O amor e o cérebro
O amor é uma necessidade biológica – é tão necessário para o nosso bem-estar quanto exercícios, água e comida. E do ponto de vista neurocientífico, podemos realmente dizer que o amor floresce no cérebro.
Duas décadas de pesquisa mostraram que, quando se trata de amor romântico intenso em estágio inicial – o tipo em que costumamos pensar quando falamos sobre estar apaixonado – é ativada uma parte muito primitiva do sistema de recompensa do cérebro, localizada no mesencéfalo.
É a área do cérebro que controla coisas como engolir e outros reflexos básicos. Embora muitas vezes pensemos no amor romântico como algo eufórico e amorfo e como uma emoção complexa, a ativação que vemos nessa parte básica do cérebro mostra que o amor romântico é, na verdade um impulso para satisfazer uma necessidade básica.
Isso explica porque as pessoas nos estágios iniciais do amor podem ficar obcecadas com pequenos detalhes, passando horas a debater sobre um texto de ou para a sua amada.
O amor de longo prazo também aumenta a ativação em áreas cognitivas do cérebro, como o giro angular, a parte do cérebro associada a funções complexas de linguagem e o sistema de neurônios-espelho, uma região que ajuda a antecipar as ações de um ente querido. Esse é o raciocínio por trás dos casais que terminam as frases um do outro ou que têm uma maneira de estar a cozinhar junto ao amado, sem problemas.
As pessoas apaixonadas têm essa conexão simbiótica e sinérgica graças ao sistema de neurônios-espelho, e é por isso que costumamos dizer que alguns casais são melhores juntos do que a soma das suas partes. O amor nos torna pensadores mais perspicazes e criativos.
Embora a intensidade da atividade cerebral difira, o amor entre um pai e um filho, um cachorro e o seu dono, ou mesmo o amor de alguém por um hobby, ou paixão, pode fornecer a sensação de conexão que todos procuramos e que precisamos desenvolver para sobreviver como humanos.
Feliz dia de São Valentim