Depressão
A depressão é um estado psicológico caracterizado por nove sintomas característicos:
1 tristeza quase permanente;
2 perda de interesse ou de prazer por qualquer actividade;
3 perturbação do apetite e do peso;
4 alteração do sono (insónia ou hipersónia);
5 agitação ou torpor;
6 sensação de fadiga;
7 sentimento despropositado de culpabilidade;
8 dificuldade de concentração;
9.“ideias negras” como pensamentos de morte e de suicídio.
Quando uma pessoa apresenta pelo menos cinco destes sintomas, todos os dias, durante pelo menos duas semanas, pode-se falar de depressão.
Sendo também uma condição multifatorial, o seu alívio requer que se encarem com eficiência um conjunto de desequilíbrios que lhe podem estar subjacentes.
A depressão tem na sua génese fatores psicológicos, sociais e biológicos que podem influenciar o estado da mente em determinado momento. Tanto pode ser causada por um acontecimento devastador como a doença grave ou perda de alguém próximo, como pode ser devida à acumulação de acontecimentos vários. Há acontecimentos na vida, difíceis e perturbantes, como um stress permanente, a perda da estima em si, os conflitos morais ou o sentimento de solidão ou de vergonha, que se tiverem a sua origem na infância, podem conduzir mais tarde à depressão.
Sobre o plano bioquímico, a depressão é caracterizada por uma perturbação do funcionamento dos mensageiros químicos do cérebro – os neurotransmissores – em particular a serotonina e a noradrenalina. Uma alteração da síntese da serotonina e da noradrenalina (e talvez de outros neurotransmissores) mas também da sua libertação, do seu transporte ou da ligação aos seus recetores, jogam um papel importante na depressão.
Investigação recente liga a depressão a vários fenómenos metabólicos, incluindo a inflamação, a resistência à insulina, ao stress oxidativo e, também, a um possível disfuncionamento da mitocôndria.
Além disso, o papel das hormonas na depressão é considerável, incluindo as hormonas do stress – glucocorticóides, e as hormonas sexuais – testosterona, progesterona e estrogéneo.
Muitas pessoas afetadas pela depressão podem assim estar a sofrer de desequilíbrios hormonais que podem estar a contribuir significativamente para os seus sintomas.
A medicina corrente, tem apostado fortemente nas drogas psicoativas que manipulam a química cerebral, como tratamento preferencial. Infelizmente a taxa de sucesso das intervenções farmacológicas para a depressão muitas vezes é inferior a 50%, sendo uma realidade que estes medicamentos estão a maioria das vezes carregados de efeitos secundários, incluindo uma preocupante propensão para um aumento de ideação suicida com alguns deles.
A depressão deve ser encarada na sua natureza complexa, devendo-se, para lhe fazer frente, optar por uma estratégia de gestão global que inclui alterações de estilo de vida proativas, psicoterapia para compreensão e gestão do stress interno, restauração hormonal, além de um suporte nutricional adequado e personalizado que possa complementar, substituindo em alguns casos o tratamento antidepressivo convencional, de forma a balancear de forma holística a química cerebral.