Período delicado
Paul Cezanne
Bom dia Dra. Maria,
Estou a escrever no sentido de procurar ajuda de uma pessoa profissional e que creio que me poderá ajudar.
O meu nome é Ana Filipa Pereira, nasci no dia 24 de Julho de 1984 às 7h15 da manhã.
Neste momento estou num período delicado da minha vida. Estou com muitas dúvidas e tenho tido muitas quebras e por isso estou a ficar preocupada.
Classifico-me como uma pessoa alegre, optimista e muito energética.
Vou começar pelo assunto mais importante:
- Comecei a trabalhar em Setembro do ano passado numa empresa boa. Bom salário. Boas perspectivas de futuro e relacionada com a minha Lic. em EngªQuimica. Perfeito. Quando comecei a trabalhar rapidamente fiquei deprimida, porque não tinha trabalho quase nenhum e fez-me muita confusão ficar o dia todo sentada em frente ao computador. Além disto, muitas das acções da empresa deixavam-me em baixo. Tudo muito lento e pouco justo. (Isto muito resumido).
Nos últimos meses a situação estava a ficar pior, porque o trabalho que tinha era super desmotivante, o meu chefe horrível e entretanto pensei, vou começar a enviar CV. No entanto, no passado dia 20 disseram que eu e mais alguns estagiários não íamos ficar. Tínhamos sido piores que os outros. Mas mais tarde percebemos que os que ficaram foi por cunha. Revoltante.
Agora tenho que me manter na empresa. Tenho tido trabalho mas a motivação ainda é pior e custa-me imenso. ainda por cima, não tenho recebido nenhum telefonema para entrevistas. tenho medo de não conseguir. para agravar:
- a minha relação com os meus pais é complicada. vivo com eles ainda. e eles não me apoiam nestas situações. A minha mãe é uma pessoa muito dramática e ansiosa. O meu pai é muito bruto e nervoso. Diz por vezes as coisas sem pensar, ofende e magoa e depois vem dizer que eles me apoiam em tudo. Fazem-me sentir muitas vezes inútil e querem que eu faça as coisas à maneira deles e não respeitam a forma como eu quero fazer. Este não respeitar significa em ofensas muitas vezes e impaciência e intolerância.
- a minha relação com o meu namorado que já mantenho à 11 anos é a minha paz. Ele é uma pessoa muito calma que me apoia na maioria das vezes.
no entanto, por vezes temos desavenças porque somos muito diferentes. eu sou muito energética e organizada e ele é o oposto. Quando me apetece sair ele está cansado, e vice versa. Apesar de gostar muito dele, sinto-me muito insegura por vezes, porque estou demasiado dependente dele e como é uma relação de muitos anos há certas coisas que precisava de sentir agora e que não sinto.
Sou uma pessoa que tem ânsia de coisas dinâmicas, que cada dia seja diferente e de sentir a vida agitada. e neste momento estou a ver tudo tão parado e triste.
Eu não costumo ser assim. Deprimida, mas senti a necessidade de falar disto com uma pessoa diferente e que não me conhece.
Espero que me ajude.
Obrigada só por me ter "ouvido".
Beijinho
Cara A.,
Penso que está num momento de crise e nesse momento colocar os sentimentos por escrito muitas vezes já ajuda.
Não me parece que tenha algo de grave mas há assuntos por resolver que geram stress e ansiedade, especialmente quando se trata de: trabalho, namoro, família.
O que posso lhe dizer é que precisa resolver os problemas um a um, para que não se perca neles e para que não aumente ainda mais a sua ansiedade.
Talvez vale a pena repensar o namoro e com isso adquirir uma maior segurança daquilo que quer para si e para o seu futuro.
Quanto ao trabalho é sempre tentar, mandar curriculum, até conseguir algo que a satisfaça.
Com os seus pais, enquanto estiver na casa deles vai ter que se sujeitar a opiniões e algumas regras, mas certamente querem o seu bem e fazem tudo para ajudá-la a progredir.
Um abraço e acredite em si.
Mariagrazia