Adolescente entocado
Sou mãe de um menino de 15 anos, que estuda, tira notas boas, tem amigos na escola só que agora está muito “entocado”. Ele é filho único e em nosso prédio não há e nunca houve, meninos da sua idade. Quando ele está em casa fica só no computador falando com os amigos, jogando, vendo filmes e até estudando com os amigos. Conversam muito pela internet. Ocorre que ele não sai mais de casa além da escola. Ano passado era convidado para festas de 15 anos e nunca foi. Sempre foi ao cinema e ao shopping com os colegas e agora todos trocaram para a mesma escola e a rotina mudou. Eu e meu marido somos muito quietos e silenciosos e meu marido não gosta de sair. Eu tenho depressão, mas o convido para pequenos passeios e ele não quer ir. Ele e o pai ficam em uma sala multiuso, de onde só saem para comer e dormir. Fica todo tem longe da minha visão. faço questão que todos almocemos juntos, e ele é rapidinho para voltar ao quarto.
Sei que na adolescência os meninos se afastam da mãe e querem ficar isolados, mas estou preocupada. É previsível que o menino não queira mais sair para tomar sorvete com a mãe? Posso considerar o contado pelo computador como algo aceitável já que moramos um pouco longe dos outros amigos? Tenho respeitado o espaço dele, mas tenho medo de estar deixando algo passar e que isto possa causar dificuldades no futuro.
Agradeço por futura orientação.
Cara mãe,
Sim, é previsível que o menino adolescente não queira mais sair para tomar sorvete com a mãe.
Agora não é saudável que ele fique "entocado". Esse comportamento pode evoluir para uma Síndrome que é bastante comum no Japão, chamada Hikikomori, literalmente, Síndrome do Isolamento em Casa, ou seja, a doença da pessoa que não consegue sair de casa. Em casos extremos, não há nenhum contacto “presencial” com o mundo exterior.
Está indicado um tratamento psicológico para que esse comportamento não se cristalize e para expandir o repertório comportamental do seu filho, afim de que ele possa fazer mais coisas quando precisar ou desejar, não ficando limitado nos seus comportamentos.
É muito difícil ver os limites nesses casos. O Tratamento é normalmente adiado pelos pais ou responsáveis por pensarem que não há nada de errado, ou então, porque vai conseguir sair deste quadro sozinho.
É preciso procurar ajuda especializada!