Sobreviver
Meu nome e Maria
Em 2009 fiquei desempregada soube que o meu contrato não ia ser renovado quando estava a ter a minha filha. Ou seja fiquei sem emprego com uma bebe a nascer e com outro com 5 anos. Passados 8meses o meu marido pede um tempo no casamento pois tinha-se envolvido com outra pessoa. Descobri que estávamos cheios de dívidas e a dever a toda a gente a separação foi-me muito difícil não conseguia comer fiquei anoréctica e com uma depressão fiz tratamento melhorei. O meu marido começou a insistir para voltar não conseguia viver sem nós, acabei por o aceitar apesar de ser contra tudo o que acho correcto pois eu continuo muito apaixonada por ele a minha vida sem ele não fazia nenhum sentido, voltou para casa ao fim de 1 ano. Mas ele também ficou sem emprego porque devido a separação deixou de cumprir os objectivos da empresa e foi dispensado.
Ficamos os dois sem emprego e cheios de dívidas com dois filhos. Decidi abrir uma empresa da minha área de trabalho com dinheiro emprestado e de coisas que fomos vendendo, nossas como ouro e coisas dos meninos que já não usávamos. Continuamos cheios de dívidas respondemos a todos os anúncios sem resposta até para o estrangeiro pedimos, a empresa não consegue arranjar trabalho continuo, as empresas que nos dão trabalho também não tem estamos a passar fome já vendemos o carro já não temos ouro para vender temos vergonha e não recorremos a ajudas do estado ninguém da nossa família sabe da real situação sabem que estamos em dificuldade mas não nesta situação.
O que mais nos custa são os meninos que estavam habituados a um nível de vida bom agora passarem tanta dificuldade este verão passamos em casa não pudemos ir nenhum dia para a praia não tínhamos dinheiro para combustível, a bicicleta do mais velho estava com a roda estragada e nem arranjar se podia ele sempre a pedir e muito triste estar a mesa e só os meninos comer eu e meu marido ficamos com vontade de chorar mas temos de estar sempre bem para eles e muito triste eles pedirem um iogurte e não ter.
Estamos numa situação desesperada e não sabemos como vamos superar cada dia que passa e um tormento.
Obrigada precisava desabafar.
Cara Maria,
Procure continuar a reagir e não se deixe abater e nem perca as esperanças. Tal como o provérbio “não tem mal que nunca acabe”, tudo irá se resolver com paciência e persistência. Tendo fé e esperança irão encontrar trabalho e conseguir se recuperar.
Voltar com seu marido, se está ainda apaixonada por ele, foi uma opção sensata.
Não fique inibida, peça ajuda ao estado, à família, aos amigos e vizinhos. Todos gostam de poder ajudar e um dia vai poder retribuir.
Se precisar de ajuda psicológica pode contar comigo.
Os tempos são difíceis mas enquanto temos saúde e família para nos apoiar somos privilegiados
Um abraço e continue a lutar com força e coragem!