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Consultório de Psicologia

Espaço de transformação com a finalidade de orientar, ajudar, esclarecer dúvidas e inquietações. Encontre equilíbrio, use sua criatividade e deixe fluir sua energia. Mariagrazia Marini Luwisch

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Grávida confusa

 

 

 

 

Esta é mais uma tentativa DESESPERADA de entender meu parceiro.

 

Estou grávida de 6 meses e meio, de um menino. Me relaciono com o pai dele a um ano e cinco meses. Durante toda a convivência ele expressava a vontade de ser pai, pois carrega a dor de ter perdido um filho que já estava em formação, da ex mulher. Quando soubemos da notícia da chegada de um filho foi em uma época um tanto conturbada. Aliás nossa relação sempre foi muito conturbada, pois não é um relacionamento onde existe um parceiro e uma parceira, é um relacionamento onde existe um parceiro (ele),  uma parceira (eu), uma ex mulher que esta sempre por perto (mas não ataca diretamente), uma ex namorada que ataca diretamente fazendo chantagens emocionais (alegando que ela deixou marido por ele, alegando que ele prometeu cuidar dela e da filha), e a culpa culpa por ter traído a primeira esposa com esta ex namorada e culpa porque o relacionamento com esta "amante" que passou a ser namorada não ter dado certo), e para finalizar o medo (pois ele tem 36 anos e sua vida sentimental e profissional não obtiveram sucesso, medo de eu cometer os mesmos erros que as ex's dele cometeram, medo pois tenho apenas 22 anos e considerada bonita pelo padrão da sociedade).

 

Por todos estes motivos decidi que nosso relacionamento deveria encerrar (diversas vezes ele tentou terminar comigo e eu não aceitei pois sempre achei injusto agente terminar por medos e receios de um passado quando eu nem fazia parte da vida dele, não queria "pagar" por uma coisa em que eu nem estava presente, e por isso passei por cima de muitas coisas, para provar que queria que desse certo), mas finalmente havia chegado a conclusão que talvez seria melhor assim, cada um seguir a sua vida. Foi ai que veio a notícia, descobri que estava grávida.

 

Na hora chorei muito, pois só eu sei o quanto custou para mim ter coragem de deixa-lo. Me senti culpada, pois ele na mesma época voltou com os planos de fazer faculdade, e abrir o próprio negócio, e o nosso filho por mais que seja um criança desejada ela não foi planejada para este momento. Eu também queria iniciar minha faculdade.

Então combinamos que ele continuaria com a faculdade, eu adiaria a minha (mesmo porque com um filho pequeno é difícil estudar e trabalhar, ainda mais quando a grana é curta), e mantive em segredo a minha decisão de terminar. Cresci sem um pai, não quero que isso ocorra com o meu filho.

 

Combinamos de morar juntos. 

Sei de todos os defeitos dele, e mesmo assim achei que valeria a pena recomeçar, talvez com a chegada do nosso filho ele se sentiria mais seguro, pensaria mais no presente e o passado o atormentasse menos.

Eu não consigo conversar com ele, vejo claramente que ele é uma pessoa frustrada, insegura. E se eu for falar isso com ele, para poder ajuda-lo ele não vai aceitar, vai transformar em briga como das outras vezes. Ele não consegue lidar com a pressão, e as coisas estão acontecendo tudas juntas, a gravidez passando rápido, e nem um teto para nosso filho ainda temos, cada um na casa de seus pais, problemas com a empresa, pois ainda esta nova e negócios novos são dores de cabeça. O dinheiro anda curto e ainda estamos tendo muito prejuízos.

 

Me considero uma pessoa razoável, não gosto de ficar muito no pé pressionando pois sei que se eu o fizer ele não vai aguentar a pressão e vai escapar. Mas também não estou aguentando a barra sozinha. Tentei explicar a ele que estou precisando de mais segurança, afeto, mas toda vez que acontece algo a iniciativa é terminar, quando o vendaval passa ele diz que não conseguiria viver sem mim e nosso filho, que foi da boca para fora. Mas esta situação já esta ficando intolerável, TODA SEMANA ele termina comigo, sofro pois fico imaginando se esta realmente não será para valer, mas sei também que eu preciso tomar uma decisão, porque virou safadeza este vai e volta. Quero terminar, mas não tenho forças pois o amo muito e mesmo com os defeitos sinto muito a falta dele quando estamos sem nos falar. Mas também sei que preciso de segurança para mim e para o nosso filho, que não será saudável para ele conviver em um lar instável. 

 

Para ajudar, com os distúrbios emocionais que a gravidez proporciona eu também tenho me descontrolado, assim pioro as brigas. 

O pior é que não posso me abrir com as pessoas, pois a maioria incentiva a terminar, até mesmo a mãe "se não dá certo talvez seja melhor mesmo terminar...". Não estou a procura de motivos para permanecer, procuro uma solução. Não quero arrepender-me da minha escolha, sei que é um risco...

 

Cara futura mamãe,

 

 

Terminar a relação não é solução. A confusão está armada: um bebé a nascer, um pai com baixa auto-estima, sem sucesso, culpado, com ex-mulher e ex-amante, etc.

 

Não se assuste, essa situação pode ser bastante comum e é consequência das novas famílias.

 

Se você gosta dele, antes de pensar em terminar tente investir na vossa relação, afinal ele vai ser o pai de seu filho.

 

Encontre soluções positivas para o futuro da sua relação e de seu filho que vai nascer. Tente ser flexível, dialogue muito com ele e tentem negociar para se entenderem.

 

Se ele se sentir inseguro pode incentivá-lo a procurar uma ajuda especializada ou mesmo irem juntos a uma terapia de casal para serem acompanhados nesse momento mais difícil.

 

Procure se acalmar, ter paciência e tomar decisões com sabedoria e pensamento positivo para receber essa nova criança!

 

Tudo de bom e felicidade para si e para o seu menino que vai nascer!