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Consultório de Psicologia

Espaço de transformação com a finalidade de orientar, ajudar, esclarecer dúvidas e inquietações. Encontre equilíbrio, use sua criatividade e deixe fluir sua energia. Mariagrazia Marini Luwisch

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Família disfuncional

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Olá! Obrigada pela sua resposta, pois ela serviu muito para a minha situação com minha mãe. Vivo uma situação parecida. Minha mãe desde que nasceu nunca foi feliz. Teve uma infância com muitas dificuldades financeiras, pais alcoólatras... Logo que casou teve filhos, meu pai bebia muito, parou de beber quando eu nasci, há 38 anos. Passamos por fases de muita pobreza, anos bons, anos ruins, mas ela sempre foi muito estressada, independente da situação. Eu e minha irmã mais velha saímos de casa aos 15 anos para morar com parentes para estudar e trabalhar. Depois de um tempo fora, minha irmã engravidou e voltou pra casa com a filha, sofreu bastante com minha mãe. Depois casou e foi embora novamente. Hoje sou eu quem sofro com a má convivência. Voltei depois de 15 anos porque arrumei um emprego próximo de casa. Sempre ajudei nas despesas de casa, mas ela sempre alegava e achava pouco.

Quando alguém bate de frente com ela, se faz de vítima, por isso enfio muito sapo pra evitar conflitos, mas adoeço com isso. Ajudei a cuidar do meu avô acamado até o dia de sua morte. Logo em seguida, meu paizinho adoece de mal de Alzheimer e as coisas só pioraram na convivência. Comecei a cuidar dele praticamente sozinha, toda ajuda dela era reclamando, então eu preferia fazer tudo sozinha até quando não aguentei mais. Minha coluna travou... Mas em nenhum momento ela se preocupou comigo e nem se preocupa. Quando adoeço, ela nem sequer pergunta o que tenho, pelo contrário, diz que é preguiça. Isso dói tanto.

Pois com minha irmã mais nova ela é totalmente diferente. Moraram sempre juntas e minha irmã tem um pouco de retardo mental, mas com boa desenvoltura. Há dois anos atrás, desenvolvi uma ansiedade e quase entrei numa depressão, mas ela ignorou totalmente meu problema. Procurei me cuidar e hoje estou melhor. Mas tem dias terríveis! Quando escuto ela brigando, xingando e reclamando de tudo já começo a chorar. Tudo que eu faço está ruim pra ela. Até os presentes de dia das mães e aniversário que eu dava pra ela, não agradecia, simplesmente mandava deixar num canto que depois ela olhava, deixei de presenteá-la.

Hoje sou professora concursada, graças a Deus, banco 90% das contas de casa, mas pra ela não é suficiente. Raramente saio pra diversão, somente em eventos da escola por causa de meu pai, mas mesmo no dia que eu saio ela reclama. Se dependesse dela, eu viveria isolada dentro de casa só trabalhando. As vezes tenho dó dela, pois sei que isso é reflexo dos traumas que viveu, mas que culpa eu tenho? Eu também sofri muito e sofro, e nem por isso ando tratando as pessoas com arrogância. Sei que ela precisa se ajuda médica, já falei isso pra ela, mas não gostou.

Já pensei em sumir e deixar tudo pra lá, mas Deus é misericordioso e me dá forças pra eu suportar. Hoje estou procurando cuidar de mim, pois já cheguei a conclusão que é impossível mudar a mente dela. É muito difícil viver assim, vivo em oração, tem me ajudado! Não entendo como uma mãe trata um filho dessa maneira, se dizem que o amor de mãe é puro, sem medida e incondicional. Mas enfim, eu lamento muito tudo isso por mim e por quem sofre a mesma situação. Obrigada pelas palavras, elas me ajudarão! Deus te abençoe!

 

Cara leitora,

A sua relação familiar é disfuncional, vive em codependência, o que a levou a um esgotamento emocional.

O melhor seria se conseguisse viver sozinha, numa casa talvez perto da sua mãe.

Entretanto procure criar um diálogo interno positivo para neutralizar as críticas da sua mãe.

Procure desenvolver a sua autoestima, reconheça o seu valor independentemente da aprovação da sua mãe e modifique seus pensamentos autodepreciativos.

Também pode trabalhar a prática da autocompaixão, por exemplo escrevendo diários de autocompaixão e em vez de se culpar por não atender as expectativas maternas, valide seus próprios sentimentos e conquistas.

Tente cuidar de si e tenha um espaço só seu para colocar seus objetivos e tenha momentos fora do ambiente de casa para aliviar a sua carga emocional e divertir-se.

Um grande abraço e tudo de bom!