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Consultório de Psicologia

Espaço de transformação com a finalidade de orientar, ajudar, esclarecer dúvidas e inquietações. Encontre equilíbrio, use sua criatividade e deixe fluir sua energia. Mariagrazia Marini Luwisch

Consultório de Psicologia

Espaço de transformação com a finalidade de orientar, ajudar, esclarecer dúvidas e inquietações. Encontre equilíbrio, use sua criatividade e deixe fluir sua energia. Mariagrazia Marini Luwisch

Dividir a mente

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Olá Doutora.

Acabei de conhecer ser site e estou maravilhado com o seu trabalho,  envio meus parabéns. Agora, gostaria de pedir sua ajuda em uma dificuldade que estou passando. Alguns meses atrás eu estava com um problema para resolver e não estava conseguido chegar a uma solução,  então não sei como consegui fazer isso, mas eu tive que dividir a minha mente em duas criando outro eu.

Esse outro eu é mais calmo e calculista, mas ele continua sendo eu, quando tenho um problema nós julgamos esse caso e com a ajuda dele consigo achar uma solução que antes eu não conseguia sozinho, também conversamos normalmente mas não é todo dia, só quando eu chamo ele.

Tenho 16 anos, tenho amigos, uma vida social relativamente calma, prefiro ficar em casa do que andando na rua. Concluindo gostaria de saber sua opinião sobre isso e se pode ser prejudicial a mim. Mais uma vez parabéns pelo trabalho!.

 

Caro jovem,

 

É preciso cuidado com esse tipo de fantasia. Tens que ter consciência que os teus “eus” são sempre parte da tua mente. O melhor é não dividir, mas identificar teus pensamentos como provenientes da tua mente única e criados por ti.

O que criaste é um alter ego, que é uma outra personalidade de uma mesma pessoa podendo ser um amigo ou alguém próximo em que se deposita total confiança.

 

Não convém manter esse tipo de pensamento pois podes correr o risco de manter uma outra personalidade inconsciente que se revela através de outra identidade, com uma vida paralela imaginária de fantasia, que poderá prejudicar a tua vida futura e causar-te uma patologia de transtorno dissociativo de identidade.

 

Procura viver o teu eu como único e dedicar-te aos amigos, estudos, desporto, convívio e tudo o mais de um jovem de 16 anos.

 

Caso sintas que esses pensamentos persistem, procura uma ajuda especializada.

Tudo de bom e feliz 2016

 

 

 

Feliz Natal!

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A todos um Natal Feliz , com muita tranquilidade e amor!

Mariagrazia

 

 

Vício em jogos

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Faz tempo, viciei-me em um jogo online chamado League of Legends, tornei-me uma pessoa antipática, que não ligava mais para a família, não queria sair de casa e as minhas notas na escola caíram.

Já se passaram quase 2 anos, mas sempre gostei muito de jogos, sejam eles de computador ou de videogame. E o LoL (League of Legends), apesar de ter-me deixado em um estado ruim, era meu preferido.

 

Tomando essas atitudes erradas, fui proibido de jogar. Não jogarei escondido e nem tenho coragem de desobedecer meus pais mais uma vez, mas sinto muita falta do jogo. Já conversei com meus pais sobre isso, mas eles não concordam que eu jogue mais uma vez.

Eu acredito estar mais maduro hoje, aceitaria jogar com tempo controlado, mas sou só um adolescente, é difícil que acreditem em mim, e preciso ser sincero, eu não sei se vou conseguir-me controlar sem experimentar.

 

Vários amigos meus frequentemente conversam sobre o jogo. Contam as novidades, riem... E eu fico de fora. E isso me entristece.

 

Você acha que eu mereço uma segunda chance? Ou você acha que quando desejamos muito algo devemos nos esforçar para esquecer tal coisa?

Atenciosamente;

X.

 

Caro X.,

 

Os jogadores online sofrem, essencialmente, de distúrbios de ansiedade e stress, com efeitos muito graves ao nível do abandono escolar, de insucesso, de instabilidade emocional e de conflitos familiares.

A maioria dos casos patológicos correspondem a estudantes universitários com idades entre os 17 e os 22 anos, mas o problema começa bem mais cedo, entre os 12 e os 13 anos. São jovens focados, em 20% dos casos, em jogos como os vídeos jogos, os ‘call of duty’ e ‘league of legends’, jogos que envolvem muito tempo.

 

Quando a pessoa deixa de ter padrões relacionais, quando o jogo prejudica o seu trabalho, o seu sono e até a sua alimentação, isso já é motivo de preocupação.

Se esse não é o teu caso. Certamente tu mereces uma segunda oportunidade, mas talvez ainda seja cedo para teres a garantia que não vais entrar outra vez no vício, pois muitas vezes é só uma questão de começar.

É preciso haver uma reeducação, nomeadamente através de "intervenção psicoterapêutica", para poder tratar o que está por trás do vício do jogo, que, provavelmente, surge como uma espécie de tranquilizante de alguma patologia ou frustração.

 

É preciso muito cuidado com exageros, jogar com responsabilidade. Fala com teus pais e coloca-te um limite no tempo de jogo e cumpra-o sistematicamente. E ao mesmo tempo procura ampliar o teu leque de interesses, focalizando nos estudos, desporto e aprimoramento pessoal.

Fica bem

Vazio interior

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Vim aqui a pedir que me possam ajudar. Faz algum tempo que estou sentindo-me assim. Um vazio completo. Mal tenho vontade de sair de casa, não tenho interesse por nada, tenho tentado encontrar  algo. Mas este vazio me persegue para onde for que eu vá.

Ultimamente mal tenho vontade de sair de meu quarto. "Teve um dia que passei todo o domingo olhando para o teto tentando pensar algo para me mudar". Mas não consegui. Não adiantava, sempre o vazio me consome e volto ao meu estado anterior. Teve vezes que pensei em me matar. Mas não tenho coragem  para isso.

Meus parentes estão preocupados comigo mas não sei que resposta dar a eles. (Ir lá e falar tô com depressão ou algo assim) Tenho absoluta certeza  que não tenho depressão. Mas esse vazio me consome. Eu quero mudar, mas não sei como. Esse vazio me consome. Muitas vezes acho que está faltando  algo em minha vida mas não sei o que é.

Obrigado J.

 

Caro J.,

Quando há um “vazio”, causando-nos pensamentos e emoções negativas predominando uma sensação de inquietude profunda que oprime o coração, é tempo de pensarmos em procurar ajuda.

Há feridas e traumas que ao longo de nossas vidas foram se instalando em nós e que criam os tais espaços “vazios” no nosso interior.

É necessário fazer um trabalho de questionamento, procura e interiorização para colmatar esse vazio.

À medida que vamos partilhando histórias, experiências e emoções em psicoterapia, procuramos, em conjunto, encontrar os “vazios” e feridas que estão a causar sofrimento, observamos cada movimento do próprio pensar (os padrões de pensamento, as crenças erróneas, as acções irreflectidas…), identificamos as “máscaras” que fomos desenvolvendo ao longo da vida e, sobretudo, procuramos desenvolver e aprofundar todos os recursos e capacidades, abrindo portas para a autorrealização e a responsabilidade pela própria vida.

 

A psicoterapia não existe apenas para as patologias mas também para todas as pessoas que sintam que precisam realizar este trabalho interior que é um (re)encontro consigo mesmas.

Preencher esse vazio é um trabalho árduo, mas vale a pena o resultado quando há novas apostas e nova atitude diante da vida.

É preciso ter é preciso ter força de vontade para esquecer a morte e lutar por ter uma vida melhor e mais feliz!

Tudo de bom

Filha e mãe

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Tenho 20 anos, quase 21, fui criada sempre com a minha mãe, meu pai sempre foi ausente, sou filha única. Sempre fiz tudo que minha mãe dizia para eu fazer, sempre escutei muito ela e a respeito muito! Hoje faço engenharia, com grande apoio dela, e moro a 100 km da minha cidade natal, e de onde ela mora, moro sozinha e só estudo. Eu quero muito trabalhar, porém minha mãe quer que eu apenas estudando e quando surgir uma oportunidade de trabalho boa, aí sim posso trabalhar...

Ultimamente tenho tido muitos conflitos com ela, como moro sozinha, me acostumei a manter a casa do meu jeito, e quando ela vem pra cá, ela só me critica só pelo jeito como eu deixo o escorredor de louças na pia, de como eu recolho a roupa, de onde eu guardo as coisas, sacolas de lixo, enfim, tudo! Ela vem pra cá e muda todos os móveis de lugar, muda os tapetes de lugar, isso me cansa! Estou esgotada de ser criticada por ela, tudo que eu faço está errado, se eu faço de uma forma diferente da dela, está completamente errado e ela briga muito comigo, faz piada do jeito como organizo as coisas! Ela me trata como se eu tivesse 10 anos!

Eu não sei se isso acontece porque sou dependente dela, mas eu não suporto mais ela me falando tudo que eu tenho fazer da forma como ela quer!

Peço que me dê um conselho do ponto de vista profissional, por favor!

Obrigada!

 

Cara filha,

 

Procure compreender a sua mãe que a ajuda a se organizar e pretende o seu bem, embora ao mesmo tempo tente discriminar o que está bem para si e o que não está, sugerindo sempre mudanças. Fale ela sua mãe com racionalidade e maturidade, explicando que há coisas que prefere organizar à sua maneira, o que ela certamente vai entender. Se houver lógica e paciência já é um caminho para solução.

 

Acontece que para as mães, muitas vezes, é difícil  aceitar a independência da própria filha o que leva a conflitos  e incompreensões. Cabe a si saber encontrar seu equilíbrio e a sua independência.

 

Um abraço