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Consultório de Psicologia

Espaço de transformação com a finalidade de orientar, ajudar, esclarecer dúvidas e inquietações. Encontre equilíbrio, use sua criatividade e deixe fluir sua energia. Mariagrazia Marini Luwisch

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Espaço de transformação com a finalidade de orientar, ajudar, esclarecer dúvidas e inquietações. Encontre equilíbrio, use sua criatividade e deixe fluir sua energia. Mariagrazia Marini Luwisch

Violada sexualmente

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Tenho 29anos quando tinha 12 fui violada sexualmente, e toda minha família sabe disso andei em psicólogos durante 1ano, mas a única coisa que fazia lá era desenhar durante 30min e nunca conversar nem em casa nem com ninguém, assim fui vivendo tanto que nunca mas me relacionei com ninguém até quando tinha 22anos.

 

O problema é que não consigo levar um relacionamento a sério, não consigo confiar em ninguém, tanto que no relacionamento acabei engravidando mas devido ao meu medo, insegurança, optei por ter o filho sozinha um lindo rapaz, mas o que mais me preocupa é como lido com o sexo, como se não significasse nada o que no fundo não é assim. Eu quero ser uma pessoa normal saber me relacionar, educar o meu filho da melhor maneira.

 

Por favor me ajude o que eu faço???

 

Cara leitora,

 

Há largas evidências de que o abuso sexual do adolescente é um trauma interpessoal agudo. Tal trauma encerra uma profunda violação de limites físicos e psicológicos e traz consequências graves e negativas para a vítima ao longo de seu desenvolvimento cognitivo, afetivo, comportamental e social e, principalmente, para os seus relacionamentos interpessoais futuros. Com a vivência do abuso, a pessoa perde a espontaneidade e a naturalidade de sua sexualidade e fica privada de sua inocência, o que leva à culpa. E a culpa prejudica a alegria de viver. Com a vivência do abuso, o indivíduo não consegue entregar-se de forma plena ao amor.

 

Por ter acontecido no início da sua maturidade sexual e por não ter resolvido suficientemente o sucedido resultou uma ferida na emoção, uma ferida no amor, originada no profundo sentimento de desconfiança no ser humano em geral. Com isso, “não consegue entregar-se ao corpo e ao amor” o que significa que a sua entrega amorosa e sexual ficou comprometida e com isso diminui grandemente as oportunidades de realizar-se afetivamente.

 

Parece que em decorrência da violação resultou sentir o sexo e a relação sexual como ato mecânico, muito provavelmente, por um mecanismo de defesa usado na altura da violação e ainda muito presente em si.

Para se libertar desse sentimento, o melhor é fazer um tratamento com uma psicóloga para compreender e curar essa “ferida invisível” que resultou dessa triste experiência do seu passado.

Pense nisso e tome uma atitude positiva para ajudar-se!

 

Fique bem

Não sentir emoções

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Estava pesquisando sobre a falta de emoção e vi esse depoimento e decidi escrever-lhe. Talvez possa dar-me uma "luz".

Temo não sentir qualquer emoção, mas antes vou tentar explicar como cheguei a essa conclusão.

A alguns anos atrás, mais ou menos uns 4 a 5 anos, perdi meu avó, e eu era muito próxima a ele. Me surpreendi que no enterro dele, desde o momento da descoberta do câncer até o falecimento, simplesmente não me "emocionei" muito, no enterro caíram algumas lágrimas, mas eram mais pelos parentes ali presente e pelo desespero da minha mãe.

Recentemente descobrimos que meu pai está com câncer de próstata, quando recebi a notícia fiquei chocada, chorei algumas vezes e pronto, é como se não fosse com meu pai e sim algum estranho, e quando as pessoas me falam que estão muito mal pelo meu pai, minha sogra ficou noites sem dormir, meu sogro a taxa da diabetes subiu muito, eu fico me perguntando se eu não deveria está mais apreensiva do que eles, afinal é o meu pai, e eu estou aqui super bem, preocupada com minhas provas pra estudar, sobre onde vou passar o natal ou as festas de final de ano....eu fico chocada comigo mesma, por simplesmente parecer "não me importar", e sou muito apegada a meu pai.

Ontem (14/08) a minha vizinha perdeu o irmão, que matou a esposa e se matou, fui lá consolá-la, minha sogra chorou muito quando soube, mas pra mim não pareceu nada. Foi quando notei que simplesmente não sinto nada., como se eu fosse oca, seca, fria.

Me irrito com facilidade com coisas bestas, e nunca fui assim. Quero acreditar que seja um resultado ao acúmulo de stresses que me deixou assim, mas começo a me preocupar, vejo as pessoas mais emocionadas com coisas que me dizem respeito, do que eu mesma.

Raramente choro, mas quando ocorre é incontrolável e as vezes por nenhum motivo, do nada passa e é como se não tivesse acontecido nada.

 

Será que pode dar-me uma luz? Desde já agradeço!

 

 

Cara L.,

Muitas das pessoas chamadas frias ou racionais sofrem de alexitimia, uma espécie de analfabetismo emocional.

 

São pessoas com dificuldades para identificar e descrever os próprios sentimentos bem como dos de outros, que choram raras vezes, mas quando choram o seu pranto é intenso.

Tem dificuldade em diferenciar o que sentem, se é raiva, temor ou ansiedade e descrevem o que sentem através de expressões gerais como "estou bem" ou "mal", sem poder diferenciar emoções como alegria, tristeza, cansaço, irritabilidade ou nervosismo.

 

Também não podem interpretar as emoções das pessoas que lhe rodeiam, assim como sentir empatia, ou seja, colocar-se no lugar do outro.

 

A incapacidade de expressar as emoções atinge uma em cada 10 pessoas, empobrece a vida e as relações e a saúde.

 

A impossibilidade de verbalizar e abordar os conflitos psicológicos, como a morte de um familiar, uma demissão ou um divórcio, faz com que a pessoa somatize adoecendo o corpo e favorecendo úlceras e gastrite ou doenças mais graves. Assim, o alexitímico responde à situação através de manifestações de seu corpo, ao em vez de com palavras.

 

A psicoterapia é a abordagem mais indicada, acompanhada de exercícios de relaxamento para optimizar o tratamento.

 

Tudo de bom

 

 

Dúvidas e sexualidade

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Olá Dra. Eu não estou com dúvidas em relação à minha orientação sexual. Sempre tive mulheres e sempre me senti bem com isso. Mas do ano passado para cá, vinha-me à cabeça que era gay.

 

Eu não ligava porque isso não fazia sentido. Mas este ano, no dia da minha imposição de insígnias (sou finalista) deu-me qualquer coisa na cabeça e fiquei obsessivo com essa ideia.

 

É possível uma pessoa aos 25 anos descobrir isso? É que eu não sinto nenhuma atracção por homens nem nada que se pareça. Procurei um psiquiatra e ele disse-me que eu estava com uma perturbação obsessivo compulsiva.

Isto já dura há 5 meses. Estou completamente desesperado porque eu não sou gay e só me vem à cabeça imagens mentais de homens em tronco nu e pensamentos de sexo anal.

Mas eu não sou gay nem o quero ser. Poderia esclarecer-me por favor. É que eu não sinto a mínima atracão sexual por homens. Nada mesmo.

 

Cumprimentos, CB

 

 

Caro CB,

 

Segundo a concepção junguiana de sexualidade, “…a pessoa é masculina e feminina, não é só homem ou só mulher”, assim todos teríamos o nosso oposto interno. A saúde ou a patologia está na capacidade de lidar com este oposto.

 

Não podemos pensar a sexualidade como restrita ao corpo, há que sentir também na alma (psique em grego), e a partir daí ir além. Assim a vivência interna de um homem pode ser feminina ou masculina.

 

Precisa descontrair e viver a sua sexualidade com naturalidade. Não importa o que lhe vem à cabeça e não deve fazer disso uma cisma. Pode ser que seja bissexual, heterossexual, etc., o importante é que se sinta bem consigo mesmo. Descontrair e relaxar é a melhor maneira de viver a sua sexualidade.

 

Se não conseguir superar essa inquietação sozinho procure uma ajuda profissional para poder falar sobre as suas dificuldades e aprimorar seu autoconhecimento.

Fique bem

Muito desejo sexual

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Bom dia Dra.,

 

Escrevo para a doutora porque gostaria de saber ser ter desejo sexual a todo o momento por alguém é normal?

 

Caro Leitor,

 

Sair de casa frequentemente com o único objetivo de fazer sexo, passar horas assistindo a filmes eróticos ou se masturbando, exigir do companheiro frequência sexual excessiva e ainda manter relações extraconjugais são sinais de que o desejo sexual saudável pode ter dado lugar a uma doença.

Segundo médicos, é natural que o ritmo sexual e a vontade de ter sexo variem de pessoa para pessoa. Quando o impulso sexual sai do controle, porém, ele se torna uma compulsão, que, como qualquer outra dependência, precisa de tratamento.

 

A compulsão sexual não é definida pelo número de relações sexuais que a pessoa tem. O critério não é quantitativo porque existem pessoas que têm atividade sexual intensa, mas não tem a compulsão. É considerado transtorno quando a pessoa não tem controle sobre o impulso, ou seja, quando leva mais tempo do que gostaria com a busca por sexo ou com a prática sexual.

 

Com o passar do tempo e o agravamento do transtorno, a compulsão passa a interferir nas outras áreas da vida, e o prazer dá lugar a sentimentos de culpa e arrependimento.

 

Se começarem a aparecer os resultados negativos, como perda de emprego, fim de relacionamento, etc. é indicado que busque ajuda profissional.

Se for só um caso de pensamento e que não interferir com a sua vida normal, não há problema.

 

Fique bem