Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Consultório de Psicologia

Espaço de transformação com a finalidade de orientar, ajudar, esclarecer dúvidas e inquietações. Encontre equilíbrio, use sua criatividade e deixe fluir sua energia. Mariagrazia Marini Luwisch

Consultório de Psicologia

Espaço de transformação com a finalidade de orientar, ajudar, esclarecer dúvidas e inquietações. Encontre equilíbrio, use sua criatividade e deixe fluir sua energia. Mariagrazia Marini Luwisch

Abuso e assédio

33.JPG

 

Quando eu tinha 4/5 anos, um primo que morava quase ao lado de minha casa, ele começou a frequentar demasiado a minha casa, para "brincar" comigo, como é óbvio eu não tinha a noção das coisas, achava as "brincadeiras" normais. Meus pais apanharam essas "brincadeiras", lembro-me depois disso que houve uma discussão com o meu primo, e que ele deixou de frequentar a minha casa e que quando perguntava a meus pais por ele, inventavam-me sempre algo para ele não aparecer lá ou para eu não ir a casa dele. Depois de tudo aquilo, sobre ele, eu só me lembro disso, até depois disso, pouco tempo mais tarde, eu mudei de casa.

Com o passar do tempo, fui crescendo, aprendendo novas coisas na escola, e foi ai que comecei a aperceber-me das coisas, percebi que aquelas "brincadeiras" de meu primo, não eram nada normais nem inocentes, que não eram simples "brincadeiras" de crianças…

Consegui saber lidar mais ou menos com isso e seguir em frente, até ontem...

Ontem voltou tudo, devido ao que aconteceu...e eu agora sinto realmente que preciso de ajuda...

O que aconteceu foi o seguinte:

Um Sr. daqui da minha zona, convidou o meu namorado e a mim para irmos almoçar a casa dele, mas ficou para tarde, devido ao horário dos nossos trabalhos, eu fui a pensar que o meu namorado já estava lá ou ia até lá. Quando cheguei, almocei entretanto, porque ficava mal eu dizer que ia embora não estando o meu namorado, eu ainda esperei que ele aparecesse, mas nada. Depois de almoçar, minha mãe liga, eu disse que tinha de ir embora para falar com ela, visto que estou deslocada dela, esse Sr. começou a agarrar-me, a colocar as mãos por dentro da minha roupa...eu tentei sair, a porta estava trancada, então como ouvi pessoas na rua, optei por começar aos berros, ele lá me largou e deixou eu abrir a porta e sair, mas avisou para não contar aquilo a ninguém...

Quando cheguei a casa o meu namorado estava a chegar, eu não lhe contei nada, estávamos mal por outros assuntos, tive um ataque de pânico...ele pensou ser esse o motivo (o acumular)...

Desde ontem que não tenho conseguido deixar que o meu namorado me toque, já antes era um pouco complicado, mas agora piorou, hoje voltei a ir a baixo, e eu só quero conseguir esquecer isto, mas não está a dar, vejo esse homem todos os dias, depois o meu namorado deu-lhe o meu número na inocência, e ele liga-me e manda-me mensagens constantemente.

Como é que desta vez vou ultrapassar isto?

 

Cara jovem,

O que aconteceu com o seu primo faz parte do passado, não deve se sentir culpada por isso, afinal é uma situação que pode acontecer com uma certa frequência com crianças e não necessariamente deixa sequelas.

O que aconteceu com o Sr. “acordou” o seu sentimento de culpa do passado. Fale com seu namorado, fale com o Sr. para que a deixe em paz, denuncie o abuso, perceba que não é mais aquela criança inocente, submissa, indefesa e despreparada. Assim vai encontrar caminhos para redescobrir sua força, sua energia e sua vontade de viver e de namorar. Vai se sentir forte e livre para amar e ser amada.

Não se dê por vencida. Ser tocada pode ser muito prazeroso e excitante.Treine com o seu namorado, namore e namore e vai ver que vai gostar do que sente.

Preencha sua vida com pensamentos de confiança, tranquilidade, força e ousadia para se colocar no mundo de forma ativa e positiva. Essa força será sentida no seu corpo e na sua mente.

 

Um abraço

 

 

Ser mãe

32.jpg

 Encontrei esse blog, um dia depois daqueles dias!!!

Tenho 35 anos, casada e tenho dois filhos!

Meus filhos tem a diferença de um ano e meio de um para o outro, são saudáveis, brincam e brigam.

A cada dia que passa tenho menos paciência e expludo com situações cada vez mais bobas e comuns para crianças da idade deles. Grito, ameaço, coloco de castigo, na maioria das vezes grito e falo como uma louca, pressionando, ameaçando, me vejo cada vez mais distante e frustrada por não ser o que eu queria, ou como deveria.

Me sinto sobrecarregada, e sei que eles não têm culpa nenhuma, mas não sei mais como agir, eu procurei por varias vezes o serviço público, conversei com a Clínica Geral para tentar me abrir e ver se conseguia um encaminhamento para alguma terapia ou algo só que sem sucesso algum, isso me faz cada vez mais me sentir uma droga como mãe, e ver que estou criando filhos infelizes!

 

Não sei mais o que fazer!

 

Cara mãe,

 

Apesar da relação mãe e filhos ser uma relação idealizada desde a antiguidade como sagrada, em geral, não é fácil ser mãe nem ser filho.

 

Ao assumirmos o papel de mãe, precisamos nos colocar no papel de doadoras, enquanto nossos filhos serão os recetores do nosso amor, da nossa orientação, da educação que lhes damos, das regras, da nossa compreensão, como um dia fomos de nossos pais, ou como deveríamos ter sido em nosso momento de vida.

 

A relação entre mãe e filho, atravessada por um amor que pode ser incondicional de ambas as partes, não é uma relação imune a conflitos. Como toda e qualquer outra relação, é passível de ser melhorada sempre e pode oferecer incríveis oportunidades de aprendizado e crescimento para ambas as partes.

 

Entendo que se sinta muito sobrecarregada com dois filhos pequenos com tão pouca diferença de idade  e que viva frustrações por talvez “não ter tempo para si própria” e ser sempre requisitada para tudo. Quando há filhos pequenos, é normal ter esse tipo de sentimento, mas não é normal que grite, ameace, coloque de castigo e fale como uma louca, pressionando e ameaçando.

 

É preciso paciência e controle. Pôr de castigo quando é necessário, falar com um tom de voz agradável, manter a calma e explicar as coisas segundo o racional e o razoável, para que as crianças entendam, cumpram e obedeçam. Também é preciso dar espaço para que as crianças se expressem, brinquem, briguem e para que possam ser crianças.

 

Se não consegue sozinha manter um controle normal, o melhor é procurar ajuda de uma psicóloga para junto com ela perceber o que está mal em si que a leva a agir de forma insensata e impulsiva. Não é bom que sinta “culpas”, por implicar em prejuízo com disciplina e educação, sua e de seus filhos. Pense nisso e procure mudar as suas atitudes. Afinal, "ser mãe é padecer num paraíso!"

 

Um abraço