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Consultório de Psicologia

Espaço de transformação com a finalidade de orientar, ajudar, esclarecer dúvidas e inquietações. Encontre equilíbrio, use sua criatividade e deixe fluir sua energia. Mariagrazia Marini Luwisch

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Relacionamento abusivo

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O meu nome é Manuela e tenho 37 anos. Vivo em relacionamento abusivo. Não consigo me desvincular. Sofro de depressão maior. Tudo se agravou devido a um descolamento de retina, ao qual resultou em 10 cirurgias e quase 2 anos de repouso absoluto. Hoje estou tentando voltar a normalidade, mas sem a vista do olho direito.

Estou perdida. O que faço?

 

Cara Manuela,

Se continua em um relacionamento abusivo por pensar que ele mudará e que começará a tratá-la bem, pense melhor.

Um homem abusivo não muda sem uma terapia de longo prazo. Sessões de terapia podem ser particularmente boas em ajudar um homem abusivo a reconhecer seu padrão abusivo. Drogas e álcool podem criar ou aumentar o abuso em um relacionamento. A mulher de um abusador precisa d ajuda e apoio para enfrentar o processo de co-dependência que está envolvida.

 

Se o homem abusivo não estiver disposto a procurar ajuda, então deve começar a agir para proteger a si mesma saindo de casa. Se estiver com medo de não ser capaz de sobreviver procure ajuda, buscando a família, amigos, e descubra como eles poderão ajudá-la. Uma vez que tenha saído, o abusador pode chorar e pedir perdão, mas não volte atrás sem procurar ajuda e sem ele completar uma terapia de longo prazo bem-sucedida. Esteja preparada para o aumento da pressão pelo abusador, pois ele perdeu o controlo. Se o seu parceiro não está desejoso de procurar ajuda para seu comportamento abusivo, a sua única opção é sair fora.

Cuide de si, procure ajuda para tratar da sua depressão e dos seus problemas e não permita que ele continue a estragar a sua vida.

 

Um abraço

Psicóloga e ídolo

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Olá Maria!! Tudo bem?

Meu nome é Sandra, eu preciso de uma ajuda. Eu vejo minha psicóloga como uma sabe-tudo, poderosa, entrou em minha vida em um lugar irreal, eu a vejo como um fã vê um ídolo. E isso infelizmente está deixando-me envergonhada, não consigo fazer a sessão olhando nos olhos dela, sempre fico de cabeça baixa, imaginando o que ela está pensando de mim, fico trémula, ansiosa, suando frio no dia da terapia. Contei para ela, e ela me falou que isso é uma fantasia, e só eu posso lidar com essa fantasia, só que não sei o que fazer, fiquei decepcionada achando que ela iria me ajudar a diminuir ou combater esse sentimento que foi formando-se ao longo das sessões. O que posso fazer?

Obrigada desde já!!

 

Cara Sandra,

É importante reconhecer que o conhecimento do terapeuta é uma força positiva para a mudança e reconhecer que a participação do terapeuta no processo terapêutico oferece uma colaboração e enriquece a experiência.

Também é preciso aceitar e reconhecer que é impossível que o terapeuta trabalhe sem acrescentar um ponto de vista pessoal.

Ainda é preciso lembrar que paciente e terapeuta se encontram periodicamente em uma relação de intimidade que implica um pagamento. Mesmo sendo uma relação pessoal, inclui muitos aspectos pessoais que estão mediados por um contrato que estabelece condições e limites. Portanto paciente e terapeuta são responsáveis por criar uma zona de conforto pessoal dentro da relação pessoal como condição para a mútua evolução.

Se essa realidade permanecer invisível, haverá uma inevitável distorção entre terapeuta e paciente.

Trabalhe essa situação com a sua terapeuta, para que possa confiar e abrir-se com ela de maneira segura e autêntica.

 

 

Colega ou amante

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Olá,

vi seu blog e gostei. Preciso de ajuda. Já conversei com algumas amigas que sabem meu problema, resolveu por um tempo mas não estou sabendo lidar com isso de novo.

Vou resumir minha história. Sou casada há 17 anos e tenho dois filhos. Sempre vivi em função de minha família, me dedicava em tempo integral a todos e com o passar do tempo comecei a notar que eu me anulava que não fazia nada pra mim. Sempre que saíamos era em lugares que meu marido gostava e o que eu gostava foi ficando de lado e cada vez mais distante. E com o passar dos anos fui dando-me conta disso. Comecei a cobrar de meu marido certas atitudes como ir a algum show de um artista que eu gosto, mas sem nenhum interesse dele, até que eu comecei a não querer mais fazer as coisas que ele gostava e isso acabou nos afastando. Cada dia um pouco mais.

Até a um certo dia depois de já desconfiar que ele poderia estar traindo-me, vi uma mensagem no celular dele à outra mulher. Nessa mensagem ela "aconselhava" ele. A mensagem dele pra ela era um elogio, coisa que nunca fazia comigo. Eu estava tão amortecida, tão "acostumada" a não questionar que pensei em deixar pra lá e não tocar no assunto com ele. Mas não aguentei e falei. Ele então disse que era uma amiga de trabalho que desabafou com ele sobre problemas com os filhos dela e ele me confessou que também desabafou com ela sobre nosso casamento. Me senti humilhada, exposta, um lixo, pois não sabia o que exatamente, ele tinha dito a ela sobre mim. Ele me garante que não houve nada entre eles mas fica difícil acreditar. Acredito sim que da parte dele poderia ter alguma intenção sim pelo contexto da mensagem que ele enviou a ela.

 

No dia que vi a mensagem até liguei a ela que também negou e disse ter deixado claro a ele que seriam só amigos. Mas nem ele nem ela me convenceram. Tentei levar em frente, seguir como casal mas o tempo passa e certas coisas ficam martelando na minha cabeça.

Minha vida que estava virada só piorou. Hoje não tenho vontade de fazer nada com ele, nem de sair, nem de sexo, e não sei até quando isso vai durar, pois sei que sexo é importante mas não sinto vontade nem desejo.

Agradeço se puder aconselhar-me.

(Espero ter sido clara)

Obrigada.

 

Cara leitora,

 

O segredo para manter um casamento é fazer coisas junto que cada um goste. Conversem e façam acordos, negociem, para que cada um possa  escolher o programa e para que ambos possam sentir-se felizes e, principalmente, para que não aconteça um afastamento.

O casamento é a dois e cada um precisa  ter o seu próprio espaço. Uma das causas das crises conjugais é o fato de as mulheres terem expectativas desproporcionais em relação a seus parceiros. Muitas mulheres querem um homem que as "inspire” e exigem que viva no auge do magnetismo e possa fazê-las sentirem-se o máximo o tempo todo.

Temos dentro de nós necessidades essenciais. São as demandas e expectativas inegociáveis - e que, quando abortadas em uma relação, só trazem frustração. Ninguém pode ter todas as necessidades preenchidas por outra pessoa. Mas há duas ou três coisas de que não dá para abrir mão, e o parceiro ideal é aquele que as respeite e as preencha.

Esqueça essa colega de trabalho. Invista na vossa relação pois é assim que podem recuperar o prazer de viver feliz como um casal.

 

Um abraço

 

Medo de ir à escola

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Olá,

tenho 16 anos e gostaria de pedir ajuda, eu tenho medo de ir para escola, desde o sétimo ano que comecei a faltar. Ano passado parei de ir pra escola na metade do ano, por sofrer bullying, na verdade acho que eram apenas brincadeirinhas, mas eu sempre fui sensível, e acho que também usei de desculpa para não ir mais para a escola, eu muitas vezes ia e tinha que voltar para casa por estar passando mal, falta de ar, dor de cabeça...

E esse ano inteiro só fui três vezes, tenho que voltar duas para casa por começar a ter crises e chorar. Para piorar uma das professoras tirou sarro da minha cara por saber que eu passo por tratamento psicológico e psiquiátrico. Agora minha mãe conseguiu uma vaga em outra escola, eu não quero ir, eu tenho medo, só não sei de que, mas eu sei que não é nervosismo normal. Eu iria agradecer se pudesse ajudar-me.

 

Obrigada.

 

Cara adolescente,

A recusa em ir à escola é um problema que atinge muitas crianças e adolescentes em idade escolar. A pessoa sente-se ansiosa, assustada, e por vezes até mesmo em pânico perante a necessidade de ir para a escola.

 

Este medo e preocupação intensa podem causar dificuldades em dormir e ter pesadelos, assim como apresentar sintomas físicos como por ex. dores de barriga ou de cabeça, perda de apetite, vómitos ou febre.

 

Quando a situação de absentismo às aulas se prolonga há progressivamente uma maior dificuldade em regressar à escola. É comum instalar-se uma situação de atraso ou insucesso escolar e, progressivamente, um distanciamento dos colegas e amigos e isolamento do convívio.

 

A estas dificuldades graves no funcionamento educacional e social, associa-se ainda o maior risco para desenvolver-se uma Perturbação de Ansiedade caso não se intervenha atempadamente sobre as suas dificuldades.

Quando há fatores que contribuam para o problema é preciso encontrar uma solução para os mesmos ou procurar a ajuda profissional de um Psicólogo.

De qualquer maneira tens que ir à escola para não aumentar o problema. Enfrentar a situação pode ser a melhor maneira de superar.

Também é importante falares com a tua mãe para ir à escola falar com o professor para perceber o que se passa, e como poderão ultrapassar o problema de bullying e ainda encontrar novas estratégias para lidar com o problema.

Convidar amigos da escola para vir à tua casa também é uma boa ideia e assim poderes partilhar conversas e interesses comuns.

Confia em ti e enfrenta os teus medos com assertividade e vais certamente conseguir superá-los.

Um abraço

 

Filha adolescente

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Ola boa noite.

Eu tenho uma filha adolescente com 13 anos e hoje tenho 57 anos, gerei ela em meu ventre aos 42 anos e ela nasceu aos meus 43 anos, pois da data da concepção ao parto eu completei 43 anos.

Fui muito feliz por tê-la, mas hoje eu sinto tantas dificuldades no relacionamento com ela que às vezes eu sinto que devo deixá-la e ir embora, talvez eu esteja com minhas manias de pessoa já madura irritando ela muito, é uma moça boa, estudiosa, decente, mas às vezes olho pra ela e sinto muito dó por ela ter uma mãe velha e às vezes severa demais. Não consegui ainda encontrar um equilíbrio no trato com minha filha, às vezes sinto que sou demais e às vezes de menos..entende?

Tenho medo de estar transformando minha filha numa pessoa fraca, porque eu na minha idade já sou uma pessoa cheia de medos e suposições sobre as coisas da vida. Eu preciso de uma orientação de como fazer para lidar com isso. Porque eu não sei.

 

Cara mãe,

 

O que entendo pela sua carta é que está com dificuldades, como qualquer mãe, em lidar com a filha adolescente, enquanto a jovem está tentando desenvolver sua independência e a sua individualidade própria.

 

Muitas vezes a mãe têm expectativas idealistas demais sobre o relacionamento com a filha. Por isso, há que ser mais realista. Muitas mães querem que as filhas não repitam seus erros, mas com isso podem tentar forçar uma versão melhorada de si mesmas. É preciso ter respeito e aprender a respeitar a individualidade da sua filha.

Entendo que esteja a sentir alguns medos e que não quer passá-los para a filha. O que pode fazer é conversar com outras mães com filhas adolescentes e trocar ideias. Outra hipótese é ler alguns livros para se inteirar dos problemas da adolescência e possíveis intervenções. Em último caso pode fazer uma terapia para trabalhar a sua auto-estima e assim sentir-se mais segura no seu papel de mãe.

De qualquer maneira não se preocupe com a diferença de idade, ser mãe de uma filha adolescente sempre é um desafio e a diferença de idade não significa menos aptidão para educar.

 

Um abraço