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Consultório de Psicologia

Espaço de transformação com a finalidade de orientar, ajudar, esclarecer dúvidas e inquietações. Encontre equilíbrio, use sua criatividade e deixe fluir sua energia. Mariagrazia Marini Luwisch

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Fobia social, agorafobia e depressão

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Desde a minha adolescência comecei a me isolar e ficar antissocial, deixei de ser sociável. Mas quando criança, eu era muito travesso, astuto, sociável e interagia facilmente com outras pessoas, inclusive crianças, mas mesmo assim brigava muito com garotos e tinha hábitos de quebrar coisas.

 

No ano de 2011 comecei a fazer tratamento psiquiátrico, hoje estou com 28 anos e continuo fazendo o tratamento. No começo eu pensava que era depressão, ao me aprofundar mais no assunto e vasculhando em meio a arquivos da internet, cheguei a uma conclusão, que eu era portador da síndrome de asperger, mais foi totalmente descartado pelo médico.

Cheguei a dizer ''Dr, qual é meu diagnóstico, qual é meu problema? O que eu tenho? Do que que eu sofro? E ele me deu o diagnóstico de fobia social, depressão, isolamento social e agorafobia. Mas no meu dia a dia, e convívio social eu estava percebendo que nada me afetava. Como sentir emoção, sentimento de afeto, e até mesmo sentimento de empatia. Pesquisando e analisando meu perfil, cheguei em uma conclusão, de imediato, que eu era um sociopata.

 

Tenho dificuldades de expor, jogar para fora meus sentimentos. Quando sou pego de surpresa por uma notícia ruim, de algum parente próximo a mim, ou não, ou um falecimento, eu não sinto aquele impacto, tristeza, ou até mesmo vontade de chorar.

 

Eu não consigo fazer cara de sério, fico sem jeito, sem saber o que falar, é uma sensação estranha, como se eu fosse dar uma leve enraizada, mais eu não quero rir propositadamente, só vem esse sentimento em mim. Eu não choro, mas quando choro é um choro desesperador, um choro incontrolável. Não sou de me apegar muito as pessoas, mas quando me apego, consigo sentir um sentimento de carinho, como uma amiga, que eu sempre a chamei de amiga, mas as vezes chamo ela para sairmos juntos, e até pedi-la em namoro, e minha mãe, que já é idosa, e é a pessoa que eu mais amo nessa vida. Tenho 28 anos e nunca tive um relacionamento afetivo e sempre fui mais apegando à minha mãe, do que ao meu pai.

 

Gosto muitoooooo de ANIMAIS, principalmente CACHORROS, e também sou apaixonado por CRIANÇAS, e às vezes que choro, e sinto sentimento de raiva, não é porque eu vi um vídeo de um homem sendo espancado, e sendo torturando na internet, mas sim de animais sendo mortos, e sendo maltratadas ou de crianças sofrendo maus tratos.

Não consigo sentir empatia e expor meus sentimentos para as pessoas, mas eu gosto de idealizar algo. Gostaria de ser um ativista. Me espelho muito no Gandhi. Gostaria de lutar por alguma causa, lutar contra o machismo. Adoraria idealizar e apoiar um movimento, como o pró-feminismo, ou alguma ong de animais abandonados e maltratados, ou alguma ong de crianças especiais... como Autistas, e Sindrome de Down.

Às vezes acho que sou uma pessoa especial, como uma pessoa visionária e genuína. Sou conhecido pelas pessoas por ser educado, simpático, companheiro e carismático. Gosto de ficar no meu quarto, na internet, jogando vídeo game.

 

Voltando ao assunto, sou muito impulsivo e ansioso ao extremo. Já cheguei a um ponto de agredir meu pai umas vezes. Quando vejo alguém chorar ou uma imagem de impacto, isso me choca demais... fico sem reação e em estado de choque.

Quando morre alguém próximo a mim, e a minha família, não vou há velórios, porque ver minha mãe triste e chorando e pessoas chorando, vai deixar-me em choque e abalado a tal ponto que tenho vontade de sair correndo.

Não vou em eventos familiares, como festas, aniversários e casamentos. Tenho medo das pessoas, ou melhor dizendo, tenho medo de lugares, com muitas aglomerações de pessoas. Sou muito excêntrico, tímido, e introspetivo. Sempre fui reservado, porém verdadeiro, ingénuo, e sincero.

 

Sempre fui uma pessoa simples, odeio hipocrisia, e pessoas egocêntricas. Só não consigo sentir emoções como afetos e empatia.

ME AJUDA, POR FAVOR?

 

Caro Leitor,

 

A agorafobia está muitas vezes associada à ansiedade generalizada ou ao transtorno de pânico. É o sistema de medo, que se engana na forma de sentir a situação pois avalia-a como perigosa, o que dá origem ao impulso de fugir da situação.

Acontece que a mente interpreta de uma forma errónea o local, como se este implicasse um perigo real para a pessoa.

Não há formas instantâneas de mudar a situação, mas uma psicoterapia torna bastante provável a superação deste medo. É preciso compreender a fisiologia e psicologia do medo e da ansiedade e é essencial mudar o pensamento errado acerca deste medo, pois são as crenças erróneas que amplificam e mantêm a ansiedade.

Para superar seus problemas é preciso fazer algumas mudanças. Pode começar por pequenas mudanças, como por exemplo participar em alguns eventos familiares, sair mais de casa, procurar amigos e expor-se aos poucos a novos eventos de modo a que se habitue a uma nova maneira de se relacionar com as pessoas.

 

É preciso que reinterprete os seus pensamentos e desdramatize o que lhe vai dentro da cabeça. Ao mesmo tempo é preciso que se exponha de modo gradual à situação que teme, constatando que não é por se expor que algo de mal lhe vai acontecer. É preciso que aprenda a construir pensamentos mais saudáveis e a vencer o medo enfrentando-o, substituindo-o por conhecimento.

Procure também ser menos rígido e mais solto consigo mesmo e no relacionamento com as pessoas. Amplie seu leque de amizades, preocupe-se com elas, não se importando com as possíveis críticas.

 

Se não conseguir sozinho procure ajuda especializada. Um tratamento continuo psicológico irá ajudá-lo a superar suas dificuldades e resultará numa melhora global do seu problema.