Espaço de transformação com a finalidade de orientar, ajudar, esclarecer dúvidas e inquietações. Encontre equilíbrio, use sua criatividade e deixe fluir sua energia.
Mariagrazia Marini Luwisch
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Mariagrazia Marini Luwisch
Peço desculpa de estar a incomodá-la, mas não sei mais com quem hei-de desabafar...
Preciso de "ouvir" e sentir umas palavras de alento e apoio para continuar com a minha vida para a frente...
De há uns anos para cá parece que tudo me tem corrido mal, ou como eu menos queria:(
Tenho a sensação, de por vezes não ter a força suficiente para superar tudo o que sinto.
Tenho trabalho, a nível de secretariado, no qual por vezes sinto uma enorme monotonia e rotina, sinto-me a envelhecer cá dentro, e apenas tenho 32 anos.
Para melhorar este sentimento e para dar mais dinamismo à minha vida, o ano passado concorri à Universidade para psicologia e entrei com grande alegria e entusiasmo.
Entretanto com grande esforço, ainda assisti a algumas aulas, condicionada ao estatuto de trabalhadora-estudante, o qual me dava apenas 5 horas, por semana, para ir às aulas.
Realizei 3 trabalhos de grupo, os quais correram bastante bem, um deles nem tanto pois as colegas que o faziam comigo, como já tinham licenciaturas (uma é enfermeira e outra socióloga) eram muito prepotentes e só a ideia delas era válida, entretanto desisti de fazer e apresentar esse trabalho, pois não me sentia "útil" ao grupo, inclusive uma delas chegou a perguntar-me se eu achava que eu própria não valia nada, o que me magoou bastante e profundamente.
Sempre fui uma pessoa responsável, desde pequena, fui obrigada a isso...
Os meu pai sempre foi uma pessoa bastante ausente e a minha mãe viu-se obrigada a educar praticamente sozinha nós os três, o melhor que conseguia e estava ao alcance dela. Sou a mais nova de três irmãos e a única rapariga.
Entretanto como comprei casa este ano e as despesas são muitas, vi-me "obrigada" a prescindir do curso de psicologia, para minha grande tristeza, porque não conseguiria suportar os custos das propinas...
Tal facto entristeceu-me bastante, pois era uma área que eu adoro e agora, derivado ao facto de ter comprado casa com o meu namorado, tive de abandonar o "barco" ao inicio da viagem.
Sinto que vou ser daquelas pessoas que saem de casa e têm um peso imenso em cima dos ombros, por terem a sensação de não fazerem aquilo que gostam para o resto da vida :(
Gostava de ter um trabalho que amasse, porque alguém um dia disse-me : "Escolha um trabalho que ama e não terá que trabalhar um único dia na sua vida"
Sinto-me uma prisioneira de mim mesma, sem saber que rumo hei-de dar à minha situação, não me sinto realizada profissionalmente, mas não tenho possibilidades de abandonar o meu posto de trabalho, que é daí que tenho os meus únicos rendimentos e apostar numa outra carreira.
Comecei a trabalhar quando acabei o 12ºano, pois na altura não "entrei" para a Universidade e desde aí, apenas tenho "tirado" formações através do trabalho, mas o ano passado consegui entrar para a área que eu tanto queria e agora de repente acabou-se o sonho....
Não posso, com esta idade estar a pedir apoio aos meus pais, para os estudos, se eles já me irão ajudar em relação à aquisição de equipamento para a casa.
Tenho um trabalho que detesto, mas não posso abandonar porque o facto de estar efectiva, dá-me a tal estabilidade financeira, que toda a gente fala, mas sinto que me falta o essencial, sentir-me feliz quando acordo de manhã e pensar que vou fazer algo que gosto e com o qual me identifico.
A vida "arrastou-me" para esta profissão, quando chega ao final do mês e cai o vencimento na conta, nem esse me dá alegria, porque gostava de o receber por algo que me fizesse sentir bem comigo e com os outros.
Gostaria, por vezes, de ter a coragem que o protagonista do livro de Hermann Hesse - Siddartha - teve, de abandonar tudo e ir para o deserto em busca da felicidade...
O meu maior confidente, o meu irmão mais velho, está tão distante de mim, o que me diz aquelas palavras de apoio e reforço positivo, que me fazem sentir gente, sentir pessoa...
Sinto-me uma marionete, a morrer dentro da maleta, como diria o Gabriel Garcia Marquez.
Chego por vezes, a pensar qual a finalidade de toda esta passagem cá por cima da terra, qual o papel que me foi atribuído, o que ando cá a fazer?!
O meu irmão umas vez disse-me : "Poucas são as coisas necessárias para fazer feliz o Homem sábio, ao mesmo tempo em que nehuma fortuna satisfaria a um inconformado"
A única fonte de felicidade está dentro de nós mesmos" Mas, será que eu alguma vez a vou sentir? Como?
Estou prestes a casar, em Outubro, com uma pessoa que namoro ha cinco anos e hoje em dia é ele o motivo maior pelo qual vivo e pelo imenso
amor que sinto por ele, se não fosse isso não sei se estaria agora aqui a escrever.....por vezes tenho pensamentos que nada vale a pena, nada me dá alegria,...
O ambiente aqui em casa é tranquilo, porque o meu pai já está reformado e a minha mãe está com uma grande depressão, que mal faz uma conversa, mas anda a ser medicada e a partir de 11 de Junho, vai começar a fazer psicoterapia.
Não posso contar-lhes os meus desabafos, faço-me forte... para parecerque está tudo bem, mas não está, cá dentro está tudo feito em cacos....
Não sei bem, não percebo o porquê de sentir-me tão profundamente triste, tudo parece complicado e até viver, por vezes é insuportável....
Penso que se muita gente tivesse a minha vida, sentir-se-ia alegre, por ter trabalho e ganhar dinheiro ao final do mês.... mas porque é que eu não me sinto feliz? Com gosto pela vida?
Tenho noção que existe uma multidão de pessoas, que fazem o que não gostam, mas eu sei isso......
O que me faz levantar de manhã é pensar que tenho um namorado que amo e é a isso que eu me agarro, senão....acho que já tinha desistido.
Nunca pensei sentir tudo isto.... esta confusão toda dentro de mim...só me apetece chorar, chorar e desaparecer é unicamente por ele que não o faço, é ele que dá sentido à minha vida, mais nada....
Mas, não pode ser só isso, tenho de me sentir bem comigo própria. Agora, ando a ler "Bem-Estar Interior" da Maria José Costa Félix, talvez ajude, o mais difícil é colocar em prática, o que está descrito.
Adorava sentir a liberdade e a paz de espírito que sentia quando era pequena, porque é que tudo mudou tanto, é das responsabilidades de se ser adulto, é a vida que nos "empurra" para estes sentimentos?
Ajude-me, por favor, porque com o que tenho lido, não tenho conseguido sentir a força necessária para ultrapassar estes sentimentos....e não quero chatear ninguém com estes desabafos...porque todos eles andam cansados do dia-a-dia e não têm tempo ....
Indique-me o caminho que devo seguir, que vale a pena estarmos cá, que a vida vale a pena ser vivida... se calhar sou apenas uma frustrada e fraca não é?
Não se esqueça de mim, por vezes sinto-me invisível...
Obrigada e ajude-me a salvar-me
RC
Cara RC,
Espero que essa carta tenha lhe servido como desabafo.
A vida não é fácil e a felicidade ás vezes nos parece muito distante. Mas como você mesmo diz: " Penso que se muita gente tivesse a minha vida, sentir-se-ia alegre, por ter trabalho e ganhar dinheiro ao final do mês...". é isso mesmo só que algumas pessoas sofrem mais do que outras e não há regras certas para a felicidade.
Penso que está a passar por uma fase difícil, sinto uma tristeza na sua carta, derivada talvez da frustração de ter que deixar o estudo de psicologia. Mas quem sabe poderá retomar mais tarde, não é?
Não gosta do seu trabalho mas precisa dele para viver, e a maioria das pessoas não gosta do seu trabalho...se trabalho fosse bom não seria gratificado...
Tem um namorado e vai se casar e aí está uma alegria e uma mudança na sua vida. Faça planos e procure novos objectivos.
Você é uma pessoa de valor e vai certamente conseguir se sobressair na vida.
Penso que essa é uma fase passageira e com a sua sabedoria e a sua vontade de vencer vai conseguir superar. Procure sempre manter-se actualizada com boas leituras e procure quebrar esse circulo vicioso, não se sinta prisioneira da rotina e tente perceber as oportunidades fantásticas que a vida nos oferece.
Se sentir que não consegue sozinha procure ajuda de uma psicoterapia.
Um bom livro para ler é " A Inutilidade do Sofrimento" de Maria Jesus Alava Reys.
Fique bem e felicidades.
Mariagrazia
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6 comentários
PL 05.02.2009 13:58
Olá RC!
Identifico-me com a sua história...um pouco! Resumindo uma história enorme tb eu me sentia infeliz no trabalho...mas não só...infeliz no namoro...e qd chegava a casa nem os pais me compreendiam...nunca senti que me dessem valor...tive uma disfunção hormonal devido aos nervos de td isto junto...acabei com o meu namorado...levei mt tempo a recuperar...qd o fiz...resolvi comprar casa para poder ter algum orgulho dos meus pais ... que pensei eu que pudesse vir dali....mas tive td menos isso...mas ao menos estava a viver sozinha e n tinha quem me julgasse a toda a hora sem tentar compreender...já bastavam os problemas no trabalho...fui melhorando ...mas o trabalho fazia sentir-me mal por várias razões...mas como comecei a sentir-me melhor pois os outros factores negativos estavam a desvanecer-se...arrisquei e larguei o emprego...fui em busca de um mundo novo...achava q era agora ou nunca .. qd deixasse passar a idade podia ser tarde...2 anos após isto cá estou eu...sem saber o que fazer da vida e sem ter nada a que me agarrar...tive muita garra, fiz muita coisa, lutei muito....mas sinto-me sem forças...tive muito pouca sorte...e agora tenho imensas dívidas...entretanto voltei com o namorado e a isso devo muitos dos azares q tive...ele nunca me apoiou ou compreendeu...nunca se abria comigo...e eu cega fui ficando ....perguntei-lhe se queria viver cmg...demorou 1 mês a dar a resposta...como pude eu não ver logo que isto era um indício que o amor não era incondicional como eu pensava...pedi-lhe em casamento...comprei as alianças...ele disse q sim, mas nunca mostrou qq entusiasmo...tenho esta responsabilidade pesada da casa sem emprego...e em vez do apoio dele só tenho lutas ...em vez de me apoiar e me ajudar como lhe pedi...só me manda mais para baixo...hj está cá em casa...mas deito-me antes de ele chegar do trabalho...n sei se consigo mais olhar para a cara dele depois das ultimas discussões...n consigo viver assim...ele n se manca q me está a afundar e q deve ir-se embora...eu n tenho coragem de o mandar embora...e vivo assim...desde que o ano começou .. nem trabalhos tenho conseguido arranjar com este estado em que me encontro...e as dívidas aumentam...e com isto a dependência dele...é um poço sem fundo...se ao menos eu tivesse algo a que me agarrar...por exemplo, um namorado que me amasse de verdae e me valorizasse...conseguiria enfrentar esta dificuldade de não ter emprego e pelo menos conseguia ir lutando...assim nem isso...e estou neste estado desde que iniciou o ano...não sei como sobreviver....pense nisto...eu sei o q é a infelicidade no trabalho.....acredite...sei muito bem...mas pense no q seria se n tivesse o seu namorado..ele é o seu tubo de escape...alegre-se por ter um tubo de escape...pense na dificuldade q seria se não o tivesse...e aos poucos sentir-se-á melhor...e com essa melhoria vai sem dúvida acreditar mais em si e vai conseguir fazer o curso que tanto pretende...tenho a certeza...basta que olhe em volta e pense no que acabei de escrever...é uma questão de tempo e calma...já é feliz...para quê stressar...goze da felicidade que tem...qd o fizer na sua plenitude vai conseguir arranjar força para acreditar mais em si e conseguirá sem dúvida alcançara felicidade nas outras áreas...não será difícil...sabe porquê? Pk já tem a felicidade na à rea mais importante...não se esqueça...pense nisso e encontrará num instante o propósito maravilhoso da sua existência...NUNCA desista de ser feliz...NUNCA desista de si...ACREDITE
Olá Doutora.. Bom tenho 17 anos e de uns tempos para cá , eu ando muito triste desanimada, meu coração dispara sempre, sempre tenho vontade de chorar, tenho falta de ar, aperto no coração, mudanças de humor repentinas, não tenho mais vontade de fazer nada, ando tendo mt sono ultimamente, tem dias que tenho muita fome, mas tem dias que não tenho, já tive vontade de morrer, já pensei que eu não prestava para nada, já achei que seria melhor se eu não tivesse nascido, me acho uma inútil , que faço todos sofrer e muito mais... Tenho muito medo de falar isso para meus pais... Estão acontecendo muitos problemas na minha vida, em todas as áreas , principalmente familiar e na minha vida amorosa . Bom doutora eu preciso muito de ajuda, gostaria de saber se eu posso estar com depressão, também gostaria de saber como posso falar disso para meus pais... espero respostas.. obrigada...
Pode ser que o que sente seja só uma fase passageira, mas se continuar a se sentir assim fale com os seus pais com naturalidade assim como escreveu para mim.
Especialista em Psicologia Clínica e da Saúde.
Especialista em Psicoterapia.
Licenciada pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Brasil e
Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Lisboa.
Membro da Ordem dos Psicólogos Portugueses nº 8372.
Membro da American Psychological Association (APA).
Membro Sociedade Portuguesa de Psicoterapias Breves.
Certificada pela EuroPsy (EFPA - European Federation of Psychologists Associations).
PSICOTERAPIA EM ITALIANO ou PORTUGUÊS
PSICOTERAPIA PRESENCIAL e ON LINE
Consultório:
Av. de Paris 14, 5º Esq.
1000-229 LISBOA
Marcação de consultas:
914 749 474 mariagrazia@sapo.pt
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