, ajudar, esclarecer dúvidas e inquietações. Encontre equilíbrio, use sua criatividade e deixe fluir sua energia. Mariagrazia Marini Luwisch

Autoflagelação

 

 

Gostaria que alguém me respondesse, anteontem um colega de escola meu, que é assumidamente evangélico, conversou comigo.

Falei para ele sobre a prática do autoflagelo, e ele disse-me que isto é algo do mal! De fato ele está certo, mas o meu problema, envolve uma coisa grotesca e nojenta, chamada sexo "Sexo"! Deus! Maldita foi a hora em que eu, saí do Underground! Deveria ter permanecido no "Útero". Ma enfim, agora eu estou com vontade. Não posso mais praticar o autoflagelo, pois sinto que isto pela primeira vez está fazendo-me mal, de verdade.

 

Semana passada, durante o meu costumeiro ritual de dor, eu exagerei um pouco na dose, tanto é, que durante a noite eu senti que minha respiração estava difícil, pois eu costumava golpear o meu próprio tórax, acho que se eu tivesse continuado, teria quebrado ou afundado uma de minhas costelas.

 

Não cheguei de fato, a praticar tal ato repulsivo, graças a Deus! Mas depois que eu, dei meu primeiro beijo, foi como se aquilo tivesse despertado em mim, o velho instinto do "Adão Caído", neste mesmo dia, a ideia do suicídio me veio à mente. Tive que ser forte para não fazer coisa pior comigo próprio, por isso mesmo, gostaria de sair de minha própria cidade, mas infelizmente não tenho para a onde ir, então só me resta continuar lutando contra essa praga dos infernos! Maldita seja essa natureza de Adão! Por favor, ajude-me!

 

Um abraço.

 

 

Caro leitor,

 

A Autoflagelação é o ato de causar flagelo (dor) a si mesmo, de se castigar fisicamente. Essa atitude geralmente é motivada pelo sentimento de culpa ou insatisfação, que leve a acreditar na necessidade de punição, por consequência de remorso ou então como uma forma de aliviar alguma dor, geralmente causada por depressão, stress ou síndrome do humor bipolar.

A autoflagelação é um problema conhecido pela psiquiatria, atinge principalmente adolescentes e jovens adultos, mas tem tratamento e apresenta bons resultados.

 

Procure ajuda de uma terapia, o quanto antes, para que os seus sintomas não se agudizem e para que possa voltar a se sentir saudável e sem esses pensamentos e comportamentos doentios.

Perdoe-se e goste de si. Proporcione-se uma mudança, uma mudança para uma vida plena e com realizações construtivas.  

Invista em si sempre!

 

 

Casamento e dúvida

 

Olá Mariagrazia, Estou noiva, meu noivo mora bem longe da minha cidade e quando me casar vou mudar-me pra lá.

 

Antes tinha certeza do que queria, queria casar-me e ficar perto dele pra sempre. Mas agora quanto mais se aproxima da data do casamento mais fico em dúvida.

Não tenho duvida se quero casar-me, gosto muito dele e não me vejo sem ele problema é que também não queria ir pra longe da minha família, principalmente da minha mãe, e por esse motivo estou muito sensível e me pego chorando a todo momento, até a foto de uma idosa na internet me faz chorar.

 

Tenho 29 anos e sempre morei com minha mãe e irmãos, aos poucos foram casando e saindo, hoje somos 3 dentro de casa, minha mãe, uma irmã e eu.

 

Estou meio sem rumo, deveria estar radiante afinal falta menos de 1 mês pra me casar mas não estou...

Agradecida, J.

 

 

 

Cara J.,

 

O casamento é um ato que implica mudança e é comum sentir algumas incertezas e inseguranças com a proximidade da realização do compromisso.

 

A sua preocupação com a família está no fato de sentir que vai cortar o cordão umbilical, que vai se tornar independente e que vai viver a sua própria vida.

 

O segredo e a essência da qualidade de vida, da felicidade e, portanto, da saúde estão na relação afetiva interpessoal, que inclui o par amoroso, a família e os amigos próximos e todos aqueles com quem convivemos de uma maneira ou outra.

 

O objetivo principal de nossas vidas é sermos queridos e aceitos. Para atingi-lo, porém, é preciso implantar algumas mudanças em nosso modo de viver e no casamento aceitar o outro como ele é sem o objetivo de mudá-lo.

 

Para ser feliz a dois é preciso implantar algumas mudanças em nosso modo de viver e assumir uma postura autêntica, acolhedora e respeitadora diante do nosso amor.

 

Viver é arriscar e superar montanhas. Escale suas montanhas e seja feliz. Mais feliz, muito mais feliz!

O seu medo diante do futuro é normal e assim abre um espaço para uma reflexão importante diante do novo compromisso.

 

Boa sorte em sua vida nova!

Mariagrazia

 

 

 

 

Adolescênte lento

 

 

Boa Tarde Dr.ª

 

Estou desesperada.

Tenho um filho de 17 anos, que não ouve ninguém, as brigas com o pai são demais.

 

Para o pai Ele não é pontual, não estuda, esta no mundo dele, por mais que se fale com ele.

O pai já não o tolera.

Eu acho que é tudo da idade, pois ele, não bebe não fuma, não faz noitadas, gosta de desporto, escuteiros, música, é meigo, o seu defeito é não ter pressa para nada, e como isto já se arrasta à algum tempo esta insuportável, o pai toda a hora cobra....

O que faço

Obrigado

Será que é o pai o problema.

Este não trabalha já alguns anos 16, eu sou o sustento da casa

 

AR

 

 

Cara AR,

 

Procure mediar entre seu marido e o filho sem tomar partido em frente ao filho para não tirar a autoridade do pai. Converse com seu marido e procurem entrar num acordo quanto à educação. Não se desespere, adolescência não é um período fácil, nem para os filhos e nem para os pais. É preciso dar limites e é importante que os pais estejam de acordo.

 

Vou enviar-lhe algumas dicas:

 

1. É importante educar

 

2. Ser muito amoroso/a

 

3. Manter-se envolvido/a

 

4. Adaptar a educação

 

5. Colocar limites

 

6. Dar independência

 

7. Explicar as decisões

 

 Um abraço

 

 

 

Ansiedade e timidez

 

 

Sempre fui uma criança engraçada, risonha, brincalhona, amiga de várias pessoas apesar de ter meus poucos amigos de verdade. Desde que me entendo por gente, sinto atração e me apaixono por meninos. Sou daquele tipo que tem amor platónico, de ficar sonhando com a pessoa, criando situações mesmo nem chegando perto de vivê-las. Não me sentia capaz de namorar um menino, pois achava que eles apenas me viam como amiga, e acreditei nisso. Até hoje, quando um garoto chega em mim e me sinto interessada por ele, ocorre uma descarga de adrenalina e ansiedade inexplicável. Fico tremendo, vermelha, com a boca seca... Por isso, com 18 anos, fiquei apenas com três meninos na minha vida. Mesmo assim, sentia vergonha quando lembrava e encontrava com eles novamente.

 

Quando tinha por volta de 15 anos, vi uma série de mulheres homossexuais, e achei muito bacana. Porém, não sentia a menor atração e não via a menor graça naquilo, mesmo que tentasse inconscientemente me colocar no lugar delas, por isso nunca questionei minha sexualidade. Já tive outros tipos de TOC como esse do acidente e com câncer, este último persistiu quando eu estava numa fase conturbada. Com uns 17 anos, entrei no terceiro ano do ensino médio e comecei com muitas dúvidas e inseguranças quanto à profissão, até mesmo pela terrível pressão da escola e dos pais. Aí então comecei a ficar depressiva, angustiada e chegou um pensamento intrusivo da possibilidade de eu ser homossexual. Fiquei extremamente mal pois não entendia aquilo, nunca me senti atraída por mulheres e de repente começo a me testar e sentir uma espécie de ansiedade quando as via, tentava me justificar e lembrar do passado como a série que tinha visto, achando que isso me diria algo, o medo e a vergonha que tenho quando os meninos se mostram interessados em mim e principalmente quando sinto algo por eles . Um medo e um pensamento irracional que me causava ainda mais angústia e depressão, o pior é que não podia falar com ninguém pelo medo de que não entendessem, sendo que nem eu mesmo entendia. Não queria sair de casa, só usava roupas femininas e fiquei extremamente frágil.

 

Até que fui a uma psiquiatra, e ela deu o nome de TOC, me explicou o que era e esse pensamento foi se diluindo aos poucos, até que parou quando comecei com mais uma paixonite platónica por um menino. Hoje, um ano depois, me vi de novo no dilema por ter optado por uma faculdade e um curso sem saber se fiz a escolha certa, então comecei a fazer análise. Nela, desenterrei todos os meus dramas pelo que tinha passado, então estou digerindo novamente e muitas das vezes, esses pensamentos me perturbam de novo. Mesmo com mais maturidade, eles me enganam e me fazem duvidar de mim mesma.

 

O meu medo é que eles persistam e me impeçam de viver. Acha que isso é possível? E sobre a minha timidez patológica com os meninos, acha que pode significar algo sobre minha sexualidade?

 

Cara leitora,

 

Para gerir o TOC é importante que entenda que, mesmo se não conseguir controlar o stress, pode evitar levar a compulsão a cabo. Apenas não se deixe vencer pela compulsão.

A análise é importante para que possa compreender melhor o seu problema e aprender a gerir cada vez mais a sua ansiedade e medos.

 

Nada vai impedi-la de viver a sua vida, muito pelo contrário com a maturidade cada vez mais vai aprender a dirigir a sua vida de forma saudável e prazerosa, mas é preciso que esteja aberta e disponível para mudanças e reorganizações com empenho e desejo de evoluir. 

 

Abraço