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Consultório de Psicologia

Espaço de transformação com a finalidade de orientar, ajudar, esclarecer dúvidas e inquietações. Encontre equilíbrio, use sua criatividade e deixe fluir sua energia. Mariagrazia Marini Luwisch

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Cena primária

 

 

 

 

Olá!


Desculpe incomodar mas julgo que preciso mesmo de ajuda. Estava na internet a procurar sobre o meu problema e encontrei o seu blog. Desde já, é muito bom ajudar as pessoas e por isso quero já dar-lhe os parabéns pelo trabalho que faz e espero que me possa ajudar porque sou nova e ainda tenho uma longa vida pela frente, assim o espero.
 
Quando era mais nova, com 7/8 anos ouvia os meus pais a fazer amor e ouvia a minha mãe, a fazer muito barulho. Isso incomodava-me muito porque não conseguia adormecer, e se conseguisse não dormia descansada. Atualmente não consigo dormir porque na minha mente qualquer barulho se transforma no barulho que ouvia da minha mãe. Há alturas piores que outras e nessas tenho mesmo de ir ter com ela(ainda vivo lá), para me certificar que não há barulho, e fico muito nervosa, com um certo medo, perturbada. Não sei o que fazer para conseguir dormir sem preocupações.

E agora está pior, tenho namorado e sou feliz com ele, nas nossas relações sexuais, eu quero tê-las mas depois de as ter, sinto-me triste, extremamente, não é por não ter prazer nem amá-lo e estou desconfiada que é por esse trauma de infância. Eu gostava muito e ficava muitíssimo agradecida se me pudesse ajudar porque é muito complicado dormir em paz e ficar triste dessa maneira. Tenho medo que meu namorado ainda pense que é por causa dele.

Agradeço muito a sua atenção desde já e desculpe por não dizer lá no blog mas isto é pessoal e importantíssimo para mim.
  
Peço desculpa, agradeço e assim me despeço com esperança de uma resposta e possível ajuda,

L.

 

Cara L.,

A cena de relação sexual entre os pais, observada ou imaginada pela fantasia da criança, pode ser interpretada por ela como um ato de violência real por parte do pai contra a mãe, ou despertar ciúmes, agravando o complexo de ÉDIPO, como também produzir uma excitação sexual incestuosa, que poderá gerar distonias emocionais (angústias, culpas, mágoas etc.), pela incapacidade de elaborar e de controlar esses sentimentos, podendo produzir traumas e recalques.

A relação sexual é compreendida, pela criança, como uma agressão do pai, numa relação ambivalente (amor e ódio), ou seja, provoca, nesta criança, uma excitação sexual e, ao mesmo tempo, fornece um suporte à angústia decorrente da culpa.

O que vai ajudar a ultrapassar o trauma é ter consciência do que aconteceu e não se sentir “culpada” por isso. E principalmente não relacionar a relação sexual com sofrimento e sexualidade com um ato de brutalidade. Lembre-se que outra maneira de dizer " ter relação sexual" é “fazer amor”. O mais importante é encarar tudo isso com naturalidade.

Entretanto se esse seu sentimento continuar, o melhor é procurar ajuda para poder elaborar e superar esse trauma na terapia.  

Entretanto confie em si própria e não  desanime, tente se ajudar a ultrapassar , vai ver que vai conseguir com calma e muita serenidade.

Fique bem

 

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