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Consultório de Psicologia

Espaço de transformação com a finalidade de orientar, ajudar, esclarecer dúvidas e inquietações. Encontre equilíbrio, use sua criatividade e deixe fluir sua energia. Mariagrazia Marini Luwisch

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Espaço de transformação com a finalidade de orientar, ajudar, esclarecer dúvidas e inquietações. Encontre equilíbrio, use sua criatividade e deixe fluir sua energia. Mariagrazia Marini Luwisch

Relacionamento com a mãe

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Olá Dra. Mariagrazia!

 

Sempre tive um relacionamento difícil com a minha mãe, desde quando me entendo por gente. Quando tinha 10 anos meus pais se separam, e quando isso aconteceu, senti que precisava ajudar minha em tudo que pudesse e foi o que fiz. Ajudava a cuidar dos meus irmãos mais novos, da casa, fazia comida, entre outras coisas. Porque sabia que ela iria precisar de toda ajuda e força possível. Me esforçava para ser uma boa filha, mas mesmo assim, ela nunca se mostrou satisfeita. Só apontava o que era feito de errado, e NUNCA me disse um obrigado. E tudo isso foi deixando-me triste, e me fez se sentir inútil. Com o passar dos anos, nada mudou. Aos 16 anos comecei a trabalhar, ajudava financeiramente dentro de casa e mesmo assim nada era suficiente. Comecei a querer ter mais liberdade, pois sempre demostrei ser responsável e ela só sabia jogar as coisas na minha cara e que "não é porque você trabalha que tu vai fazer o que quiser..." " enquanto você morar na minha casa você não vai fazer o que quiser", e como a respeitava acima de tudo, abaixava minha cabeça e tenta entender, apesar, de ficar muito triste. Mas também, passei a alimentar uma vontade muito grande de sair de casa. 

 

Enfim, hoje tenho 20 anos, e o relacionamento continua muito difícil. A 8 meses comecei a namorar, e além da implicância comigo, agora também é com ele. Ela sempre dá escândalo, me faz passar vergonha na frente dele, diz que sou uma pessoa "indigna", entre outros insultos que prefiro não dizer. Mas nesse ultimo fim de semana, ela simplesmente passou todos os limites. Falou comigo como se eu fosse uma coitadinha (o que ela sempre faz), e que tudo que acontece comigo, que a forma dela me tratar, foi tudo eu que criei. Meu irmão do meio, até quis bater no meu namorado. filh

 

Ninguém na minha casa fala comigo, o ambiente fica cada vez mais pesado. Me sinto odiada pela minha mãe, sem ao menos saber o porquê. E agora estou em um dilema, minha sogra que sempre nos apoiou, já havia me chamado para morar com eles, e agora ele me ofereceu isso de novo, porque não adianta, essa situação na minha casa parece que nunca vai mudar. O que eu devo fazer? Vou morar com meu namorado? Estou muito triste, e confusa.

 

Desde já agradeço!

Obrigada!

Gigi

 

 

Cara Gigi,

 

 O ir morar com o seu namorado não vai ajudar em nada a melhorar o relacionamento com a sua mãe e ainda vai talvez proporcionar dificuldades de relacionamento com o seu namorado e com a sua futura sogra.

O problema tem que ser resolvido entre as duas e só é possível através do diálogo e da compreensão mútua.

Quando tiver a possibilidade de sair de casa para viver por conta própria e se manter sozinha sem depender de ninguém é outro caso, mas por enquanto ainda é muito jovem para isso.

 

O melhor que tem a fazer é tentar se entender com a sua mãe. Certamente enquanto morar com ela vai ter que seguir as regras dela, mas sempre podem conversar quando se trata de algum ponto importante para ambas.

 

A fase adulta de uma filha é uma etapa muito marcante na relação mãe e filha e ambas passam por desencontros, frustrações, mágoas ou ressentimentos, mas quanto mais cada qual, mãe e filha puderem observar todo evento por diferentes prismas, buscar compreender as razões que levaram cada qual a agir desta ou daquela maneira, isto é, não ficarem presas na ocorrência frustrante, e sim ver o que há por trás, ou seja, o que pode ter levado a outra a agir desta ou daquela maneira, e principalmente, não atrelarem-se aos próprios desejos e expectativas, mãe e filha poderão compartilhar muito mais as alegrias inerentes às mudanças e transformações que desencadeiam novas etapas  da vida.

 

Pense nisso e procure uma solução nesse sentido.

Um abraço