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Consultório de Psicologia

Espaço de transformação com a finalidade de orientar, ajudar, esclarecer dúvidas e inquietações. Encontre equilíbrio, use sua criatividade e deixe fluir sua energia. Mariagrazia Marini Luwisch

Consultório de Psicologia

Espaço de transformação com a finalidade de orientar, ajudar, esclarecer dúvidas e inquietações. Encontre equilíbrio, use sua criatividade e deixe fluir sua energia. Mariagrazia Marini Luwisch

Impulso de roubar dinheiro

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Boa noite,

Eu sofri bastante quando era pequena com impulso de pegar dinheiro, sendo que tinha tudo da minha mãe. Depois de anos me vi fazendo a mesma coisa. Pegando dinheiro sem necessidade. Na hora parece adrenalina, mas depois não durmo. Eu não consigo controlar.

Muitas vezes chega o arrependimento, então dava um jeito de devolver, mas um tempo depois fazia outra vez e lá estava eu acabada e sufocada perguntando-me o porquê e não conseguindo, muitas vezes, me controlar. Ensino para minha filha o melhor de um carácter da honestidade. E não tenho o meu controle por causa dessa satisfação de segundos que leva à minha ruina e à dias sem dormir.

O que fazer?

 

Cara leitora,

 

Não se pode negar que este ato seja condenável mas, acima de tudo, torna-se vital decifrar a mensagem que ele encerra, para que o processo seja interrompido e resolvido, de uma maneira positiva e saudável. Pode ser que se trate de uma carência afectiva ou de um vício pela excitação que esse ato transmite. De qualquer maneira é fundamental haver a devolução do dinheiro tirado, acompanhada de um pedido de desculpas, bem com o controle do próprio ato.

 

Se a situação se repetir é preciso pensar na hipótese de procurar ajuda especializada. Um acompanhamento psicológico pode evitar o surgimento de grandes problemas no futuro.

 

Filho silencioso

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Boa noite Doutora !

 

Preciso muito da sua ajuda

Tenho um filho de 14 anos, mas está numa face de silêncio, e não sair de casa conosco sempre uma briga, infelizmente estamos vivendo ultimamente numa terrível rotina domiciliar , tenho medo receio disso se transformar numa depressão .

Preciso da sua orientação

Obrigada

 

Cara leitora,

 

Esse desânimo e silêncio pode ser uma fase passageira, bem como um início de depressão.

 

É importante manter o diálogo aberto com seu filho e sempre conversar sobre como ele se sente. Para conviver mais, convém incentivá-lo a praticar uma atividade física numa área que goste e incentivar o convívio com colegas da escola e amigos da vizinhança.

 

O início da adolescência é um período que poderá revelar-se como uma fase do desenvolvimento humano particularmente complicada, quer para o adolescente, quer para os seus pais, que muitas vezes se revelam em incapacidade em compreender e lidar com as mudanças comportamentais dos seus filhos. É uma fase em que o adolescente procura a sua própria identidade e questiona as regras e limites impostos. Existe uma enorme instabilidade emocional e um desejo de crescer rapidamente.

 

Para os pais torna-se um verdadeiro desafio diário lidar com este turbilhão de emoções e comportamentos. A adolescência é a fase do diário, do segredo, do primeiro grande amor, da intimidade e dos heróis, que influenciam a vida dos jovens nas suas primeiras tentativas de identidade do ego.

 

Os pais têm um papel determinante na construção da identidade do filho. Mas, cuidado o adolescente não se identifica com os modelos parentais, mas revolta-se contra eles, rejeitando o seu domínio. Esta rejeição é necessária para separar a sua identidade da dos pais e da necessidade de pertencer a um grupo social de referência.

 

A forma do adolescente ver o mundo é diferente, a tolerância é escassa e a polarização de pretensões entre filhos e pais provoca confrontos na relação que aumenta o comportamento rebelde e de oposição.

 

O jovem desvia o interesse do mundo exterior, para se concentrar cada vez mais em si próprio. Procura diferenciar-se de tudo o resto e, por esse motivo, rompe com a autoridade, tanto dos pais como dos professores. Procura autonomia, o que por vezes implica um período de crítica, e lhe faz perder, por exemplo, o interesse em participar nas atividades familiares, o que parece que esteja a acontecer com o seu filho.

 

Cresce a fantasia, através da qual compensa as inseguranças que experimenta no mundo real. Por isso é tão difícil falar com ele: está no seu próprio mundo.

Aumentam, neste momento, os conflitos entre pais e filhos. Crescem as dificuldades de aceitar a autoridade dos pais e estes perdem a paciência para lidar com tanta instabilidade.

 

De qualquer maneira é importante além do diálogo, atenção e carinho, manter regras e limites que são uma ferramenta importante para a formação da identidade e da segurança do adolescente.

 

Caso a situação se mantenha, está indicado um encaminhamento a uma consulta de psicologia.

 

Companheiro agressor

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Boa noite, desculpa pelo incómodo. Estive a ler alguns testemunhos no seu site e gostaria de lhe pergunta se há solução para o meu companheiro que pela 2a vez me agrediu, eu acho que ele precisa de ajuda psicológica e de algo para tomar porque quando explode é agressivo e violento para mim e nada justifica ele bater-me.

 

Não me queria separar dele, já falamos em ele ir ao médico, mas oque queria saber é que se com a sua experiência médica algum tipo de tratamento iria resultar? Ele nunca mais me iria bater??

 

Agradeço imenso se me poder responder, melhores cumprimentos.

 

Cara leitora,

Casos de violência precisam ser tratados por psicoterapia. Seu companheiro precisa uma ajuda e um acompanhamento de uma psicóloga para tratar o problema de agressividade e conseguir ser capaz de ter autocontrole e uma vida normal.

 

Não há segredos mágicos que resolvam este problema, mas sim uma mudança de cultura, de crenças e valores.

Perante o agressor, a vítima tem que se mostrar forte, nunca se resignar e reagir a cada agressão. A mulher tem que demonstrar ao agressor que não tem medo e que, apesar de ser mais frágil, pode exercer força sobre o agressor, tanto fisicamente como legalmente. A mulher deve sempre denunciar a agressão às autoridades, à família, aos vizinhos, fazendo diminuir a autoestima social que o agressor tem perante a sociedade.

 

Os agressores não são felizes, estão em desequilíbrio emocional, e provocam muito sofrimento ao seu redor.

O tratamento psicológico de seu companheiro é essencial para a sua própria eficácia de proteção e criação de mecanismos que permitam quebrar o ciclo de violência.

 

Fale com ele e motive-o para um tratamento correto e eficaz.

Emoções

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Olá, eu não tenho exatamente um problema.

Como você é psicóloga eu tenho uma dúvida.

 

Eu quero saber se tem como tornar-se menos emotivo e mais racional, eu não me considero uma pessoa emotiva, várias pessoas já morreram, pessoas próximas e para mim quase não fez diferença. Nem na hora, nem depois de ter morrido...

 

Eu já fui bem emotivo mas este tempo já passou, me tornei bem frio.

Faz muito tempo de que não sinto nenhuma emoção forte mas tenho certeza que se sentir será inevitável, mas eu acho que não sofro de alexitimia, por que eu consigo me colocar no lugar de outras pessoas e saber o que elas sentem , as vezes até pela expressão da pessoa, ou por um desenho que ela fez, ou a forma que ela age. Inclusive, algumas pessoas me conhecem por eu saber "ler" a mente das pessoas.

 

Mas eu quero saber se tem como não ter as menores emoções, por exemplo: Sentir raiva por que não conseguiu fazer determinada coisa.

Ficar chateado pelo mesmo motivo.

 

Imagine a seguinte situação: Eu consegui algo que eu supostamente considero muito importante, mas qualquer erro eu posso perder essa coisa importante, por isso bate um "desespero", uma "ansiedade", não sei explicar. Eu não quero ter isso.

E também, quero poder agir sobre pressão.

 

Geralmente, Não consigo fazer nada, com outras pessoas olhando. Mas se eu estiver sozinho, consigo fazer qualquer coisa.

 

Eu quero tornar-me mais racional. E jogar fora essas emoções.

Pode ajudar-me?

 

Caro leitor,

 

É preciso entender que as emoções não são boas nem más, nem positivas ou negativas. Podem ser agradáveis ou desagradáveis mas são todas adaptativas, isto é, orientam-nos para a nossa sobrevivência.

 

Na nossa cultura e sociedade está de alguma forma implícito que sentir algumas emoções é mau. Não devemos mostrar-nos tristes e o choro deve ser evitado, existindo uma pressão social para estarmos sempre bem dispostos e sorridentes. Fomos educados a não expressar raiva e quanto ao medo é só para os mais fracos. A falta de permissão e apoio para sentir e expressar as emoções e o desconforto experimentado leva a que muitas pessoas as anulem ou neguem, em vez de as regularem e expressarem adequadamente.

 

As emoções mesmo as que sentimos subjetivamente como desagradáveis (tristeza, medo, raiva, etc.) são úteis, têm uma função precisa e devem ser experimentadas e expressadas adequadamente para que sejam potencialmente reparadoras.


 

O importante é que aceite suas emoções e perceba as “mensagens” que o seu corpo lhe dá. Não só é lícito sentir dor, raiva, medo ou tristeza, como é uma boa forma de prevenir o aparecimento de perturbações psicológicas.

E lembre-se que a razão e a emoção interagem para construir a nossa vida mental e que o importante é o equilíbrio.

 

Se sentir dificuldade em entrar em contacto com as suas emoções e expressá-las apropriadamente não hesite em procurar ajuda de psicoterapia.

 

Insegurança

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Olá Doutora, tudo bem? Meu nome é D. e espero não estar a lhe incomodar, mas enquanto eu fazia buscas na internet para ver se eu encontrava as respostas que eu procurava, acabei “esbarrando” em seu blog, muito interessante por sinal.

 

Se não for muito audacioso de minha parte, gostaria de sua resposta clínica e também pessoal sobre a seguinte pergunta; Por que nos sentimos inseguros, em diferentes aspectos desde falar em público até nos sentirmos importantes?

 

Atenciosamente,

D.

 

Cara D.,

 

A insegurança é resultado de uma baixa autoestima.

A autoestima é a valorização que fazemos de nós próprios, do conjunto de características pessoais, psicológicas e sociais que dizem respeito à nossa personalidade. Podemos aprender a melhorar e a desenvolver a nossa autoestima.

 

A baixa autoestima alimenta-se de pensamentos negativos e crenças de falta de valor próprio. É essencial ter muito cuidado com as palavras negativas que usamos sobre nós e evitar entrar em autocrítica. Sempre que nos classificamos com qualquer forma de depreciação, estamos a criar um programa neurológico que nos vai limitar nos comportamentos e na vida. Nunca devemos esquecer que o nosso subconsciente não tem sentido de humor e leva a sério qualquer ameaça e, por vezes, as torna verdades internas. É muito importante aprender a confiar em si e na vida.

A Baixa autoestima pode ser libertada com muita vontade e trabalho diário, acreditar que merecemos algo de bom na vida é o melhor trampolim para nos motivarmos a iniciar um processo de mudança.

 

A maioria das pessoas odeia a sua ansiedade de falar em público. É preciso ser realista e entender que a maioria das circunstâncias difíceis são os nossos melhores professores e sentir o medo de falar em público como uma lição a ser aprendida. O mais importante é genuinamente conectar-se e compartilhar a informação com os outros sendo genuinamente si própria.

Um abraço