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Consultório de Psicologia

Espaço de transformação com a finalidade de orientar, ajudar, esclarecer dúvidas e inquietações. Encontre equilíbrio, use sua criatividade e deixe fluir sua energia. Mariagrazia Marini Luwisch

Consultório de Psicologia

Espaço de transformação com a finalidade de orientar, ajudar, esclarecer dúvidas e inquietações. Encontre equilíbrio, use sua criatividade e deixe fluir sua energia. Mariagrazia Marini Luwisch

Incapacidade de amar

 

eloy3.jpgBom dia Doutora, meu nome é P.

Tive uma infância bem complicada, minha mãe me abandou quando eu era bem jovem, e cresci em uma estrutura familiar frágil. Meu pai arrumou uma nova companheira, onde sofri muita rejeição. Por fim, tive um em união estável, que veio a ter fim por causa de traição por parte dela.

 

Hoje, me encontrou em um namoro, mas já se passaram alguns meses, e não sinto que surgiu sentimento algum, na verdade não sei descrever o que sinto pela pessoa.

 

Essa pessoa demonstra a todo tempo que me ama, deixa seu sentimento externa pra fora do peito, e eu sinto que esse sentimento que ela tanto demonstra é verdadeiro, porém, eu já não sei dizer o mesmo quanto a mim.  Pensei em deixar o tempo passar, pra que o amor surja naturalmente, mas tenho medo que isso não ocorra, e não quero magoar a pessoa que diz a todo instante que sou o amor da vida dela.

 

Temos um namoro bem harmonioso, pois gosto da presença dela, de algumas coisas que fazemos juntos, mas se nos vemos todos os dias durante uma semana, por exemplo, me sinto sufocado. Não sei explicar, talvez nem tenha explicação, mas me sinto numa necessidade de ficar sozinho às vezes, e isso acaba me bloqueando pra essa pessoa.

 

Ela conhece toda minha história, e é uma pessoa bem compreensível, tenta me ajudar, demonstra seu carinho, amor e afeto que sente por mim, mas eu me sinto bloqueado, e isso está me aterrorizando.

 

Eu quero que esse namoro dê certo, que surja um amor infinito em mim novamente, mas sinto dificuldade, e às vezes sinto que devido a essa situação, acabo tornando a vida da minha namorada infeliz. Apesar do amor que ela sente por mim, queria poder demostrar o mesmo por ela, mas me sinto incapacitado disso.

 

Gostaria que a senhora me ajudasse, ou pelos menos que me orientasse ao que devo fazer?

Desde já agradeço a atenção.

 

Caro P.,

Por ter vivido em um ambiente permeado por rejeições familiares e desavenças psicológicas, inconscientemente rejeita sentir-se preso a um amor, um pouco por já estar habituado a viver sozinho e precisar do seu espaço e também por medo de sofrer novas desilusões. Está a viver uma insegurança amorosa que a sua própria existência representa.

 

Esteja aberto e investa na relação de uma forma autêntica e se sentir que é com ela que deseja construir uma família, sempre pode preservar o seu espaço e ao mesmo tempo criar um novo padrão de viver. Tenha calma, não se anule, mas procure sempre manter a sua identidade e individualidade, pode ser que o amor desabroche. Nem sempre o amor chega via paixão, às vezes cresce aos poucos. 

O essencial é amar sem deixar de amar a si próprio.

 

“Não é ansiando por coisas prontas, completas e concluídas que o amor encontra seu significado, mas no estímulo a participar da génese dessas coisas”( Zygmunt Bauman 2004)

Desprezado

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Tenho 30 anos e nunca entendi o motivo de ser o desprezado da minha casa, a história que sei é que meu pai largou minha mãe quando estava grávida de mim, com isso ela tomou abortivos mais com a graça de Deus eu estou aqui, eu sou o único que puxei pra ela moreno, meus três irmãos são brancos e comecei a percebi a diferença no tratamento ainda pequeno, pois simples coisas do dia-a-dia como passeios, presentes eu sempre fui excluído.

 

Mesmo assim sempre superei todos esses problemas, fui o único que nunca estudei em escola boa, mesmo assim fui o único a passar em 3 vestibulares para escola pública, sempre estive do lado dela nos momentos de doença e nunca consigo enxergar que ela me respeite ou me trate como filho, com muito sufoco casei e as perseguições continuaram, chegou ao ponto de minha ex pedir o divórcio, depois disso acabei passando por muitas dificuldades e ao invés de receber apoio só recebo criticas por parte dela e joga na minha cara o favor que ta fazendo de eu passar uns dias na casa dela, mesmo em crise comecei a melhorar novamente e semana que vem já vou pro meu novo imóvel, já pensei em ir embora pra outro estado ou pais porque no fundo eu vivo sozinho e não tenho apoio em nada de quem deveria ter, percebo que eu falir foi motivo de alegrias pra eles, pois mesmo com toda contradição cheguei onde nenhum cheguei, logo voltarei a minha vida de novo e pretendo excluir minha família de mim.

 

Caro leitor,

 

Ser a ovelha negra da família não é fácil. Ela é o “bode expiatório” sobre o qual se projetam todas as culpas.

A ovelha negra não é má, nem pretensiosa. Ela é diferente, é alguém que aprendeu a se esquivar das pedras, a pensar de outra forma e que sempre soube qual sentido seguir, não como o rebanho de ovelhas brancas.

 

Em psicologia estas pessoas são chamadas de “pacientes identificados”. Se estas situações não forem administradas de forma adequada, seremos nós que mostraremos a sintomatologia dessa família disfuncional ou desse cenário tóxico.

 

Não guarde rancor à sua família. Nem é preciso fugir para longe. Se é um vencedor, isso já basta. Aprenda a se orgulhar de ser capaz de pensar de forma diferente, o que representa um grande privilégio para manter a sua sanidade psicológica.

 

Intolerância ao som ou misofonia

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Olá, estou desesperada. Sinto uma coisa estranha, parece que eu não quero ouvir nada, televisão, vozes, qualquer barulho. Parece que toda vez que eu ouço algum barulho, me dá um nervoso enorme.

 

Estou com medo de enlouquecer. Acha que isso é coisa da minha cabeça ou é algum problema?

Tenho 13 anos!

 

Pelo que referes estás a sofrer de uma desordem neurológica que atribui-se o nome de Síndrome de Sensibilidade Seletiva do Som, mais popularmente conhecida como misofonia, que significa intolerância ao som.

 

Essa condição, possivelmente, é desencadeada por uma ou mais experiências negativas relacionadas a determinados barulhos. Portanto, as pessoas que sofrem de misofonia têm uma hipersensibilidade a sons específicos, mas que fazem parte do quotidiano normal, o que gera reações de extrema movimentação psicológica, como irritação, raiva e, em alguns casos, pânico.

Sugiro que evites os barulhos que te incomodam com mais intensidade, podendo até colocares fones de ouvido ou tentares concentrar-te em algum outro som que se sobreponha ao que estiver incomodando-te.

Como é uma síndrome de cunho psicológico, convém procurares a ajuda profissional de um psicólogo. Fala com a tua mãe para marcar uma consulta de psicologia.

Tudo de bom

 

Teste de Ortorexia (obsessão por alimentação saudável)

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1.Passa mais do que 4h por dia, a pensar na sua dieta?

2.Planeia as suas refeições com mais de 24 horas de antecedência?

3.Considera o valor nutritivo dos alimentos mais importante do que o prazer que estes dão?

4.Reduziu a qualidade da sua vida à medida que aumenta a qualidade da sua dieta?

5.Tem sido cada vez mais rígido e autocrítico em relação à sua dieta alimentar?

6.Tem melhorado a sua autoestima por se alimentar de forma saudável?

7.Rejeita consumir alimentos de que gostava para consumir os que considera saudáveis?

8.Evita fazer refeições fora de casa e, distanciando-se da sua família e amigos?

9.Sente-se culpado quando come alimento que não considera saudável?

10.Sente-se em paz e em perfeito controlo quando come saudavelmente?

Se respondeu afirmativamente entre 4 e 5 perguntas significa que é necessário relaxar mais um pouco no que respeita à alimentação.

Se respondeu afirmativamente a todas as questões significa que tem uma obsessão pela alimentação saudável.

 

fonte: Health Food Junkies: Orthorexia Nervosa: Overcoming the Obsession with Healthful Eating Hardcover  de Steven Bratman

Namorado viciado em álcool

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Boa tarde, há 3 anos que estou com o meu namorado e descobri há duas semanas numa viagem a Paris que ele estava viciado no álcool. Apanhei uma desilusão tirei uns dias para ir junto da minha família mas agora penso e penso e não consigo decidir se lhe dou uma oportunidade ou se sigo a minha vida, é o meu segundo relacionamento, o primeiro foi horrível também demorei a aceitar e foi a melhor coisa que fiz deixá-lo...

Com este, por muito que acredite nele que deixa o álcool, não sei se sinto algo por ele...às vezes quero estar sozinha outras vezes tenho pena...

 

Será que estou a confundir pena ou sentimento? E temos uma casa em comum e tenho pena... Não sei o que fazer. Meteu se no álcool há mais ou menos seis meses. Vinha para casa não se podia dizer nada, nunca me fez mal mas já me sentia frustrada com esta relação! Ok estava sob efeito de álcool mas será que ele matou tudo como o álcool...

ajudem-me por favor a decidir obrigada.

 

Cara Vera,

 

Esta decisão tem que ser sua, tomada tendo em conta seus sentimentos e sua vida com ele.

O seu namorado precisa fazer alguma coisa para não piorar nesse vício do álcool. O que pode ajudar é inscrever-se nos alcoólicos anónimos ou envolver-se numa terapia para perceber o que se passa com ele que teve que se “meter” no álcool.

 

É preciso que ele se reconheça a si mesmo e que procure alternativas mais sadias para libertar seu inconsciente de emoções reprimidas, ódios e insatisfação. Não pode fazer do álcool sua válvula de escape e nem a justificativa para um comportamento desequilibrado com a pessoa amada.

 

Entretanto se está a se sentir frustrada, insegura e indecisa, fale com ele, diga-lhe como se sente e tentem juntos encontrar alternativas e novas soluções. Se sentirem dificuldades podem procurar ajuda especializada e ir a uma consulta de psicologia de casal para uma orientação e tratamento.

 

Havendo coisas partilhadas, mais vale uma segunda oportunidade, antes de seguir a sua vida!

Tudo de bom

 

Criança Feliz

 

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Deixe-os falhar
A palavra “perfeição” não deve existir num ambiente familiar. Substitua esta palavra por “excelência” e eduque os seus filhos a serem excelentes em vez de perfeitos. A excelência tem todos os bons aspectos da perfeição mas sem as expectativas irrealistas e o medo constante de falhar.

 

Ensine-os a partilhar

Ensine o seu filho que é melhor dar que receber. Crianças que partilham são mais felizes do que as crianças que não partilham.

 

Deixe-os tomar decisões

Crianças que tomam decisões têm mais hipóteses de se tornarem disciplinadas e de tomarem decisões mais sensatas no futuro. É melhor para os pais deixarem os seus filhos decidirem o seu próprio castigo. As crianças que o fazem não quebram as regras tantas vezes. Ao longo do crescimento dos seus filhos, dê-lhes a liberdade de tomarem mais decisões. Eles tornar-se-ão mais felizes e mais bem-sucedidos.

 

Peça-lhes conselhos

Pedir conselhos aos seus filhos faz com que eles saibam que opiniões deles importam para si. Também lhes permite saber que são responsáveis pelas suas opiniões, o que tem um impacto no mundo real, não só nas suas mentes.

 

Deixe-os brincar

Crie “horas de brincar” não estruturadas. Poder brincar livremente encoraja as crianças a ter pensamentos imaginativos e conseguir arranjar soluções alternativas para situações difíceis ou complexas.

 

Faça-os rir

Não tenha medo de dizer aquelas piadas secas, quando os pais brincam e contam piadas, ajudam os filhos a pensar criativamente, a fazer amigos e a controlar o stress.

 

Reduza o tempo que passam a ver televisão

Filhos os que passam mais tempo a ver televisão têm mais hipóteses de se tornarem depressivos. Dê o exemplo aos seus filhos, limitando também o tempo que passa em frente ao ecrã.

 

Promova uma imagem de corpo saudável

Foque-se nos benefícios do exercício na saúde, e exercite em família. Fale com os seus filhos de como a comunicação social distorce os padrões de beleza, não comente que se sente culpado por comer certos tipos de comida, e não julgue a aparência de outras pessoas.

 

Crie tradições de família

Tradições de família aumentam a ligação entre a mesma e permitem que as crianças sejam sociais. Crie tradições simples como um lanche em família todos os sábados, noite de cinema às sextas-feiras, preparar o jantar em família, ou passeios a pé aos domingos.

 

Priorize o seu casamento

Um bom ambiente familiar ajuda uma criança a ser mais feliz. Famílias que se centram apenas nos filhos criam ansiedade, pais exaustos e filhos exigentes. O maior presente que pode dar aos seus filhos é ter um bom casamento.

 

Seja feliz

Problemas emocionais nos pais estão diretamente ligados a problemas emocionais nas crianças. Seja feliz para poder ser um pai mais eficiente.

 

 

Texto adaptado da revista: Visão