Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Consultório de Psicologia

Espaço de transformação com a finalidade de orientar, ajudar, esclarecer dúvidas e inquietações. Encontre equilíbrio, use sua criatividade e deixe fluir sua energia. Mariagrazia Marini Luwisch

Consultório de Psicologia

Espaço de transformação com a finalidade de orientar, ajudar, esclarecer dúvidas e inquietações. Encontre equilíbrio, use sua criatividade e deixe fluir sua energia. Mariagrazia Marini Luwisch

Afastar os homens

munch6.jpg

 

Boa noite doutora. 

Sou uma jovem de 28 anos, tenho um filho de 7 anos. 

Aos 14 anos sofri assédio por parte do meu pai e ele praticamente me violou. 

Desde que me conheço como pessoa nao me lembro de ter apresentado ninguém como meu namorado nem de ser apresentada como namorada de ninguém. 

Tudo o que vivi até agora foi sempre coisas passageiras. No início corre tudo bem mas depois afastam-se e querem apenas continuar a ter relações comigo e como fico carente e sinto-me sozinha acabou por aceitar o pouco que me podem dar. 

Sinto um vazio enorme no peito. Sinto falta de um amor. Alguém que me veja como sou e me aceite e me queira fazer feliz. Sinto-me tão sozinha. Sinto que tenho algo de errado que afasta os homens. 

Já não sei o que fazer. 

Cumprimentos

 Ma

 

Cara Ma,

A sua própria preocupação de que está a afastar os homens pode fazer com que se afastem.

O trauma que viveu, poderá ter alguma influência caso trate os homens com desconfiança ou com desagrado. Normalmente uma relação se desgasta em breve tempo quando não existe respeito e um sentimento forte de amor.

É fundamental que entre o casal exista amor e sintonia de sentimentos, com respeito, cuidado e interesses comuns.

Ao encontrar o seu grande amor, vai ver que a relação vai durar. O importante é não ter medo de não agradar, mas sentir-se segura do seu valor.

Um abraço

 

Despersonalização

magritte27.jpg

 

 

Doutora, eu estive esse tempo todo tentando perceber o que se passava comigo. Eu tinha medo de falar com um médico pois tinha receio que ele me quisesse internar por estar maluca. Mas eu fiz algumas pesquizas na net sobre os meus sintomas e aponta a que eu sofra de despersonalização. Eu sinto minha cabeça vazia sinto me vazia parece que não estou presente. As vezes faço me questões tipo o que estou a fazer. Eu não tiro prazer do momento que estou a viver. Eu já não sei o que é sentir felicidade. Eu vivo frustrada com medos e com este problema. Que posso fazer doutora?

 

Cara leitora,

A despersonalização pode ser um sintoma de outras perturbações psiquiátricas

A despersonalização está intimamente relacionada com a ansiedade. Enquanto desordem isolada pode ser desencadeada pela vivência de uma situação traumática ou pode ainda despoletar-se no indivíduo se este atravessar um conflito interno insuportável: a mente passa por um processo inconsciente de dissociação - separa (dissocia) conhecimento, informações ou sentimentos incompatíveis ou inaceitáveis oriundos do pensamento (realidade) consciente.

 

Não tenha medo de falar com o médico. Para tudo tem remédio, o que é preciso é que tenha motivação para se tratar. Não é o caso de estar maluca, mas deve estar com algum problema psicológico, talvez relacionado com a ansiedade, ou com alguma grande tensão geradora de stress.

No seu caso há indicação de psicoterapia para trabalhar os conflitos e sua solução.

Procure ajuda de uma psicóloga para um diagnóstico preciso e inicio de um tratamento. Entretanto também pode ser que se trate de uma fase, uma de crise passageira. O importante é confiar em si própria e buscar uma ajuda efectiva.

Um abraço

 

 

Mãe sufocante

tarsila31.jpg

 

 

 

Chamo-me V. e tenho 19 anos.

Gostaria de um conselho seu ... minha mãe tem 41 anos e gosta de se meter na minha vida

Eu sei que é minha mãe, e tem esse direito, mas já não consigo ter paciência.

Eu estudo e trabalho, tenho um namorado e gostava de para o ano já com 20 anos viajar com ele 2 semanas mas a minha mãe não deixa, vive esfregando na minha cara que enquanto morar com ela tenho de passar férias com ela e que é cedo para viajar com ele, já quando saio com ele tenho de estar em casa antes da meia noite e quer sempre que lhe conte tudo. Já para não falar que nunca sai com amigas a noite porque ela não deixa.

Ela sufoca e está a fazer com que cada vez tenha mais vontade de sair de casa, só não o fiz por causa do meu pai.

Mas doutora o que acha que devo fazer? Acha que ainda sou muito nova para me divertir?

Obrigada 

Beijos

 

Cara V.,

Certamente divertimento não tem idade, mas a sua mãe é cautelosa e atenta e teme que um relacionamento possa causar complicações como gravidez ou doenças sexualmente transmissíveis e procura assim evitar riscos. Esse tipo de decisão depende dos limites da cultura da família e da maturidade dos filhos.

Se sentir que tem maturidade suficiente para assumir riscos e consequências fale com ela, se não, melhor aguardar um pouco mais até poder viver tudo isso com mais maturidade e tranquilidade.

A sua mãe é uma mãe presente e preocupa-se com o seu bem-estar, o que não impede que fale com ela, expresse a sua opinião e procurem juntas um entendimento saudável.

Para superar um possível esgotamento emocional inerente a situações de superproteção é muito importante que haver diálogo entre mãe e filha.

Um abraço

Mariagrazia

 

 

Abuso sexual

tarsila30.jpg

 

Bom meu nome é Ana e estou precisando de ajuda. Há mais ou menos 3 anos sofri abuso sexual. Há mais ou menos 4 meses e eu consegui contar para minha professora através de uma carta.

A carta foi mostrada para o meu pai, mas nada mudou porque ele não acreditou. Sou da igreja católica, então tivemos retiro e um dia antes eu tinha conversado com uma amiga da mãe e ficamos 3 dias lá e no 2 dia eu passei mal porque sabia que tinha que contar. Acontece que ela me pediu permissão e contou para minha mãe, desde então minha vida mudou.

Eu mudei e comecei a me cortar, tive várias tentativas de suicídio, fui para um grupo de apoio e eu estou extremamente cansada. Me trato com psicólogo e psiquiatra mas não está resolvendo. Me sinto fraca por não me defender e suja. Espero que responda e consiga me ajudar ...

 

Cara Ana,

Obviamente todo abuso é uma violência e tem a tendência de causar transtorno e consequências graves para a vítima, dependendo de como a pessoa o interpretou.

A violência sexual abrange um conjunto de atos sexuais dos quais a penetração é apenas um exemplo. Há outras formas de violência sexual: obrigar à prática de sexo oral ou de masturbação; carícias indesejadas nos órgãos sexuais; forçar à exposição, visualização ou participação em filmes de natureza erótica ou pornográfica ou forçar à prática de prostituição.

É possível sentir prazer durante uma interação sexual forçada por uma razão simples: o nosso organismo possui mecanismos biológicos que são ativados, de forma involuntária, perante o toque. O sistema reprodutor, o sistema hormonal e o sistema nervoso (cérebro) são os principais responsáveis por este processo do nosso organismo.

É importante não esquecer que, mesmo que se sinta este suposto"prazer", não significa que tenha gostado do que aconteceu, muito menos faz com que a vítima seja culpada pela violência sexual.

O mais importante é não se culpar pelo que aconteceu, mas aceitar como uma forma de acidente que aconteceu e que é preciso ultrapassar para continuar a viver sem traumas e para que não aumentarem os problemas.

No seu acompanhamento psicológico  e psiquiátrico, fale sobre tudo o que sente e também sobre esses novos comportamento, que são destrutivos e precisam acabar e ser substituídos por comportamentos saudáveis como  dedicar-se ao estudo, ao trabalho e ao crescimento pessoal.

Procure desdramatizar o acontecido, saiba que muitas mulheres sofrem abusos principalmente na infância e adolescência e o importante é viver a experiência como aprendizado para a vida.

Um abraço e Bom Ano!