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Consultório de Psicologia

Espaço de transformação com a finalidade de orientar, ajudar, esclarecer dúvidas e inquietações. Encontre equilíbrio, use sua criatividade e deixe fluir sua energia. Mariagrazia Marini Luwisch

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Mania de imaginar

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Olá doutora.

Tenho 22 anos e desde 2009  tenho mania de imaginar outra vida. Eu escuto música (geralmente agitadas) e fico dançando, falando sozinha com amigos. Eu imagino que tenho um namorado e amigos. Estamos sempre conversando, fazendo algo legal e sou o centro das atenções. Esses amigos são pessoas que conheço, outras que gostaria de conhecer, é mais forte que eu, eu deixo de fazer minhas coisas, passear, sair, estudar para viver nesse mundo vivendo esses momentos que não existem. Até um determinado momento estava divertindo-me, mas agora não aguento mais, suga toda minha energia.

Sou uma pessoa não sociável, sou mais na minha tímida, mas quando imagino essas coisas me torno a pessoa que gostaria de ser para a sociedade.

O que faço? É normal? Acho que não.
Beijos

Cara leitora,

A maioria das pessoas sonha acordada. É um fenómeno básico, que como qualquer fenómeno psiquiátrico se distribui ao longo de um espectro do normal ao anormal. Quando as fantasias se tornam excessivas nos tolhem do mundo real.
A fantasia excessiva funciona como um mecanismo de defesa que proporciona uma satisfação ilusória, mas que a longo prazo pode prejudicar, trazendo esse comportamento de maior isolamento.  Tente viver mais no mundo real, faça algum esforço pra socializar, sem medos, ouse um pouco mais a cada dia e vai ver que vai conseguir. Uma boa dica é inscrever-se a algum grupo de ginástica, de dança, de teatro, de estudo, assim que a ajude a socializar.

Se mesmo tiver muita dificuldade procure ajuda de uma psicoterapia e invista no seu crescimento pessoal.

Um abraço

 

Quase morto

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Olá me chamo M., não sei muito sobre seu site, só li algumas histórias, e como não sei mais pra onde ir, decidi mandar

um e-mail.

Tenho 23,faz 5 anos que completei o ensino médio. E assim que sai conseguir passar no vestibular em uma faculdade federal, comecei a trabalhar no mesmo período, era muito cansativo mas eu estava animado. Não muito depois comecei a me sentir vazio, como se a vida não fizesse muito sentido, comecei a frequentar mais festas, a sair mais, conhecer pessoas, ainda mantendo os estudos e o trabalho.

Comecei a usar drogas com o objetivo de buscar novas emoções, sentir algo novo. Não importava quanto álcool, sexo ou drogas eu usasse nada me deixava feliz, só sentia como se o buraco que tinha só aumentava, pensei que isso era porque moralmente é considerado errado. Então decidi seguir o caminho oposto, comecei sendo voluntário em um abrigo de cães, ia à igreja, e mesmo assim nada me completava.

Nunca fui muito de viajar e devo admitir que ainda não tentei, mas de todas as viagens que já fiz nada realmente me deixou animado ou excitado.

Então deixei as coisas como estavam, preferi empurrar com a barriga. Continuei a usar álcool socialmente, e ia a eventos sociais com certa frequência e os anos foram passando, assim como o buraco, o desejo de dormir e não acordar mais, queria só dormir.

A mais ou menos um ano atrás acho que cheguei ao fim do poço, não conseguia alcançar o orgasmo quando transava com alguém. Só quando me masturbava sozinho e isso demorava muito mas muito tempo. Comecei a chorar sem motivo, mas chorar muito. Estava conversando normalmente com alguém e do nada tinha crises de choro. Comecei a buscar formas de me mudar, matar na internet com mais frequência, vendo métodos simples e indolores.

Busquei ajuda psicóloga também, mas um mês depois tentei matar-me com os remédios que me foram dados, sobreviver e agir no dia seguinte da mesma forma. Até que tentei matar-me com um saco na cabeça e uma quantidade absurda de remédios para dormir, meus pais descobriram e me levaram num psiquiatra.

Faço acompanhamento até hoje, mas sinto que toda vez que vou lá ele só aumenta minha medicação, fiz até um teste genético para ver qual teriam melhor efeito.

Me passaram um psicoterapeuta, fiz por dois meses, indo duas vezes por semana. E eu só sentia que nada daquilo fazia sentido, ele não me ajudava em nada. Me passaram para outra pessoa, ter que explicar minha vida toda pra outra pessoa, mas fui, ela pelo menos me cutucava um pouco mais, mas nada que me fizesse enxergar além do que sinto.

A 6 meses me tranquei em casa, abandonei trabalho e faculdade, estava cansado de tudo, passava a maior parte do tempo dormindo ou comprando jogos que logo me enjoava, acabei ficando endividado por isso. Voltei a trabalhar em março com meu pai, e agora já fazem 5 horas que estou enrolando para ir trabalhar.

Todos os sonhos que tive quando era novo, não me atraem mais. E os objetivos que tento formular são todos ruins ou terríveis, não gosto de nada.

Não sei mais o que fazer, acho que já empurrei com a barriga por muito tempo, então não acho que seja algo temporário.

 

Caro M., 

precisa de medicação e acompanhamento psicológico sistemático para que o ajude a melhorar a sua autoestima, focar nas coisas boas e a encontrar um sentido para a sua vida.

O sentido da vida é o segredo da força dos homens. O homem pode suportar tudo, menos a falta de sentido. Procure o seu e vai se sentir renovado, com vontade de viver, de trabalhar, de amar, etc…Não procure nas drogas, no álcool, nas coisas pois o prazer está dentro de si.

Força e coragem. Nós colhemos o que plantamos, portanto comece hoje a plantar …..a sua vida nova! Tudo tem remédio, menos a morte. Valorize a vida! 

 

Um abraço