Assédio moral no trabalho
Eu sou Manuel e tenho 33 anos. A minha história começa a ser insuportável no fórum psicológico. Trabalho como responsável de caixa há 10 meses (com mais dois colegas por turnos), todos os recebimentos passam pelas minhas mãos. Há sensivelmente 3 meses tenho verificado que os meus colegas - tanto do armazém como os que partilham o turno - passam a mandar bocas há frente dos clientes, a gozar da forma como trabalho, são arrogantes e fazem propositadamente com que as minhas contas errem. Falei uma vez ao patrão mas ele, foi arrogante, e não mostrou interesse no assunto. Psicologicamente começa-me a prejudicar, ando ansioso, desanimado e os níveis de concentração diminuíram, Começo a achar que me querem despedir ou que eu fique farto e me despeça. Até há data as contas têm dado certo - fora os erros propositados dos meus colegas - sou assíduo, tento melhorar o rendimento dia para dia. Apesar de reconhecer o meu valor - com humildade - começo a preocupar seriamente, porque tudo tem um limite e por muito que seja forte mentalmente, sou um ser humano e começo a fraquejar. Gostaria de saber o que tenho de fazer ou se existe alguma lei para me defender?
Sem outro assunto.
Atenciosamente,
Manuel
Caro Manuel,
O assédio moral no trabalho é um problema grave.É um fenómeno muito complexo. As vítimas, muitas vezes, sofrem em silêncio. O assediador pretende demonstrar o seu poder e controle de forma perversa.
Dizer basta à humilhação depende da informação e mobilização da vítima. Um ambiente de trabalho saudável é baseado no respeito “ao outro como legítimo outro”, no incentivo à criatividade, na cooperação.
O combate de forma eficaz ao assédio moral no trabalho exige empenho e coragem. É preciso denunciar e rebelar-se e não aceitar essa violência. Estes são passos iniciais para a conquista de um ambiente de trabalho saneado de riscos e violências. Infelizmente a lei é lenta e pouco eficaz, embora o próprio Estado deve legislar, enquadrando legalmente o fenómeno, permitindo um maior apoio às vítimas e sancionando os agressores.
Um acompanhamento psicológico poderá ser de grande ajuda para reforçar a sua auto-estima e a sua segurança interior na reconquista dos seus direitos. Não se deixe intimidar, reaja fazendo valer seus direitos.