Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Consultório de Psicologia

Espaço de transformação com a finalidade de orientar, ajudar, esclarecer dúvidas e inquietações. Encontre equilíbrio, use sua criatividade e deixe fluir sua energia. Mariagrazia Marini Luwisch

Consultório de Psicologia

Espaço de transformação com a finalidade de orientar, ajudar, esclarecer dúvidas e inquietações. Encontre equilíbrio, use sua criatividade e deixe fluir sua energia. Mariagrazia Marini Luwisch

Sonhar com vermes e cabelo

magritte29.jpg

 

Olá tenho sempre o mesmo sonho toda semana, às vezes três vezes durante a semana, é mais um pesadelo do que um sonho. No sonho eu fico sempre tirando muito, muitos cabelos enormes saindo de dentro da minha boca e não tem fim. Então corto o cabelo com os dentes mesmo assim continua saindo cabelo e fico com muito cabelo na garganta fico sufocando, é horrível e quando acordo fico com uma ânsia de vomito angustiante.

Tenho outro sonho do mesmo tipo, só que são muitos vermes saindo da minha boca, vermes enormes e é a mesma coisa nunca acaba. Só acaba quando eu acordo. Por favor me ajude. Já cheguei até pensar que será algum tipo de doença ou até macumba. Às vezes tenho até medo de dormir. Obrigada pelo espaço.

 

Cara leitora,

Ver vermes em seu sonho representa fraqueza, degradação, sujeira e negatividade geral. O Verme representa uma parte de si mesma que não gosta, ou que acha que é nojenta. É como se sentisse que tens coisas nojentas dentro de si que precisa por para fora.

 

O cabelo simboliza força física e sexual, sedução, vaidade, virtudes. A cabeleira encontra-se ainda relacionada à sensualidade e à provocação sexual. Talvez sinta desejos, pensamentos, sentimentos relacionados com a sexualidade que não gosta, que não aceita e os sente como sujos e negativos e que precisa eliminar.

 

O que precisa é conviver com a sua sexualidade de uma forma natural  e aceitar seus desejos íntimos, também aceitando a si própria como um ser que têm direito ao prazer. Mas a aceitação da sexualidade e da realização plena dos desejos é um processo lento e profundo de autoconhecimento, de compreensão de nós mesmos.

 

É nesse sentido que deve dirigir seu trabalho: auto-conhecimento, aceitação e crescimento pessoal.

Um abraço

Autoestima e imagem

 

vermeer5.jpg

 

 

Boa tarde, sou a P. tenho 17 anos, tenho vergonha de falar destes assuntos com os meus pais ou mesmo com alguém, então resolvi mandar-lhe este e-mail porque acredito que me irá poder ajudar como já ajudou noutros e-mails.

 

Eu sou uma pessoa que tenho auto estima em baixo, sinto que tenho um físico mau, que não sou bonita, que não tenho capacidades para nada, e que não sirvo para nada, basicamente sinto-me inútil. 

 

Eu desde pequena que sou considerada sempre na escola das mais feias nas turmas que já pertenci, e este ano aconteceu o seguinte, um grupo de rapazes da minha turma lembraram-se de fazer um jogo que era escolherem as raparigas mais bonitas e o resto seriam as feias, e obviamente como todos os anos sou considerada do grupo das feias, mas todos sabemos que as mais bonitas escolhidas escolhem pelo seu corpo, e pela beleza, mas mais pelo corpo, e eu sinto-me cada vez mais fraca comigo própria, já tentei mudar, já tentei mudar o estilo de vestir, o cabelo, e tudo mais mas não consegui porque sinto que continuaram a pensar que sou feia, eu sei que a beleza não é tudo mas para alguém da minha idade isso como deve saber deixa-nos muito em baixo, já estou a reprovar o ano duas vezes e sinto que esta segunda que vou chumbar novamente porque tenho muitas negativas logo não irei passar, nem conseguir subir, sinto que não tenho capacidades para nada.

 

Quando ganho força de vontade de tentar, no dia a seguir parece que a perdi, não consigo ser forte encarar e lutar para mudar, o que acha na sua opinião que deva fazer? Já andei numa psicóloga na escola mas ela diz-me que sou linda e não preciso sentir assim, mas sei que diz me isso para não me sentir triste. 

 

Agradeço a sua atenção, obrigada.

Aguardo resposta, o resto de uma boa tarde. 

 

Cara P.,

A beleza exterior não é tudo, o mais importante é a beleza interior. Para que tu te sintas mais atraente precisas dedicares mais tempo e energia ao teu crescimento interior.

 

Crescer é ir em direção a algo mais, algo que ainda não existe ou então é dar prosseguimento a algo que já começamos e que queremos completar, ampliar, enriquecer. Ao longo de nossa vida nós nos colocamos metas, objetivos e no centro destes objetivos está o nosso eu.

 

Para cresceres deves procurar dar ênfase ao teu autoconhecimento e com dedicação ampliar o teu nível de estudo e assim poderás sentir que tens capacidade para mudar e ser mais produtiva, mais dinâmica o que elevará a tua autoestima e fará com que te sintas mais confiante, mais corajosa, mais flexível, mais interessante e também mais bonita.

 

Foco no teu autoconhecimento e nos estudos!

Um abraço

 

Amor líquido

cupido.jpg

 

 

Segundo o sociólogo polonês radicado na Inglaterra Zygmunt Bauman, um dos intelectuais mais respeitados e produtivos da atualidade, está-se a viver uma modernidade líquida ou pós-moderna. Esse período se traduz num mundo cada vez mais fragmentado e de um sujeito cada vez mais confuso consigo mesmo, com o espaço que ocupa e com o tempo que o rodeia.

 

Essa crise provocada pela modernidade líquida assola o indivíduo com o individualismo e o narcisismo exacerbado. Vive-se hoje num mundo fragmentado, sem referências e à deriva. Essa nova realidade tem afetado diretamente o cotidiano das pessoas, trazendo interferências negativas e em especial nos relacionamentos.

 

Bauman reflete sobre esse retrato do mundo contemporâneo e fala em “amor líquido”, tanto nos relacionamentos pessoais como no convívio social cotidiano, numa sociedade mediada por tecnologia e diz: (...) talvez seja por isso que, em vez de relatar suas experiências e expectativas utilizando termos como “relacionar-se” e “relacionamentos”, as pessoas falem cada vez mais (auxiliadas e conduzidas pelos doutos especialistas) em “conexões”, ou “conectar-se” e “ser conectado”. Em vez de parceiros, preferem falar em “redes”. (BAUMAN, 2005)

 

Desta forma, a internet assumiu a função de conectar pessoas, formar redes de relacionamentos, cada vez mais flexíveis e esta modernidade líquida criou uma nova era nos relacionamentos, que estão cada vez mais fragilizados e desumanizados.

 

É importante refletir e pensar-se nessa era do “amor líquido” em algumas questões: Como viver junto? Como conviver com o outro? Como amar? Questões que se facilmente são ultrapassadas pelo amor, não devem ficar esquecidas para alcançar um relacionamento mais sólido e autêntico dentro desta liquidez contemporânea.

 

Feliz dia de São Valentim!

coracao.gif

 

 

 

 

 

Crise no casamento

 

magritte28.jpg

 

Cara Mariagrazia,  

Te escrevo pedindo ajuda.   

Sou casada há 7 anos, mas estou neste relacionamento a 14 anos. Quando me casei tinha apenas 21 anos, meu marido já tinha 27. Minha filha nasceu no mesmo ano que nos casamos. Nós tínhamos um bom relacionamento e sempre conversamos sobre os problemas.   Após 5 anos de casados ele conheceu uma pessoa e se separou para ficar com ela. Dizia estar apaixonado e ela era o que ele queria. Ele saiu de casa e eu, para não ficar sozinha, fui morar com meus pais. Me sentia perdida e não sabia como viver sem ele. Não cheguei a contar para minha filha. Ela não entendia o que estava acontecendo, mas estava um pouco agressiva e nervosa.  

A separação não durou muito. Ele ia quase todos os dias me visitar. Às vezes usava minha filha como desculpa para a visita. Me pedia para ficar com ele, para voltar para casa, mas não se separava da outra. Eu viajei durante um mês e quando voltei ele me pediu perdão e queria reatar o casamento. Se separou da outra e eu voltei para casa. Mas não era como antes. Durante muito tempo eu não confiei nele.  

Agora, 2 anos depois dessa crise estamos em outra. Ele me disse que estava infeliz e que o casamento não estava bom. Tinha dúvida se devia ter mesmo reatado o casamento. Que me via apenas como amiga. Ele está com outra pessoa, mas diz que não é como da última vez. Que não é paixão, apenas um encontro casual. Ao mesmo tempo diz que gosta de mim, que quer a minha felicidade, mas não consegue deixar-me livre. Sente ciúmes e fica inseguro. Ele está confuso e essa situação está a me machucar muito. Enquanto ele vive eu sofro. E quando tento sair e me divertir ele fica preocupado.  

Eu quero ajudar, mas não sei o que fazer. Tenho tentado ser imparcial nas conversas, mas é muito difícil. Ele quer procurar um médico, uma ajuda profissional. Mas eu tenho medo de no fim ele perceber que é melhor se separar. Por mais que eu queria a felicidade dele e já me esteja a preparar para a separação eu ainda o amo.   O que fazer? Por favor me ajude.  

J.
 

Cara J.,

Um casal precisa se ajustar minimamente um a outro no casamento  e  limar arestas em pequenas coisas.

Procure dialogar com seu marido e esclarecer com ele as coisas que não estão bem. Sempre no casal a culpa é de ambos, conversem e encontrem pontos para melhorar. Não se fixe na infidelidade, mas procure se entender com ele e investir no seu casamento. Para que um casamento resulte é preciso: se colocar no lugar dele, compreender o que o outro possa sentir e ter consideração pelo parceiro como fazer favores, delicadezas e cuidados.

Ninguém é perfeito, é preciso encontrar uma harmonia. Quando existe amor, tudo acaba por dar certo mas é preciso empenho, fé e muita paciência.

O diálogo é sempre a melhor solução. Fale com ela e tente esclarecer e façam algum compromisso possível e uma negociação.

Se não conseguirem sozinhos, podem recorrer a uma terapia de casal para vos ajudar. Um psicólogo pode ajudar o casal a encontrar uma forma harmónica de se relacionar. Portanto, assim como existe a possibilidade de uma boa melhora no relacionamento, nada impede que os envolvidos cheguem à conclusão de que serão mais felizes separados. Nesse caso, mesmo que a dor seja inevitável, é provável que o fim se mostre menos traumático, pois ambos puderam se expressar e refletir antes de tomar uma decisão.

Um abraço

 

Sete passos para ser mais feliz

matisse22.jpg

 

Ser feliz é o desejo mais universal e mais antigo da Humanidade e objeto de várias teorias filosófias e estudos. Nas últimas décadas, a psicologia descobriu alguns traços comuns aos "felizes"

 

  • Comprometer-se com os objetivos

As pessoas felizes têm muita energia e canalizam-na para cumprir missões. Os psicólogos defendem que quanto mais vemos um objetivo como parte de nós mesmos, mais energia iremos utilizar para o cumprir.

  • Encontrar significado no trabalho

Amy Wrzesniewski, uma psicóloga organizacional de Yale, lançou em 1997, juntamente com algumas colegas, um ensaio acerca de como as pessoas se relacionavam com o seu trabalho, identificando três formas de o encarar: como um trabalho, onde a pessoa se focava na parte financeira e na necessidade; como uma carreira, onde a pessoa se focava no avanço, e como um 'chamamento', onde se focava na alegria de realização, sendo o trabalho socialmente útil. A conclusão? As pessoas que encontram um sentido no seu trabalho são as mais felizes.

  • Passar tempo com pessoas que se gosta

Apesar de ser um cliché, a verdade é que estudos confirmam que passar tempo com pessoas que ama, o fará mais feliz.

  • Cultivar uma relação de longo-prazo

Recentemente o New York Times referiu-se a uma investigação que concluía que "estar casado faz as pessoas mais felizes e satisfeitas com as suas vidas, ao invés daqueles que permanecem solteiros - particularmente durante os períodos mais stressantes, como as crises de meia idade."

  • Ingerir alimentos frescos

Um estudo realizado em 2013 concluiu que comer bastante fruta e vegetais frescos tem uma correlação positiva com a felicidade. Pessoas mais jovens que ingeriam entre sete e oito peças de fruta ou vegetais por dia, tinham níveis de felicidade mais elevados.

  • Fazer exercício

Um estudo holandês que observou 8000 pessoas entre os 16 e os 65 anos, concluiu pela importância do exercício no estabelecimento da felicidade: "pessoas que praticam exercício estão mais satisfeitas com a sua vida e mais felizes que pessoas de todas as idades que não o praticam."

  • Comprar experiências

Segundo o psicólogo de Harvard Daniel Gilbert, se o dinheiro não compra felicidade, então não está a ser bem gasto, pois deverá ser usado para comprar experiências em vez de bens materiais. Num questionário realizado a mil americanos, 57% responderam que obtiveram mais felicidade quando adquiriram uma viagem ou foram a um concerto, ou outro evento, em vez de uma compra material. A razão deste impacto positivo deve-se ao facto de nos lembrarmos das experiências e assim as podermos apreciar durante mais tempo.

 

Fonte: http://visao.sapo.pt/

Mãe e filha

renoir28.jpg 

 

Preciso de ajuda!!

No dia 29/05/93, dei a luz uma menina chamada M., num momento terrível da minha vida. Estava vendo o meu casamento, a minha estrutura, se desmoronar. O meu ex-marido estava com um relacionamento paralelo que se iniciou logo após a notícia da gravidez. Fato que me fez sentir um grande arrependimento de ter engravidado nessa época. Cheguei a rejeitá-la, a esmurrar minha barriga, a chorar copiosamente quamdo a vi no berço pela primeira vez.

 

O tempo passou e esse sentimento de mim para ela foi mudando, ou seja, passei a aceitar a maternidade e a criá-la com amor e proteção. Porém percebia que ao  crescer, mais ou menos a partir dos seus 12 anos, ela aparentava gostar mais do pai, da avó, da madrinha do que de mim. Sentia uma mistura de coisas e sentimentos que me deixavam e me deixam até hoje muito triste: culpa, dor, sensação de que gerei uma inimiga, frustração, etc. O fato é que, sinto como se ela hoje, aos 21 anos, não goste de mim. E quando sinto ou passo por alguma decepção com ela, falo coisas terríveis, como por exemplo: você foi a pior coisa que me aconteceu, me arrependo de não ter feito outras coisas em minha vida por sua causa, chamo-a de ingrata, coloco-a para fora de casa, sinto raiva e muita dor dentro de mim nesses momentos. Depois que passa, sinto-me muito mal...

 

O pai dela não dá a mínima para ela, só faz as coisas em troca de algo, enfim, ao contrário de mim que cumpro com meus deveres e estou sempre presente. Na realidade me sinto injustiçada, pois tenho o carinho e o afeto de todos que me rodeiam em todos os lugares que passo, menos o dela. Hoje estou casada com outra pessoa, ela continua morando comigo, porém, a minha sensação é que não possuo família e me sinto bastante injustiçada e com um vazio e dor muito grande.

O que faço??? Me ajude com algumas palavras, por favor.

Sou um ser sedento por ajuda.

MF

 

Cara MF,

Essa sua situação têm uma origem, não surgiu do nada. A gravidez e o nascimento da sua filha aconteceram juntamente com uma grande frustração pelos seus problemas vividos no casamento, com infidelidade e fim da relação.

 

Quando a mãe se sente insatisfeita com a criança, algumas marcas ficam registradas na psique da pequena, podendo até resultar em dificuldade de aceitação e distorções profundas de autoimagem. Situações de mal-estar entre mãe e filha podem acontecer. Mas, é preciso ter cuidado. Quando uma não compreende a maneira de ser da outra pode se instalar um processo de estranhamento mútuo.

 

Entendo que se sinta frustrada por sentir que ela também ama o pai, a avó e a madrinha, sendo que cuidou dela sozinha, mas ela não merece esses seus ataques de raiva, que são muito prejudiciais e destrutivos para a vossa relação. A filha mulher costuma ter uma relação mais estreita com o pai e os filhos geralmente gostam da mãe e do pai, mesmo quando ele está pouco presente e o pai é e sempre será o pai.

 

Penso que ainda está muito presente esse seu trauma do passado e seria importante se pudesse ultrapassar e seguir em frente na sua posição de mãe e mulher e investir no presente em  relaçõesboas e saudáveis, especialmente com a sua filha e preferencialmente pautadas por respeito mútuo, compreensão e amizade, aceitando-se como são, mãe e filha, perfeitamente imperfeitas. É imprescindível parar de culpar a sua filha pelo seu passado, ela não tem nenhuma culpa. Entenda que a frustração é sua!

 

É claro, que como esse processo está longe de ser fácil e por isso é sempre possível contar com a ajuda de uma terapia. A análise pode ajudar na elaboração desse seu passado e isso é extremamente libertador, para que possa deixar surgir todo o seu amor de mãe e mulher.

Um abraço

Mariagrazia