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Consultório de Psicologia

Espaço de transformação com a finalidade de orientar, ajudar, esclarecer dúvidas e inquietações. Encontre equilíbrio, use sua criatividade e deixe fluir sua energia. Mariagrazia Marini Luwisch

Consultório de Psicologia

Espaço de transformação com a finalidade de orientar, ajudar, esclarecer dúvidas e inquietações. Encontre equilíbrio, use sua criatividade e deixe fluir sua energia. Mariagrazia Marini Luwisch

Falar de sentimentos

 

niki15.jpgBom dia,

Vi no seu blog algumas situações que levam as pessoas a ficar em baixo e como tal, decidi também desabafar. Pois bem, sou o Daniel e tenho 22 anos. Em 2012 quando concluí o 12º ano decidi ir trabalhar e desde então tenho um trabalho fixo. Mas o que quero realmente falar é sobre sentimentos.

Sempre fui um rapaz extremamente tímido e como tal, nunca desenvolvi daquelas amizades que são para a vida ou mesmo das temporárias nas escolas. A situação piora se falar em relações com o sexo feminino, se para mim arranjar amizades com o sexo masculino foi sempre algo extremamente difícil, com o sexo oposto nem se fala. Tanto quanto já percebi, eu funciono por recaídas. Estou bem comigo mesmo mas há alturas em que tenho as tais recaídas e sinto-me mal com tudo na vida, quase como uma depressão mas não acho que o meu problema seja uma depressão.

No momento em que escrevo isto é o momento de uma dessas recaídas que ocorreu após a visualização de um filme. Em todos os filmes há relações amorosas e pronto, foi essa a parte que mais me afectou. Recentemente comecei a jogar um jogo que funciona por GPS no telemóvel e esse jogo já me fez conhecer algumas pessoas na vida real mas a verdade é que em pouco ou nada muda no meu estado espírito. Enquanto jogo, estou distraído e não me "lembro" de ficar em baixo mas no trabalho por exemplo, estou sempre mal disposto e tenho consciência que isso é péssimo, principalmente sendo no atendimento ao público. Irrito-me com muita facilidade e sempre que tenho tempo fico em baixo.

Já tenho consciência disto tudo mas a resistência à mudança é mais forte que eu e não consigo estar bem humorado no trabalho. Perto das pessoas que gosto disfarço bem e ninguém sonha que no meu interior esteja mal. Para finalizar este longo texto, não sei, sinceramente, que respostas procuro eu. Quero sim acabar com este sentimento de tristeza, irritação e por vezes até raiva mesmo.

Agradeço a leitura de todo o texto e caso tenha tempo para devolver alguma palavra, fico à espera. Cumprimentos, D.

 

Caro D.,

Se está frequentemente com mau humor, irritado, mal disposto e triste poderá estar com depressão. Procurar ocupar-se para esquecer a depressão e se esforçar para aparentar bem-estar, é uma luta que mina as forças já abaladas pela própria depressão e aumenta ainda mais a irritabilidade e a impaciência.

O primeiro passo é procurar uma terapia para tratar do seu problema, que, provavelmente está relacionado com a sua timidez e dificuldades de exprimir seus sentimentos.

O ser humano precisa conviver e se relacionar para se sentir seguro e resolvido. Conviver não é um ato facultativo em nossas vidas. É vital, seja no ambiente familiar, seja no profissional.

Procure mudar alguma coisa na sua vida, só assim é que vai poder sentir-se mudado.

 

Pode começar por tentar procurar fazer amizades no trabalho e organizar alguns encontros para conviver e fazer algum esforço para vencer a sua timidez.

 

No entanto outras coisas podem fazer com que se sinta melhor e também diminuir o seu mal estar. Procure dedicar-se a algo que lhe dê prazer, como estudar, ler, fazer desporto, etc.

É preciso entender o poder das suas emoções e preparar-se para algumas mudança de vida positiva bem como acreditar que vai conseguir.

 

Tudo de bom

 

Duas mulheres

 

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Meu nome é Dani.

Meu marido, certa vez enquanto fazíamos amor, insinuou que queria mais uma pessoa para ficar connosco. Perguntou se eu não gostaria de ter mais alguém para ficar naquele clima que nós estávamos naquele momento, eu ja havia me antecipado minutos antes, dizendo a ele que ele sabia que eu não suportaria ver ele com outra mulher, mas pra minha infelicidade ele insistiu. Minha reação foi imediata, estávamos num clima tão bom, ele dizia que me amava... fiquei sem chão.

Nunca, nenhuma das pessoas que passaram na minha vida me fizeram essa proposta, me senti tão desrespeitada, e ainda não consegui superar. Ontem ele pediu que nós fizéssemos um vídeo, e queria contratar alguém pra gravar, tenho certeza que não passa de uma estratégia pra ver se ele consegue o que quer. Estou muito triste com isso, me senti tão desrespeitada, com a insistência, estou sentindo uma repulsa por ele, um embrulho no estômago quando penso na proposta, sempre fui fiel a ele, sempre o respeitei, fico me perguntando porquê ele insiste em me magoar dessa forma, Dra. Me ajude! Minha autoestima caiu por terra, e eu não sei se levo o relacionamento adiante, penso até em me separar de tanto que estou sentindo-me triste, chateada, magoada, acho que não sou suficiente para ele... sinto-me tão mal, tão invadida. Eu o amo, mas não vou suportar a insistência se ele continuar, já me sinto traída só pelo convite.

Por favor! Me responda, me diga alguma coisa, me diga qualquer coisa, por favor.

 

Cara Dani,

 

O que ele quer é realizar uma fantasia e não significa desrespeito ou que não a ame. De qualquer maneira só vai funcionar se for de comum acordo, se não se sente capaz fale sinceramente com ele para que isso não leve ao fim da relação. Pelo seu relato, não está preparada para essa aventura e isso precisa ser respeitado.

Entendo que seu marido tem uma grande vontade de realizar essa fantasia. Porém, quando envolve outra pessoa, é importante que essa também esteja na mesma sintonia para ser boa para ambos. Quando só um quer, não vai ser bom.

 

Quando o tempo da pessoa não é respeitado, o resultado acaba não sento interessante. Também percebo o quanto isso pode abalar a relação. Não quero dizer que essa prática deve ser abortada, mas sim, que esse tema seja muito discutido entre o casal e que haja uma real vontade de ambos.

Num momento oportuno, valeria à pena seu marido investigar o porquê dessa vontade incontrolável.

 

Um abraço

 

 

Não consigo beijar

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Olá, me chamo J e tenho 19 anos.

Vi seu e-mail no site Consultório de psicologia, e gostaria de uma ajudinha, se possível. Estou passando por um problema no meu relacionamento. Eu não consigo beijá-lo. Já fizemos amor, mais não consigo beijar ele, e juro que nem eu sei explicar. Simplesmente travo, não consigo nem mexer a boca para beijar ele de língua. (selinho sim, beijos mais longos não). Tem explicação para isso? Algum motivo (mesmo que inconsciente)? Já estamos juntos a 4 meses.

Obs.

Ano passado, no início do ano, terminei um relacionamento de 3 meses que não foi muito bom, na verdade foi péssimo, quase que traumatizante (perdi a virgindade com ele), me machucou muito. Ele me traiu com a ex do melhor amigo dele (estão juntos agora). Cheguei a pensar em não me envolver novamente com ninguém (pelo menos por enquanto) já que fiquei pensando que nao poderia mais acreditar no que as pessoas dizem sentir. Mais depois de 5 meses comecei a sair com meu atual, sinto que o amo mas não sei o que acontece nessa parte.

Será que tem alguma coisa relacionada?

 

Cara J.,

O beijo ativa todos os nossos sentidos - como o olfato, o paladar e o tato - para que forneçam pistas sobre a compatibilidade e o potencial a longo prazo do parceiro. Beijar faz bem à saúde, bem como pode decidir com quem vamos passar o resto da vida. Para além disso, sabe-se que o beijo tem vários benefícios. Um deles está relacionado com uma forma de combate à depressão, com um beijo baixam-se os níveis de cortisol, uma hormona que rege a resposta ao stress do nosso organismo, sendo que é considerado um calmante natural. Beijar faz ainda com que o nosso sistema imunitário fique reforçado, visto que ele aumenta a sua atividade.

 

Quem sabe não consegue beijá-lo porque inconscientemente ainda não se sente pronta para a entrega. Entretanto há muitas pessoas que não gostam de beijar o que pode estar relacionado com algum trauma ou com a infância pois de alguma forma os cuidados maternais passam muito pelo beijo e de ensinar à criança a importância desta manifestação. Pode ser que não tenha tido esse aprendizado na infância.

Entretanto nunca é tarde para aprender a gostar…

 

 

Outro eu

 

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 Ola Doutora.

Acabei de conhecer ser site e estou maravilhado com o seu trabalho,  envio meus parabéns. Agora, gostaria de pedir sua ajuda em uma dificuldade que estou passando. Alguns meses atrás eu estava com um problema para resolver e não estava conseguindo chegar a uma solução,  então não sei como eu consegui fazer isso mas eu tipo tive que dividir a minha mente em duas criando outro eu. Esse outro eu, é mais calmo e calculista mas ele continua sendo eu, quando tenho um problema nós julgamos esse caso e com a ajuda dele consigo achar uma solução que antes eu não conseguia sozinho, também conversamos normalmente mas não é todo dia que eu chamo ele.

Tenho 16 anos, tenho amigos, uma vida social relativamente calma prefiro ficar em casa do que andando na rua. Concluindo gostaria de saber sua opinião sobre isso e se pode ser prejudicial a mim. Mais uma vez parabéns pelo trabalho!

 

Caro jovem, 

É preciso muito cuidado com esse tipo de fantasia. Tens que ter consciência que os teus “eus” são sempre uma parte da tua própria mente. O melhor é não dividir, mas identificar teus pensamentos como provenientes da tua mente única e indivisível e certificares-te que são criados por ti.

 

O que criaste é um "alter ego" que é uma outra personalidade de uma mesma pessoa podendo ser um amigo ou alguém próximo em que se deposita total confiança.

 

Não convém manter esse tipo de pensamento pois podes correr o risco de criar e manter uma outra personalidade inconsciente que se revela através de outra identidade, com uma vida paralela imaginária de fantasia, que poderá prejudicar a tua vida futura e causar-te uma patologia de transtorno dissociativo de identidade.

Procura viver o teu eu como único e dedica-te aos amigos, estudos, desporto, convívio e tudo o mais de um jovem de 16 anos.

 

Caso sintas que esses pensamentos persistem, procura uma ajuda especializada, indica-se a psicoterapia como a melhor forma de tratamento.