Espaço de transformação com a finalidade de orientar, ajudar, esclarecer dúvidas e inquietações. Encontre equilíbrio, use sua criatividade e deixe fluir sua energia.
Mariagrazia Marini Luwisch
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Mariagrazia Marini Luwisch
Estou num relacionamento e sinto que tenho que "pisar em ovos" e estou continuamente a ser criticada.
Como identificar se estou num relacionamento tóxico?
Preciso de ajuda!
Cara Leitora,
Um relacionamento tóxico é caracterizado por padrões de comportamento prejudiciais, desrespeitosos e nocivos entre os parceiros. Esses padrões podem se manifestar de várias formas, incluindo manipulação emocional, controle excessivo, abuso verbal ou físico, ciúmes patológicos e falta de apoio emocional.
Se percebeu que está em um relacionamento tóxico e quer sair, já deu o primeiro passo para uma nova vida, livre de abusos.
O segundo passo é ser firme, manter a sua decisão e não dar ouvidos ao abusador. Pessoas tóxicas, são manipuladoras e vão tentar colocar a culpa em si.
Converse com amigos e familiares, procure ajuda profissional e afaste-se da pessoa tóxica! Não é fácil, mas pense em si.
Hoje mesmo passei por mais uma situação de humilhação. Minha mãe tem 70 anos, o tempo todo irritada, batendo a porta do quarto, quando lava louça joga os talheres na pia, fica dando show de horrores a todo momento. Desde a morte do meu pai, pai que ela conseguiu manipular a vida toda, está cada dia pior. Tenho 48 anos, divorciada, depressão, ansiedade, tenho uma filha de 14 anos (adolescente difícil) e estou morando com ela desde a morte do meu pai, faz 8 anos. Trabalho fora, também faço tudo que é necessário em casa, limpeza, comida e resolvo com as próprias mãos reforma. Pintura, dentro de casa "construção" quando necessário. Tive que aprender a fazer de tudo, pois pra minha mãe nunca oque faço está bom ou é suficiente.
Tenho um irmão de 44 anos que surtou há 20 anos atrás (bebidas quentes e coisas ilícitas) e hoje é esquizofrênico, mora connosco em um cômodo separado, tem a pensão dele e não ajuda financeiramente com nada, nada, nada. O cúmulo o, é quando ele surtava e partia pra cima de mim pra me esmurrar, minha mãe dizia: coitado não sabe oque está fazendo. Apanhei muitas vezes. Quase morri um dia sufocada. Até que um dia chamei a polícia pra ele. Minha mãe não me defendeu. Por acaso queria que ele continuasse me batendo não fizesse nada até hoje? Quando ela surta, manda embora minha filha e eu, só porque faz 1 ano estamos nos ocupando seguimos nossa vida. A todo momento ela se faz de vítima, aliás a vida toda. Faz alguns tratamentos médicos, reclama todos os dias, vive em cima da bíblia, diz que não tenho amor por ela. Tô cansada esgotada. Me afundei em dívidas para satisfazer as necessidades aleatórias dela. Porque nunca o que faço é suficiente. Atualmente, depois de 8 anos consegui arranjar um namorado, e tudo vem piorado a cada dia. Surta na frente dele, me chama de irresponsável, de filha desnaturada etc. Ainda bem que meu namorado é maduro e já percebeu que minha mãe só sabe me massacrar e "passar o pano" para meu irmão que nem lava próprio prato. Tenho a sensação de que ela queria que a esquizofrênica fosse eu. Porém, não bebo, não fumo e nunca precisei me drogar pra ser feliz. Já ele o mimadinho, sempre fez o que bem entendeu, mas compra ela com os elogios e pra ela é o suficiente, embora não faça nada.
Tenho vontade de sumir, morrer, desaparecer, o desespero toma conta de mim diariamente. Já acordo me sentindo um lixo. O clima aqui em casa é tenso, não tem diálogo, só ela tem razão, pior que sou uma pessoa que guarda tudo no coração. Mas tenho meus momentos de explosão pelo menos 1 vez na semana. Tô cansada, muita ignorância e maltrato. Quando criança eu pensava "minha mãe me trata muito diferente do meu irmão " será que sou adotada? Meu pai dizia, pare de ser assim com ela com tanta opressão, e completava: você deveria ser assim com seu filho, pra virar homem. Em outras palavras: minha mãe me criou homem e criou meu irmão extremamente protegido como uma mulher.
Nenhum familiar vem na minha casa, pois minha mãe é insuportável dona da razão. Os dias estão passando e quando me organizar financeiramente, vou embora daqui. Mesmo sabendo que ela precisa me suportar pois a casa também é minha, e não é só do meu irmão folgado. Aliás, grita aos quatro cantos: "a casa é minha" .... Não aguento mais passar por isso, parece que meu peito vai explodir. Minha mãe precisa cuidar da própria vida, não sou o marido dela, não nasci pra substituir meu pai. Ultimamente quando chega às contas de energia elétrica e água, ela esconde, só pra fazer eu ir atrás pra dar trabalho. Um absurdo. Se faz muito de vítima, conta pra todos pelo Whats App. Mas quem me conhece sabe que sou do tipo que sofre calada. Se alguém puder me confortar, com uma palavra, eu agradeço.
Cara Cristina,
Ter uma mãe tóxica é uma realidade muito dolorosa e ainda mais com o problema do seu irmão, não deve ser nada fácil para si. As mães, de maneira geral, exercem uma influência enorme sobre a nossa mente e acredito que esteja muito cansada e magoada com toda a situação.
Uma mãe tóxica é aquela que se comporta de modo muito prejudicial para seus filhos e chega a prejudica-los no bem-estar emocional e psicológico.
Lidar com uma mãe toxica e abusiva pode ser uma experiência emocionalmente desafiadora e muitas vezes prejudicial para seus filhos. Reconhecer os padrões de comportamento narcisista, buscar e estabelecer limites saudáveis são passos cruciais para preservar o bem-estar e a saúde mental. Embora seja um caminho difícil, estabelecer limites e regras no relacionamento bem como a conscientização e a busca de ajuda terapêutica podem ajudar a quebrar o ciclo de abuso e proporcionar a oportunidade de uma vida mais saudável e equilibrada.
É importante lembrar que cada situação é única e não há uma solução única para lidar com uma mãe tóxica. Experimente diferentes estratégias e procure encontrar aquela que funciona melhor para si.
Lidar com um irmão problemático também é uma missão difícil. É preciso aceitar a doença e suas dificuldades, ser realista em relação do que espera dele e de si própria. Tenha calma, senso de humor e mantenha a esperança.
Lembre-se que tem o direito de cuidar de si mesma e estabelecer limites saudáveis para sua vida. Com paciência e ajuda, principalmente de um bom terapeuta, certamente irá conseguir orientar a sua vida de uma forma mais saudável.
Penso que o meu pai 'cometa' abuso psicológico ao resto da família.
Ele insulta-nos constantemente quando dizemos algo que vai contra a opinião dele, já disse diversas vezes que a minha opinião não vale nada (nunca esquecerei, que ele me disse: 'Estou a dizer-te que tu és estúpido porque mereces saber).
Hoje tivemos outra discussão sobre a questão da carta de motorista e ele ficou a falar que sou incompetente, que sou ingrato porque não quero ir dirigir com ele, também (porque ele sempre grita comigo e tenho medo de dirigir com ele), que ninguém pense no que ele pensa e que tanto a minha mãe quanto eu, deveríamos apenas beijar os seus pés e ir trabalhar.
Muitas vezes ele ameaça bater-me, sem nunca ter feito isso, o que sei que ele fez no passado com a minha mãe. Ele também tem um comportamento maníaco com ela, às vezes acreditando (o que não é verdade) que ela tem um amante e ameaçando matá-la. Depois de cada discussão com ele fica quase um mês sem falar connosco e não nos dá dinheiro para comer porque quer que peçamos a ele, para se sentir bem e magnânimo.
Depois de um tempo ele acalma-se sozinho e tudo volta ao normal.
Tenho 20 anos e estou a estudar, a minha mãe não trabalha, enquanto ele trabalha, ela cuidou de mim e do meu irmão mais novo (decisão que agora, após alguns anos, ele diz nunca ter existido) e tenho medo de fazer qualquer coisa, porque sem ele, ficaríamos sem dinheiro e com uma ameaça por perto.
Estou a escrever após uma 'discussão' e ainda estou bastante abalado. O que me aconselha fazer? Sou eu que sou muito frágil? Devo apenas agradá-lo?
Caro leitor,
As suas palavras fazem-me compreender quão profundamente sofreu e continua a sofrer, com a violência psicológica e manipulação emocional do seu pai, que o faz sentir-se frágil, desamparado e destinado a desistir de si próprio.
Muitas vítimas de violência doméstica nas suas diversas formas estão numa situação de estagnação semelhante à sua, com medo e falta de independência económica que as mantêm ligadas ao homem de quem gostariam de fugir. Nunca se deve aceitar o sofrimento desse tipo de violência.
O caminho para voltar a se sentir bem é procurar a ajuda de amigos, familiares e profissionais, para que possa reavaliar a sua vida e tomar as atitudes possíveis para se afastar desse mal.
A minha neta se toca desde os 3 anos de idade, hoje está com 5, estou preocupada se e uma atitude normal de uma criança nesta idade ou algum abuso… sempre perguntei a ela se alguém a tocava e ela sempre respondia que ninguém a tocava, às vezes parecia até se irritar de tanto que eu perguntava, perguntei para a professora da escola se poderia ser normal da criança na idade dela, e ela disse que como a minha neta chuchava muito a chucha que era absolutamente normal, pois a criança fica sensível ao toque.
Então deixei, quando ela largou a chucha realmente deu uma parada, mas uma vez ou outra se tocava, e quando foi esses dias entrei no quarto e ela estava com a mão se tocando na parte de baixo, e perguntei com calma: fala para a avó quem coloca a mão aí? A avó não vai falar para ninguém, e ela pensou e falou: a avó não vai contar? Eu disse que não, ela olhou para baixo como se estivesse pensando e falou: papai! Gaguejou para falar papai. E eu continuei e disse: você falou para ele que não pode? Tem que falar para ele que não pode, e ela disse: eu falei, mas ele disse que pode!
Estou seriamente preocupada, gostaria de saber se criança mente ou o que pode ser.
Cara Avó,
A criança nessa idade usa muito a fantasia e há crianças que, ao serem pressionadas com perguntas, inventam uma resposta para satisfazer o interlocutor.
É preciso sempre ter muito cuidado ao desconfiar de abuso, no entanto, diante de uma situação delicada, mantenha-se atenta.
Quanto à masturbação, ajude-a explicando o que se passa no seu corpo, sem repreende-la e procure distrai-la com alguma atividade recreativa. A masturbação infantil é comum.
Uma criança que receba afeto e amor não deverá ter problemas de masturbação excessiva.
Tenho 22 anos, atualmente, estou casada há 8 meses. Mas no ano passado lembrei-me, eu lembrei que meu pai ia no meu quarto orar comigo e sempre que eu terminava de orar eu dava um beijo no rosto dele e ele um beijo na minha testa, mas a mão dele apalpava meus seios, mas eu achei que era coisa da minha cabeça. Meu pai com a única filha mulher dele que sempre me deu de tudo, sempre me deu carinho, amor e proteção fazendo isso comigo.
Deixei pra lá e segui minha vida. Depois de uns anos descobri que ele tentou abusar da minha tia quando ela tinha 15 anos. A mesma idade que eu tinha!
Então desde esse dia eu não consigo ter desejo sexual, principalmente se ele toca nos meus seios eu fico agoniada com repulsas eu não consigo mais sentir desejo.
Eu não sei oque fazer! Só sei que na hora do sexo eu odeio. E antes deu lembrar disso era tranquilo eu gostava. Estou sem rumo ...
Cara Leitora,
O melhor é ir a uma consulta de psicologia para poder resolver esse seu “trauma “ de infância e viver uma vida sexual livre de sentimentos contraditórios e sofrimento.
É importante não se culpar e nem odiar o seu pai que teve esse péssimo comportamento, talvez por ignorância ou por abuso de poder.
Pense em si e procure ajuda para se libertar desse pesadelo que está a bloquear a sua vida sexual presente.
O que sofreu foi muito grave mas é possível ser superado. É importante dar-se a oportunidade de receber carinho e encontrar o amor, de experimentar as (im)perfeições, de dividir sua vida com seu marido.
Lembre-se que no seu processo de reconstrução como mulher, a masturbação tem um papel importante, pois ajuda a conhecer o próprio corpo e permite o contato com o prazer, sem culpa. Para muitas mulheres, a literatura erótica também pode ser uma ferramenta.
Olá, eu me chamo Sónia e tenho 18 anos. Quando eu tinha 3 anos o meu pai morreu e minha mãe entrou em depressão. Tenho 7 irmãos, minha irmã mais velha sempre cuidou de mim, eram 10 anos de diferença, uma das minhas irmãs (são 4 meninas 5 comigo, e 3 meninos) sofreu um acidente e ficou um bom tempo no hospital. Um dia eu e minha irmã que agora tem 21 anos, estávamos caminhando na rua sozinhas, tínhamos entre 4 e 7 anos, uma mulher nos encontrou e perguntou onde íamos. Falamos que íamos atrás da nossa mãe que estava no hospital, enfim ela nos deu um banho, nos deu comida e foi falar com nossa mãe e ficou connosco por um tempo. Quando minha mãe saiu do hospital voltamos a viver com ela e passávamos muitas dificuldades. Eu tinha entre 5 a 6 anos quando a minha mãe conheceu uma pessoa que virou meu padrasto. Como não tínhamos pai queríamos muito ter um. Certo dia ele posou lá em casa e me convidou pra dormir com ele e eu na inocência fui. Amava-o muito, amor de pai e filha mas que na verdade ele nunca teve.
No dia que dormi com ele, lembro-me pouco, mas lembro que ele falou que ia fazer umas coisas que eu não podia contar pra ninguém. E isso se repetiu tantas vezes! Fui crescendo e isso acontecia. Duas das minhas irmãs também sofreram isso com ele. Ainda fizemos uma queixa e depois tivemos que tirar a queixa eu não sei porquê. E isso ainda aconteceu durante anos e anos, foi horrível.
Hoje tenho 18 anos não sinto prazer algum no sexo... Namoro meninas e não sinto nada e muitas vezes tenho que fingir. Não sei o porque eu sempre escondi tudo, até porque eu fui abusada por anos e tinha vergonha de falar.
Queria saber se tem algo que eu possa fazer para mudar isso.
Cara Sónia,
O abuso sexual continuado é uma clausura, uma prisão. É um estado semelhante ao vivido em campos de concentração. Gera, na vítima, a despersonalização, a falta de controlo sobre o seu corpo, sobre as suas emoções, remete-a a um silêncio forçado, a uma permanência na situação de violência. Ainda que os portões de saída estejam abertos, não há para onde fugir. A criança fica numa situação de exílio. Faz parte do mundo adulto sem estar integrada e participa do mundo das crianças sem lhe poder pertencer. Por isso, está condenada ao silêncio! Em sua casa fala uma língua estrangeira e fala uma língua estrangeira no exterior. É estrangeiro num e noutro.
Para superar o trauma de abuso sexual é importante:
-Não fazer associação com culpas ou sentir-se suja.
-Sempre olhar-se no espelho com carinho e amor-próprio.
-Ser positiva em pensamentos e atitudes.
A psicoterapia é imprescindível nestes casos. É preciso fazer uma terapia para poder trabalhar esses seus sentimentos e atitudes. Falar com uma psicóloga, além de ser um alívio, vai ser uma ajuda para gerir o seu mal-estar, entender os seus sentimentos e compreender melhor suas dificuldades de relacionamento.
Quando eu tinha 4/5 anos, um primo que morava quase ao lado de minha casa, ele começou a frequentar demasiado a minha casa, para "brincar" comigo, como é óbvio eu não tinha a noção das coisas, achava as "brincadeiras" normais. Meus pais apanharam essas "brincadeiras", lembro-me depois disso que houve uma discussão com o meu primo, e que ele deixou de frequentar a minha casa e que quando perguntava a meus pais por ele, inventavam-me sempre algo para ele não aparecer lá ou para eu não ir a casa dele. Depois de tudo aquilo, sobre ele, eu só me lembro disso, até depois disso, pouco tempo mais tarde, eu mudei de casa.
Com o passar do tempo, fui crescendo, aprendendo novas coisas na escola, e foi ai que comecei a aperceber-me das coisas, percebi que aquelas "brincadeiras" de meu primo, não eram nada normais nem inocentes, que não eram simples "brincadeiras" de crianças…
Consegui saber lidar mais ou menos com isso e seguir em frente, até ontem...
Ontem voltou tudo, devido ao que aconteceu...e eu agora sinto realmente que preciso de ajuda...
O que aconteceu foi o seguinte:
Um Sr. daqui da minha zona, convidou o meu namorado e a mim para irmos almoçar a casa dele, mas ficou para tarde, devido ao horário dos nossos trabalhos, eu fui a pensar que o meu namorado já estava lá ou ia até lá. Quando cheguei, almocei entretanto, porque ficava mal eu dizer que ia embora não estando o meu namorado, eu ainda esperei que ele aparecesse, mas nada. Depois de almoçar, minha mãe liga, eu disse que tinha de ir embora para falar com ela, visto que estou deslocada dela, esse Sr. começou a agarrar-me, a colocar as mãos por dentro da minha roupa...eu tentei sair, a porta estava trancada, então como ouvi pessoas na rua, optei por começar aos berros, ele lá me largou e deixou eu abrir a porta e sair, mas avisou para não contar aquilo a ninguém...
Quando cheguei a casa o meu namorado estava a chegar, eu não lhe contei nada, estávamos mal por outros assuntos, tive um ataque de pânico...ele pensou ser esse o motivo (o acumular)...
Desde ontem que não tenho conseguido deixar que o meu namorado me toque, já antes era um pouco complicado, mas agora piorou, hoje voltei a ir a baixo, e eu só quero conseguir esquecer isto, mas não está a dar, vejo esse homem todos os dias, depois o meu namorado deu-lhe o meu número na inocência, e ele liga-me e manda-me mensagens constantemente.
Como é que desta vez vou ultrapassar isto?
Cara jovem,
O que aconteceu com o seu primo faz parte do passado, não deve se sentir culpada por isso, afinal é uma situação que pode acontecer com uma certa frequência com crianças e não necessariamente deixa sequelas.
O que aconteceu com o Sr. “acordou” o seu sentimento de culpa do passado. Fale com seu namorado, fale com o Sr. para que a deixe em paz, denuncie o abuso, perceba que não é mais aquela criança inocente, submissa, indefesa e despreparada. Assim vai encontrar caminhos para redescobrir sua força, sua energia e sua vontade de viver e de namorar. Vai se sentir forte e livre para amar e ser amada.
Não se dê por vencida. Ser tocada pode ser muito prazeroso e excitante.Treine com o seu namorado, namore e namore e vai ver que vai gostar do que sente.
Preencha sua vida com pensamentos de confiança, tranquilidade, força e ousadia para se colocar no mundo de forma ativa e positiva. Essa força será sentida no seu corpo e na sua mente.
O meu nome é Manuela e tenho 37 anos. Vivo em relacionamento abusivo. Não consigo me desvincular. Sofro de depressão maior. Tudo se agravou devido a um descolamento de retina, ao qual resultou em 10 cirurgias e quase 2 anos de repouso absoluto. Hoje estou tentando voltar a normalidade, mas sem a vista do olho direito.
Estou perdida. O que faço?
Cara Manuela,
Se continua em um relacionamento abusivo por pensar que ele mudará e que começará a tratá-la bem, pense melhor.
Um homem abusivo não muda sem uma terapia de longo prazo. Sessões de terapia podem ser particularmente boas em ajudar um homem abusivo a reconhecer seu padrão abusivo. Drogas e álcool podem criar ou aumentar o abuso em um relacionamento. A mulher de um abusador precisa d ajuda e apoio para enfrentar o processo de co-dependência que está envolvida.
Se o homem abusivo não estiver disposto a procurar ajuda, então deve começar a agir para proteger a si mesma saindo de casa. Se estiver com medo de não ser capaz de sobreviver procure ajuda, buscando a família, amigos, e descubra como eles poderão ajudá-la. Uma vez que tenha saído, o abusador pode chorar e pedir perdão, mas não volte atrás sem procurar ajuda e sem ele completar uma terapia de longo prazo bem-sucedida. Esteja preparada para o aumento da pressão pelo abusador, pois ele perdeu o controlo. Se o seu parceiro não está desejoso de procurar ajuda para seu comportamento abusivo, a sua única opção é sair fora.
Cuide de si, procure ajuda para tratar da sua depressão e dos seus problemas e não permita que ele continue a estragar a sua vida.
Pensei muito antes de escrever. Tenho 24 anos, fui abusada sexualmente pelo meu pai quando tinha 10 anos, não sei por quanto tempo mas imagino que um ano mais ou menos, com frequência, as vezes vinha na minha cama quando estava dormindo, ou quando estava em casa sozinha com ele.
Eu não dizia nunca de não, e gostava quando me tocava. Não contava pra ninguém porque pensava que se eu não dissesse ele seria sempre "bonzinho" comigo, não me bateria mais e daria coisas como doces e presentes.
Na verdade nada mudou, e uma vez que fiquei até mais tarde na casa de uma amiga, levei uma surra de cinta. Decidi que não queria mais, mas quando ele vinha eu não tinha coragem de dizer não!
Minha irmã descobriu, e escreveu uma carta a minha mãe contando o que acontecia! Minha mãe me chamou para conversar, chorei horrores, achei que ela ia bater-me, mas ela só estava em choque e queria saber a verdade, contei tudo.
Não me lembro se se passaram uma semana ou um dia, mas ela falou com ele e pediu para ele ir embora de casa, ele não aceitou, meu pai bebeu veneno e morreu no mesmo dia.
Desde então eu tenho uma relação com o sexo que não vejo natural. Perdi a virgindade com 15 anos, depois disso tive vários homens, não perguntava nem o nome! Aos 19 fui morar em outra cidade e lá depois de alguns meses comecei a prostituir-me. Fiz por um ano e meio mais ou menos! Não consigo manter uma relação duradoura, estou há oito meses com uma pessoa, e já sinto vontade de sair com outra, não quero trair, gosto muito dele, mas não é ativo sexualmente como eu sou! Penso sempre no que me aconteceu no passado e acho sempre que tudo acontece por esse motivo, o sexo a prostituição, a minha frieza... Espero que possa ajudar-me! Agradeço desde já!
Um Abraço Maria
Cara Maria,
O abuso sexual praticado em crianças e adolescentes provoca nessas pessoas, dores e traumas irreversíveis. Esses traumas desencadeiam uma profunda violação dos limites físicos e psicológicos, gerando consequências gravemente negativas para a vítima ao longo de seu desenvolvimento cognitivo, afetivo, comportamental e social, e principalmente para os seus relacionamentos interpessoais futuros.
Percebe-se que com a vivência do abuso, a Maria perdeu a espontaneidade e naturalidade de sua sexualidade, deixando marcas profundas, o que em muitos casos pode levar até à perda do sentido da vida.
Para enfrentar essas consequências psíquicas e emocionais é preciso primeiramente conscientizar-se que a via da prostituição não é o caminho adequado para ultrapassar o seu passado de abuso, muito pelo contrário leva a uma agudização da sua inconstância sexual e frieza emocional, por não confiar nem nas pessoas e nem em si.
Procure ter uma atitude positiva, o que aconteceu consigo faz parte do passado, aceite o sucedido como fosse um acidente de percurso e não como justificação para seus comportamentos presentes. É preciso superar com esforço, com assertividade e força.
Ao mesmo procure ajuda especializada. Faça uma psicoterapia para poder trabalhar os seus fantasmas do passado e poder viver o presente com desenvoltura, serenidade e amor.
Drª, gostaria de sua ajuda, sofri abuso sexual na minha infância, e quando me tornei adolescente comecei uma vida sexual muito cedo. Sempre busquei refúgio no sexo sem prazer, e quando me quando me apegava, me apegava muito rapidamente.
Vivo uma vida de dupla personalidade, na frente das pessoas sou uma pessoa normal, mas quando estou sozinha tenho prazer em me sentir triste e chorar.
Será que tenho algum tipo de transtorno? Desde já agradeço Amanda
Cara Amanda,
As vítimas de violência e abuso sexual sofrem consequências psicológicas tanto imediatas quanto crónicas.
As consequências da violência e do abuso sexual na esfera emocional são:
* Choque.
* Negação.
* Medo.
* Confusão.
* Ansiedade.
* Recolhimento.
* Culpa.
* Nervosismo.
* Falta de confiança nas pessoas
* Sintomas de transtorno do stress pós-traumático.
O seu comportamento na intimidade pode estar relacionado ao seu passado, quando viveu o prazer associado à tristeza e à dor. Para melhor tratar do seu problema e está indicada uma psicoterapia que vai ajudá-la e proporcionar-lhe um ambiente seguro onde poderá expressar a sua dor e iniciar daí um processo terapêutico de cura do seu trauma do passado.
Entretanto não desanime. Essas situações acontecem e o que é preciso é conseguir superar o trauma e recuperar a sua auto-estima.