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Consultório de Psicologia

Espaço de transformação com a finalidade de orientar, ajudar, esclarecer dúvidas e inquietações. Encontre equilíbrio, use sua criatividade e deixe fluir sua energia. Mariagrazia Marini Luwisch

Consultório de Psicologia

Espaço de transformação com a finalidade de orientar, ajudar, esclarecer dúvidas e inquietações. Encontre equilíbrio, use sua criatividade e deixe fluir sua energia. Mariagrazia Marini Luwisch

Feliz 2015!!!

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Um Excelente 2015 !!!

Muito feliz quanto possível!

 

Filho do primeiro casamento

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Eu estou no meu terceiro relacionamento sério no primeiro tive um filho fruto do meu primeiro casamento só tenho ele como filho e estou com minha atual esposa cerca de 2 anos ela tem dois filhos um de 7 e outro de 15 eles me adoram me tem como pai pois perderam os pais cerca de dois anos o problema e que minha esposa não aceita meu filho morar com a gente fala que vai trazer a mãe dele para nossa vida e bla bla bla, já não sei que fazer amo meu filho e amo ela meu filho esta precisando de mim pois a mãe dele não tem juízo fica em baladas bares e meu filho quer morar comigo o que fazer quero compreendê-la também fico com receio do meu filho não gostar mais de mim?

Me ajuda por favor

 

Caro Leitor,

Se a sua companheira não tem sensibilidade para entender a necessidade de ter seu filho consigo, demonstra uma atitude egoísta, injusta e pouco flexível. Fale com ela e insista no seu desejo. Se ela não estiver disposta a viver com seu filho não parece que será possível manter a relação, mais cedo ou mais tarde romper-se-á. Lembre-se que o seu filho é a coisa mais importante na vida e que precisa de um pai e de uma família.

Tudo de bom

 

 

Feliz Natal

 

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Um Feliz e Sereno Natal a todos os meus leitores!

Um abraço

Arrependida da adoção

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Dra. Mariagrazia,

 

Fui durante 19 anos mãe de uma Rita encantadora doente de Leucemia desde os 14 anos e que nos deixou em novembro de 2004.

Eu e o meu marido ficámos completamente perdidos, a vida não fazia sentido, precisávamos de dar continuidade ao nosso papel de pais e partimos para a adoção.

Foi-nos proposto em novembro de 2006 adotar dois irmãos, um de 7 anos e outro de 9.

 

Vieram para nossa casa, eram muito traquinas, muito mentirosos muito maus alunos muito violentos e agressivos mas pensámos sempre que com paciência poderíamos conseguir educar aqueles meninos.

6 meses depois foi decretada a adoção plena.

O que se passou a partir daquela altura foi indiscritível, a escola do mais velho devido ao comportamento marginal dele, às faltas, à agressividade e às falsificações de assinaturas em determinada altura disseram-me que ele tinha sido sinalizado no CPCJ e que possivelmente iria ser expulso. Pedi por favor que o não fizessem pois já o tinha inscrito no Colégio Militar e se ele fosse expulso não aceitavam a matrícula.

Entretanto connosco começaram a ser violentos e agressivos, o mais velho uma vez levantou uma faca para o pai e o mais pequeno quando o tentei ajudar a fazer os trabalhos de casa agrediu-me.

Em determinada altura pedi ajuda à Segurança Social, às técnicas que tinham tratado do processo de adoção…mas fomos completamente abandonados pela Segurança Social. Aliás depois da entrega as crianças só foram visitadas por duas vezes.

 

A nossa frustração foi aumentando, as crianças foram-se tornando dois rapazes que ninguém queria por perto, roubavam e tratavam mal toda a gente… os amigos e a família desapareceram.

Na ausência de ajuda pela Segurança Social os meus filhos foram ambos acompanhados por pedopsiquiatras, fizeram tudo o que há de medicação para hiperatividade com défice de atenção, ambos mentiram aos médicos e a última reação, do mais pequeno, foi a agressão a um professor e duas agressões a mim. Os médicos desistiram deles, disseram que eles precisavam de Colégio Interno. O mais velho acabou por ir para o Colégio Militar, de onde foi expulso, o mais pequeno foi para um colégio pequenino, com uma turma por cada ano e a Diretora do Colégio como era homeopata andava a tratar dele com produtos homeopatas…creio que só por esse motivo é que ele ainda não foi expulso do Colégio.

No dia 7 de novembro fomos à CPCJ, a partir dessa data a situação em casa e na escola dos dois menores agravou-se substancialmente. O mais pequeno não tinha qualquer respeito por nada nem por ninguém, continuou na provocação de tudo e de todos e agride verbalmente os professores, os auxiliares, todos quantos lhe aparecem pela frente. No entanto como era o pai que o deixava e ia buscar ao Colégio ele tinha menos oportunidades para por em práticas as suas “fugas”. No entanto a Escola Segura foi chamada ao Colégio, pela forma desordeira como ele está tanto no recreio como nas aulas.

 

Em relação ao mais velho tudo piorou, no mesmo dia em que saiu da reunião, saiu de casa deixando um papel dizendo que ia sair com a namorada, ia para a Alameda e jantava fora, saía vezes sem conta, não explica nem para onde ia nem de onde vinha, diz que “não temos nada a ver com a vida dele”. Depois de termos recebido uma denúncia de que ela tinha estado na nossa casa com uma rapariga, colocámos uma corrente de segurança com fechadura que ele arrombou, foi comunicado o arrombamento à Polícia. No dia do seu aniversário, envergava roupa nova, casaco, calças, ténis e chapéu, nada daquilo tinha sido comprado com o nosso dinheiro, mais uma vez a Polícia foi chamada ele justificou que tudo lhe havia sido dado como presente “Por pessoas que gostavam dele”.

 

Num final de semana, depois de se recusar a sair com o pai foi de novo chamada a Polícia, acabou por passar o fim-de-semana com o pai. Entretanto apareceu com um telemóvel topo de gama, comprado por ele… gastou 150€, nós não lhe demos esse dinheiro… de onde vinham estes presentes? Começámos a estar muito desconfiados…

 

As ameaças de morte passaram a ser uma constante… passámos a dormir com a porta do quarto fechada, tínhamos medo deles.

Entretanto houve outra reunião no CPCJ, 30 de Novembro de 2012. Foram retirados à família adotiva e colocados em CAT.

 

Foi o fim daqueles meninos o internamento no CAT, ambos se tornaram marginais. O mais pequeno foi para Centro Educativo com 7 crimes e abandono escolar o mais velho com 23 crimes, roubo, prostituição, tráfico de droga, violência com uma namorada, pornografia infantil… disse em tribunal que não queria continuar a viver no seio da família adotiva.

 

Presentemente não visitamos o mais velho, nunca visitámos, a última vez que nos encontramos ele disse-me que não fazia nada de mal, fazia o mesmo que os amigos faziam e as famílias não se importavam nada. Disse-me na minha cara que ia ser rico e que ainda ia mandar pregar um tiro na cabeça do pai e outro na minha.

 

O mais pequeno quer muito a nossa presença, vamos visitá-lo aos fins-de-semana e mantemos contactos diários por telefone, sairá do Centro Educativo em Setembro do ano que vem.

 

Vem este ano passar o Natal connosco…

 

Estou aterrorizada com medo que ele fuja… e estamos como já lhe disse completamente sós, a família desistiu do nosso drama…

 

Sabe Dra. Mariagrazia, já me arrependi amargamente desta adoção.

Obrigada por me ouvir. FF.

 

Cara FF.,

 

Falar sobre a adoção é sempre uma vivência carregada de emoção por envolver  sentimentos profundos de afeto e principalmente por se tratar de crianças. Toda a relação humana é organizada, mediada, tanto por fatores conscientes quanto inconscientes e, portanto, dentro das relações que se estabelecem no processo de adoção também ocorre a interferência de fatores inconscientes, cujo reconhecimento e conscientização promovem a saúde psíquica.

O que está a viver é como uma jornada de herói, uma sina com uma adoção  e seus filhos adotivos, que no fundo precisam de afeto mas por algum bloqueio emocional não conseguem fazer um vínculo com os pais adotivos e vivem numa contestação destrutiva sem conseguir encontrar um equilíbrio saudável.

 

Penso que essas crianças precisam de acompanhamento psicológico para que possam resgatar a mãe biológica com quem perderam o elo e através de si poderem ser ajudados a resgatar a própria identidade. Esse processo envolve uma busca interior e uma mediação de ajuda psicológica.

 

Pense que de uma maneira natural essas crianças chegaram até si  e de uma maneira natural irá dar um acompanhamento possível. Não tenha medo. Pelo que refere são uma família corajosa, de valores humanos saudáveis e certamente saberão dar-lhe o acolhimento afetivo necessário para que ele possa se sentir acolhido e aos poucos desbloquear seus impedimentos e reforçar o vínculo convosco. Quanto ao mais velho, parece que por enquanto é difícil melhorar a ligação. De qualquer maneira não se arrependa, fez o possível e nem sempre somos bem sucedidos nas nossas andanças mas nem por isso somos menos íntegros.

 

Um abraço! Um Feliz e sereno  Natal e um excelente 2015 !

 

 

Muita raiva

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Olá, preciso de ajuda e não tenho com quem conversar, as vezes explodo por não ser compreendido e não consigo expressar o que sinto. Estou perdendo minha noiva por conta dos meus ataques de raiva que vem sendo muito frequentes, tento me controlar mas não consigo. Não sei mais o que fazer, as vezes me Machuco e destruo tudo que tem a minha volta, só queria dizer o que sinto e ser compreendido.

Ass. C.

 

Caro C.,

Pensamentos disfuncionais aparecem com frequência durante situações em que a raiva é excessiva, além de crenças irracionais.

Procure perceber o que sente e o que faz despoletar a sua raiva para tentar controlar.

Enfrentar a raiva é como um jogo que exige concentração, estratégia e capacidade para identificar o alvo. É preciso descobrir o que nos faz perder o controlo e com paciência eliminar ou aprender a gerir os problemas.

 

Métodos que ajudam a pessoa a lidar melhor com a explosão de raiva e a controlar os impulsos e a ansiedade:

-Respire! Inspirar e expirar profundamente o ar ajuda a oxigenar o cérebro e relaxar a musculatura.

-Pratique atividade física regularmente.

-Levante hipóteses sobre o conflito, ele pode não representar um ataque direto contra você.

-Mude de ambiente e afaste-se da pessoa ou situação que causou a tensão. Dessa forma, você conseguirá encarar o problema de forma mais controlada.

 

Se não conseguir sozinho procure ajuda profissional, pois essas explosões podem piorar e estragar a sua relação e dificultar a sua vida.

 

Fique bem

 

 

 

Automutilação e angústia

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 Olá, meu nome é Paula tenho 15 anos, tenho pais, meus pais já sabem, por um descuido minha mãe viu as cicatrizes no meu braço tentei mentir falar que eram apenas arranhões mas ela não acreditou e tive que contar tudo... eu me sinto sozinha...não sei porque me corto, já faz uns 4 meses que isso vem acontecendo, estou perdida em um mundo de horror onde a lâmina é a minha última saída, não sei como parar isso já virou um vício, eu tento não fazer mas quando eu paro pra pensar me vem na cabeça, quais os motivos que fariam eu não fazer?

 

Me corto. Me arrependo. Me corto novamente. Lembro das promessas que acabo de quebrar. Me corto novamente. E assim vai indo.

Fui tão fraca ao ponto de cometer esses erros no meu pulso? Eu sei que decepciono muita gente fazendo isso, mas o que eu posso fazer se isso é o meu único refúgio? Se é a única coisa que me faz se sentir melhor? E antes de qualquer outro, eu tenho decepcionado a mim mesmo.

Olhar para os braços e lembrar dos motivos, das dores, das angústias. Tem dor Pior ? Eu penso em não fazer fico ali tentando me segurar, a lâmina na mão. Me vem na cabeça o rosto triste dos meus pais ao ver sua filha se mutilando, o olhar de desaprovação, o pensamento ”aonde nós erramos?”.

Não são vocês queridos pais, sou eu. Eu é que cheguei na vida de vocês e estraguei tudo, toda cicatriz tem sua história.

 

Olho para meus pulsos e minhas lágrimas escorrem, enquanto todos dormem e outros sonham acordados com o futuro maravilhoso que querem ter com seu ‘amor’, eu estou aqui sozinha perdida em meus cortes me recordando de cada coisa de cada dor e jurando para min mesma que não cometerei o mesmo erro. Sinto um vazio a vontade de me cortar é imensa.

O que começou com 1 corte passou a ser 5,10 e por aí vai. Cortes que mais pareciam arranhões Hoje é mais um dia em que fracassei promessas jogadas foras. Não aguentei, não suporto passar um dia sem me cortar. Pensei que poderia controlar esse vício mais na verdade é ele quem em controla. Tudo isso partiu de uma brincadeira. Hoje é um vício. Um vício que me consome que me deixa bem, mas ao mesmo tempo me faz sentir uma completa idiota e mentirosa por prometer a muitos que eu iria parar com isso.

 

Um dia eu até cheguei a ficar ali por muitas horas, sentada no chão do banheiro, olhando para teto. Passava-me cenas de tudo de ruim que havia vivido. Lembro-me daquelas noites em que não conseguia dormir. Aquelas vozes perturbadoras me seguiam. Virava-me na cama e cobria meu rosto com o travesseiro. A fim de conter meu choro.

"Às vezes a dor causada por um sentimento é tão forte que sentimos a necessidade de tirar essa dor de dentro do peito e transmiti-la para o corpo. A sociedade condena, julga, critica, mas só que sente no peito essa dor que é insuportável é capaz de entender o alivio de sentir na pele."

 

Os meus Cortes antes apareciam por algum motivo. Hoje aparecem por vício Eu só queria poder parar. Eu só queria voltar à viver. Só queria poder dar uma risada verdadeira. Queria poder me achar, no meio dessa confusão, eu só queria voltar a ser aquela garotinha, que ria, que era feliz, alegre, com vida.

Sinceramente, eu já perdi a conta de quantas madrugadas eu já passei ouvindo músicas que me cortavam por dentro, e escrevendo, escrevendo textos que a maioria se assustaria ao ler, tentando fazer com que palavras descrevessem sentimentos que nem eu mesma compreendia.

Passo o dia falando que estou bem, mesmo não estando, sorrindo quando a minha vontade é chorar, mentidos pra pessoas que me querem bem e pra outras que nem tanto, calma aí… alguém me quer bem?

 

É eu acho que a resposta é óbvia, mas enfim, passar pelo dia até que é “fácil”, mas quando chega a noite, tudo que eu suportei forte durante toda minha vida vem em mente, tudo que me falam e finjo que não ligo, que não me atinge passa pela minha cabeça e a dor, a agonia que eu sinto aqui dentro parece se multiplica milhões de vezes e de repente me vejo sozinha no banheiro com a porta trancada, sentada no chão com a lâmina na mão e o sangue já ali escorrendo, e nesse momento eu sinto um alivio inexplicável, é como se tudo o que eu sentia até então sumisse assim em um passe de magica, a dor dos cortes supera, ou faz com que eu esqueça pelo menos por um momento a dor que eu sinto aqui dentro,

EU PRECISO DE AJUDA, PF

 

Filha com rebeldia

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Olá Doutora! Tenho uma filha de 12 anos, que têm apresentado muita rebeldia ultimamente. Ela passa o tempo inteiro no celular só larga, para dormir. Eu estou me sentindo perdida, sem saber o que fazer, tentei restringir o uso, ela se recusa, tentei tomá-lo na época de provas, e também não consegui. Preciso de uma orientação. Obrigada! 

Precisa ser firme com ela e negociar um tempo para usar o celular e um tempo para estudar, fazer algum desporto, etc..

 

Cara Mãe,

Na adolescência, as transformações hormonais e psicológicas acontecem muito rápido e por isso é esperado que o jovem entre em atrito com os pais a todo momento, tenha oscilações de humor e se revolte contra as regras da escola e da casa.

 

Muitas vezes, os filhos fazem exatamente o contrário do que os pais querem só para não atenderem às expectativas e mostrarem que a decisão foi deles. Para buscar sua identidade, o filho precisa mostrar que é diferente dos pais.

 

Se ela se comportou mal, antes de dar um sermão ou castigo imediato, espere um momento oportuno para falar com calma sobre o que aconteceu. Diga que percebeu que ela não está bem e pergunte como pode ajudar. Esse caminho é melhor do que o embate, que afasta ainda mais a jovem da família. Outra boa maneira de evitar ou reverter atitudes rebeldes é dar autonomia e responsabilidades para a filha, inserindo-a dentro das normas de convivência estabelecidas em casa. Ela precisa ter uma rotina, desde arrumar a própria cama e tirar o prato da mesa até se organizar para estudar. Ter referências faz com que o adolescente se sinta menos perdido e mais à vontade para transitar dentro de um ambiente seguro.

 

Procure estar disponível para a sua filha e tente não julgar as suas atitudes, por mais difícil que seja. Para abrir o canal de comunicação é preciso respeitar os sentimentos e pensamentos do adolescente e ser capaz de compreendê-lo. A convivência é fundamental e as conversas podem acontecer na hora do jantar ou no meio de atividades feitas em conjunto, como desporto e passeios.

Um abraço