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Consultório de Psicologia

Espaço de transformação com a finalidade de orientar, ajudar, esclarecer dúvidas e inquietações. Encontre equilíbrio, use sua criatividade e deixe fluir sua energia. Mariagrazia Marini Luwisch

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Pai abusador

11.jpgTenho 22 anos, atualmente, estou casada há 8 meses. Mas no ano passado lembrei-me, eu lembrei que meu pai ia no meu quarto orar comigo e sempre que eu terminava de orar eu dava um beijo no rosto dele e ele um beijo na minha testa, mas a mão dele apalpava meus seios, mas eu achei que era coisa da minha cabeça. Meu pai  com a única filha mulher dele que sempre me deu de tudo, sempre me deu carinho, amor e proteção fazendo isso comigo.

Deixei pra lá e segui minha vida. Depois de uns anos descobri que ele tentou abusar da minha tia quando ela tinha 15 anos. A mesma idade que eu tinha!

 

Então desde esse dia eu não consigo ter desejo sexual, principalmente se ele toca nos meus seios eu fico agoniada com repulsas eu não consigo mais sentir desejo.

 

Eu não sei oque fazer! Só sei que na hora do sexo eu odeio. E antes deu lembrar disso era tranquilo eu gostava. Estou sem rumo ...

 

Cara Leitora,

O melhor é ir a uma consulta de psicologia para poder resolver esse seu “trauma “ de infância e viver uma vida sexual livre de sentimentos contraditórios e sofrimento.

 

É importante não se culpar e nem odiar o seu pai que teve esse péssimo comportamento, talvez por ignorância ou por abuso de poder.

Pense em si e procure ajuda para se libertar desse pesadelo que está a bloquear a sua vida sexual presente.

O que sofreu foi muito grave mas é possível ser superado. É importante dar-se a oportunidade de receber carinho e encontrar o amor, de experimentar as (im)perfeições, de dividir sua vida com seu marido.

 

Lembre-se que no seu processo de reconstrução como mulher, a masturbação tem um papel importante, pois ajuda a conhecer o próprio corpo e permite o contato com o prazer, sem culpa. Para muitas mulheres, a literatura erótica também pode ser uma ferramenta.

 

Um abraço e tudo de bom,

Mãe tóxica

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Olá.

Ultimamente ando muito angustiada. Tive uma infância muito difícil na questão emocional. Minha mãe sempre me xingou muito. Sempre me chamou de burra, caso não fizesse algo certo. Sempre se vitimizou, sempre acha que esta certa em tudo. E sempre me obrigou a cuidar da minha irmã mais nova como se eu fosse a mãe dela. E nossa diferença de idade é apenas 6 anos. Me sentia sufocada quando criança, eu lembro de sempre chorar e dizer que queria morrer. Sempre lembro que eu não era feliz na minha casa, não me sentia bem ali. Me sentia maltratada, sobrecarregada. E infeliz. O tempo passou e eu também lembro que minha mãe só se importava comigo e demonstrava algum afeto quando eu ficava doente.

Enfim. É muita coisa mas hoje eu tenho um sentimento de desgosto por ela. De cansaço só em falar com ela. Não queria falar com ela. Não faço questão de vê-la. Acho ela super dramática em tudo. Não a tenho como um porto. Eu sempre me virei sozinha. E sinto que hoje não posso contar com ela. Me sinto culpada de ter esses sentimentos por ela. Mas é o que eu sinto. E grande parte disso, acho que foi por todas as coisas más que ela já fez comigo. Estou muito cansada.

Não consigo conviver com ela numa boa. Mentalmente começo a ficar sufocada porque não tenho coragem de falar dos meus sentimentos pra ela.

 

Cara Leitora,

Não sei se vale a pena falar com ela. Mãe é mãe e nem sempre é capaz de corresponder à necessidade de amor e atenção de uma filha.

É muito triste ter que aceitar que a mãe, que deveria amar acima de tudo possa ser o algoz da própria filha.

Os pais tóxicos, classificação cada vez mais usada na psicologia, agridem física e psicologicamente, causando sequelas que se arrastam por toda a vida. Nenhum pai ou mãe está livre de falhar, perder a paciência ou a compostura. Mas agir com perversidade ultrapassa os limites aceitáveis de qualquer relacionamento. E a humilhação vinda daqueles a quem se ama é muito mais dolorosa.

É como se houvesse uma confirmação para a pessoa de que ela não é boa o suficiente para receber afeto. A postura dos pais tóxicos deixa graves sequelas, normalmente levadas para a vida adulta. As consequências são agressividade, dificuldade de aprendizado, rebeldia, timidez e um enorme sentimento de culpa.

Mães e pais perversos existem. A constatação coloca na berlinda o chamado amor incondicional. Esse sentimento, é uma construção moldada de acordo com os desejos de cada um. Não é intuitivo, como defende a crença popular. É uma questão cultural, imposta pela sociedade.

O amor incondicional só existe se os pais desenvolveram ao longo da vida recursos para lidar com as adversidades e as mudanças. Porque um filho muda tudo na vida dos pais.

A filha de uma mãe tóxica cresce num estado de alerta, o que causa uma ansiedade que se torna crónica.

Para quem chegou à vida adulta traumatizado pela relação tóxica, a psicoterapia é um caminho. Para muitas das vítimas, o tratamento inclui passar a ter uma relação superficial com os pais.

Parece que para conviver com a sua mãe seja preciso manter uma distância saudável e procurar compreender e talvez admitir que há realmente pessoas desprovidas de afeto e sua mãe é uma dessas pessoas.

Se não conseguir lidar com esses sentimentos e traumas procure uma psicoterapia.