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Consultório de Psicologia

Espaço de transformação com a finalidade de orientar, ajudar, esclarecer dúvidas e inquietações. Encontre equilíbrio, use sua criatividade e deixe fluir sua energia. Mariagrazia Marini Luwisch

Consultório de Psicologia

Espaço de transformação com a finalidade de orientar, ajudar, esclarecer dúvidas e inquietações. Encontre equilíbrio, use sua criatividade e deixe fluir sua energia. Mariagrazia Marini Luwisch

Abuso e assédio

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Quando eu tinha 4/5 anos, um primo que morava quase ao lado de minha casa, ele começou a frequentar demasiado a minha casa, para "brincar" comigo, como é óbvio eu não tinha a noção das coisas, achava as "brincadeiras" normais. Meus pais apanharam essas "brincadeiras", lembro-me depois disso que houve uma discussão com o meu primo, e que ele deixou de frequentar a minha casa e que quando perguntava a meus pais por ele, inventavam-me sempre algo para ele não aparecer lá ou para eu não ir a casa dele. Depois de tudo aquilo, sobre ele, eu só me lembro disso, até depois disso, pouco tempo mais tarde, eu mudei de casa.

Com o passar do tempo, fui crescendo, aprendendo novas coisas na escola, e foi ai que comecei a aperceber-me das coisas, percebi que aquelas "brincadeiras" de meu primo, não eram nada normais nem inocentes, que não eram simples "brincadeiras" de crianças…

Consegui saber lidar mais ou menos com isso e seguir em frente, até ontem...

Ontem voltou tudo, devido ao que aconteceu...e eu agora sinto realmente que preciso de ajuda...

O que aconteceu foi o seguinte:

Um Sr. daqui da minha zona, convidou o meu namorado e a mim para irmos almoçar a casa dele, mas ficou para tarde, devido ao horário dos nossos trabalhos, eu fui a pensar que o meu namorado já estava lá ou ia até lá. Quando cheguei, almocei entretanto, porque ficava mal eu dizer que ia embora não estando o meu namorado, eu ainda esperei que ele aparecesse, mas nada. Depois de almoçar, minha mãe liga, eu disse que tinha de ir embora para falar com ela, visto que estou deslocada dela, esse Sr. começou a agarrar-me, a colocar as mãos por dentro da minha roupa...eu tentei sair, a porta estava trancada, então como ouvi pessoas na rua, optei por começar aos berros, ele lá me largou e deixou eu abrir a porta e sair, mas avisou para não contar aquilo a ninguém...

Quando cheguei a casa o meu namorado estava a chegar, eu não lhe contei nada, estávamos mal por outros assuntos, tive um ataque de pânico...ele pensou ser esse o motivo (o acumular)...

Desde ontem que não tenho conseguido deixar que o meu namorado me toque, já antes era um pouco complicado, mas agora piorou, hoje voltei a ir a baixo, e eu só quero conseguir esquecer isto, mas não está a dar, vejo esse homem todos os dias, depois o meu namorado deu-lhe o meu número na inocência, e ele liga-me e manda-me mensagens constantemente.

Como é que desta vez vou ultrapassar isto?

 

Cara jovem,

O que aconteceu com o seu primo faz parte do passado, não deve se sentir culpada por isso, afinal é uma situação que pode acontecer com uma certa frequência com crianças e não necessariamente deixa sequelas.

O que aconteceu com o Sr. “acordou” o seu sentimento de culpa do passado. Fale com seu namorado, fale com o Sr. para que a deixe em paz, denuncie o abuso, perceba que não é mais aquela criança inocente, submissa, indefesa e despreparada. Assim vai encontrar caminhos para redescobrir sua força, sua energia e sua vontade de viver e de namorar. Vai se sentir forte e livre para amar e ser amada.

Não se dê por vencida. Ser tocada pode ser muito prazeroso e excitante.Treine com o seu namorado, namore e namore e vai ver que vai gostar do que sente.

Preencha sua vida com pensamentos de confiança, tranquilidade, força e ousadia para se colocar no mundo de forma ativa e positiva. Essa força será sentida no seu corpo e na sua mente.

 

Um abraço

 

 

Assédio moral no trabalho

 

 

Eu sou Manuel e tenho 33 anos. A minha história começa a ser insuportável no fórum psicológico. Trabalho como responsável de caixa há 10 meses (com mais dois colegas por turnos), todos os recebimentos passam pelas minhas mãos. Há sensivelmente 3 meses tenho verificado que os meus colegas - tanto do armazém como os que partilham o turno -  passam a mandar bocas há frente dos clientes, a gozar da forma como trabalho, são arrogantes e fazem propositadamente com que as minhas contas errem. Falei uma vez ao patrão mas ele, foi arrogante, e não mostrou interesse no assunto. Psicologicamente começa-me a prejudicar, ando ansioso, desanimado e os níveis de concentração diminuíram, Começo a achar que me querem despedir ou que eu fique farto e me despeça. Até há data as contas têm dado certo - fora os erros propositados dos meus colegas - sou assíduo, tento melhorar o rendimento dia para dia. Apesar de reconhecer o  meu valor - com humildade - começo a preocupar seriamente, porque tudo tem um limite e por muito que seja forte mentalmente, sou um ser humano e começo a fraquejar. Gostaria de saber o que tenho de fazer ou se existe alguma lei para me defender?

 

Sem outro assunto.

Atenciosamente,

 

Manuel

 

 

 

 

Dúvida sexual

 

Olá Dr.ª. 

 

Gostaria que me desse a sua opinião relativamente a uma situação com a qual me enfrentei há duas semanas e que mexeu comigo.

Sou uma pessoa bastante ansiosa e tenho 25 anos. Curiosamente, trabalho na área da Saúde e adoro o que faço. Sou Enfermeira e há cerca de duas semanas, uma colega de trabalho, auxiliar, pediu-me que lhe dispensasse medicação para dormir (prescrita pelo seu médico). Dado que era uma sexta-feira, dispensei-lhe a medicação para o fim-de-semana, com a bela intenção de a ajudar. Fui fazer o meu trabalho e quando chego à minha sala, a minha colega tinha deixado o seu número de telefone escrito num papelinho. Achei estranho, mas nem liguei. O fim-de-semana passou. Chegámos a segunda-feira, estava ao serviço, quando recebo uma chamada da mesma auxiliar, querendo falar comigo. Como eu estava ocupada, ela deixou de novo o seu número para que eu a contactasse. Pensando que ela necessitava de ajuda para algo, liguei-lhe mais tarde. Para meu espanto, sou confrontada com a seguinte pergunta: "Estás interessada em mim e andas a tentar seduzir-me?". Devolvo a resposta: "Não, mas porque perguntas isso?". E ela responde-me dizendo que eu havia sido muito simpática, que quando a cumprimentei quase a beijei na boca e que lhe toquei no braço, tendo ela interpretado aqueles gestos, como sinais "sexuais". Expliquei-lhe que era uma impressão, que não tive essa atitude, uma vez que nunca tive qualquer interesse por mulheres, e que inclusive tinha um namorado de quem gostava muito. Aproveitei para esclarecer que, habitualmente, quando posso ajudar, faço-o com toda a prestabilidade e simpatia. 

 

No dia seguinte, terça-feira, recebo uma mensagem da senhora no meu telemóvel, a dizer que se porventura estivesse interessada, que ela estaria a fim de tentar algo. Novamente, respondi dizendo que não estava minimamente interessada nas suas propostas e que parasse de me procurar. Recebo de volta uma chamada telefónica, mas desta vez pedindo-me desculpas, a dizer que tinha confundido as coisas e que não queria que reagisse com ela de forma diferente. Fiquei tão irritada e ansiosa com a persistência dela, que falei-lhe de uma forma menos agradável e corri a contar a história à minha chefe, para que não a pusesse mais a trabalhar comigo. 

 

Pensando que o assunto teria ficado enterrado por aqui, aquela situação incomodou-me de tal forma, fiquei tão chocada, que fiquei a pensar e a cismar durante este tempo todo, chegando mesmo a colocar-me em questão se realmente, demonstrei algo (mesmo que inconscientemente) ou se teria algum interesse por mulheres. Neste momento já estou mais tranquila, mas andei este tempo todo a "observar" mulheres, para ver se me despertava alguma sensação. Acha normal ter ficado tão chocada com este pequeno "assédio"? Pensava que poderia encarar as coisas de uma forma mais natural... Parece que moralmente, não encaro bem este tipo de situações e não percebi o porquê de ter tido este pensamento de "será que tenho algum interesse em mulheres?", quando no fundo foi a senhora que interpretou as coisas à sua maneira. 

 

Obrigada,

 

A.

 

Cara A.,

 

O assédio funciona como uso do constrangimento do outro em uma disputa pessoal.

 

Dentro das empresas, esse recurso pode ser usado para a obtenção de prémios de trabalho ou na conquista de um cargo.

 

Certamente o que aconteceu consigo a deixou constrangida, chocada e humilhada, por não estar preparada para um assédio homossexual, por não estar à espera da reação dela e por ter agido inocentemente sem nenhuma pretensão de sedução.

 

A dúvida se estaria interessada em mulheres, pode ter surgido pela sua própria inocência e talvez pela sua pouca experiência sexual.

Mas não se deixe abater com os pensamentos, refletir nunca fez mal a ninguém e ajuda a perceber melhor a vida e o mundo.

 

Viva a sua sexualidade com naturalidade e abra a sua mente para as vicissitudes normais da vida.

 

Fique bem

Perseguição

 

Boa noite, tenho 16 anos e estou a viver uma situação um pouco complicada e vim por este meio lhe pedir a opinião sobre o que devo fazer.

Todos os dias, para ir para a escola tenho de apanhar um autocarro que vai até uma vila, e lá tenho de estar cerca de 30 minutos à espera do segundo autocarro que me levará então até à escola.

 

Acontece que, nesse período tempo há um homem nas paragens (que é num café basicamente) que há algumas semanas eu noto que ele está sempre a olhar para mim, e não impressão minha porque eu viro-me de costas e tento me afastar do campo de vista dele mas acontece que ele arranja sempre maneira de me perseguir e me pressionar com aquele olhar nojento. Eu no início pensei que era só um homem tarado que bastava ignorar e estava tudo bem. Mas agora estou num ponto em que não consigo ignorar mais, e estou a ficar com medo, medo de abalar de casa e saber que todos os dias logo pela manhã o tenho de encarar. Isto é uma zona pequena, e ele certamente sabe de onde sou e quem sou e qual a minha rotina e isso assusta-me. Não sei o que deva fazer, deverei falar com os meus pais, ou com um professor? E como devo agir na sua presença?

 

Muito obrigada, espero receber resposta em breve.

 

Mobbing

 

 

 

 

Querida Dra,

Tenho 30 anos e sou vítima de Mobbing...
Vivo aterrorizada com a ideia de ir trabalhar de manhã, do que me espera, do fim-de-semana e do retorno da semana de trabalho. O telemóvel toca e eu tremo. Chega um email da direcção e eu suo frio.
Perdi peso, chego mesmo a vomitar quando chego ao trabalho, ando literalmente lavada em lágrimas todo o dia. Abusam porque me vêem fragilizada e carregam ainda mais a pressão psicológica feita...a minha auto-estima profissional está reduzida a zero.
Por necessidade continuo a aguentar-me a uma situação que não me faz feliz e que começa a afectar a minha família, principalmente o meu filho, de 3 anos, que percebe perfeitamente que não estou bem e que tem vindo de dia para dia a aumentar a dose de mimos, carinhos, palavras queridas e preocupações para comigo, nada normal numa criança tão jovem...
A minha médica de família aguarda uma visita minha há semanas, pois sabe o que se passa e quer por me de baixa urgentemente. O problema é que eu tenho medo! Penso NELES! Que vão ficar sem mais uma pessoa, que vão ficar com um enorme volume de trabalho, no que dirão, no que pensarão... quando eles não pensam em mim quando agem, fazem, reagem....

Que fazer? Preciso de coragem, enfrentar, admitir que estou doente, depressiva, mas ao mesmo tempo tenho medo deles... medo! Tremo só de pensar em lhes ligar e dizer "estou de baixa um/dois mês(es)"....

Assédio moral

 

 

Situação de perseguição

 

Amedeo Modigliani

Boa noite,

há 1 ano e uns meses a minha irmã terminou com o ex-namorado. Desde então que é perseguida por este todos os dias.

A perseguição passa por esperas na saída do trabalho e faculdade, ameaças de morte verbais e escritas a amigos e família, envio de e-mails de cariz sexual para o seu trabalho, associação de estudantes da faculdade e para o meu trabalho.

O indivíduo trabalha na TMN e inclusive já tive de enviar reclamação porque enviava mensagens e fazia chamadas anónimas todos os dias para todos os números da família.

Chegou ao ponto de apertar o pescoço à minha irmã, logo no início das perseguições, o que nos levou a fazer queixa na polícia com posteriores insistências.

Sendo que a polícia não faz nada, o que recomenda. Tendo em conta o perfil deste tipo de pessoas.

Com os melhores cumprimentos,

LF

 

Assédio moral e psicológico

Gustav Klimt

 

 

 

Prezada Maria, boa tarde!
 
Peço seu auxílio quanto a uma situação que estou passando e não sei o que fazer.
Trabalho há 10 anos em uma Empresa, onde tenho sofrido há uns 2 anos assédio morais.
 
Minha superior vem constantemente me expondo com gritos, arrogância, chamando de louca em situações de decisões, como se eu fosse inútil e não conseguisse tomá-las, cobrança quanto as metas, quando não se cumpre, informa que estamos trabalhando por osmose. Ela parece ter dupla personalidade, pois quando precisa de alguma coisa, ela fica boazinha, mas derrepente começa te maltratar, desprezo, faz reunião expondo a equipe que não estão produzindo, para os colegas que estão produzindo, com o ar de superioridade.
 
Porém, no começo conseguia controlar minhas emoções, mas depois de 2 anos, não estou tendo mais controle emocional. Estou sentindo constantemente falta de ar, crises fortes de choro, sensações de angústia, mau humor, comendo compulsivamente, não quero sair para lugar algum e não consigo tomar decisão quanto ao meu futuro, pois estou insegura.
 
Vejo que a conduta dela é e está sendo vista pelas outras áreas do Departamento, porém ninguém faz nada, e hoje, eu e os colegas da minha área estão com esses sintomas, e estamos sofrendo calados, pois não sabemos o que fazer.
 
Já tentei em solicitar transferência e fui maltratada e ignorada por ela e no fim não consegui, pois ela não facilita. Diante disso tudo estou me sentindo uma derrotada, querendo jogar fora meus 10 anos de empresa, por causa de uma pessoa manipuladora que não respeita o próximo.
 
Doutora, eu não quero que ninguém fique me agradando, pois não sou disso e também não sou funcionária folgada que não faz nada, pelo contrário sempre ajudo a todos e já fui apontada pela empresa algumas vezes como funcionária do ano, mas o que quero realmente é respeito, pois estou sendo maltratada diariamente e isso está acabando com a minha saúde e não estou conseguindo dar meu total potencial, nem na minha vida profissional e pessoal, e só tenho 27 anos e aparento uma pessoa cansada e sem vontade de planejar minha vida e meu dia a dia.
 
Diante do exposto, peço seu grande auxílio, pois é a única pessoa que pode me orientar, porque não sei mais o que fazer.
 
Agradeço a oportunidade e peço desculpas por perturbá-la com meu problema.
 Atenciosamente, R.
 
 

Assédio moral no trabalho

Gustav Klimt

 

Boa tarde,

Há já 3 anos que estou a trabalhar numa empresa em que os direitos dos funcionários nunca estiveram salvaguardados mas há cerca de 1 ano finalmente consegui que me fosse feito um contrato de trabalho a termo certo que termina em final de Março.

No entanto desde dai tenho sido assediada moralmente...

Passo 8 h sem fazer nada, tiraram-me o acesso aos telefones da empresa, ao email da empresa, a entidade patronal deixou de me falar e não faço qualquer tipo de serviço nada mesmo. Passo o dia a olhar para nada pois tenho uma camera de vigilância colocada sobre a minha mesa que me disseram ser para me vigiar...

 

Tenho me feito de forte mas a verdade é que ultimamente já não posso mais.

Levanto me de manhã sem vontade para nada... Não me consigo concentrar e muitas vezes coisas que para mim sempre foram fáceis de resolver tem se tornado numa coisa do outro mundo...

Tenho sofrido de insónias que me tem mantido acordada a maior parte da noite o que me tem deixado com um aspecto abatido por causa das olheiras...

 

Em Setembro tive uma crise de ansiedade tão grande com o aproximar do regresso ao trabalho depois das férias que me provocou uma crise de falta de ar que me levou ao hospital de urgência.

Ando deprimida sem vontade de nada inclusive para a minha filha e marido que muito tem sofrido com isto.

Para além disso tenho comido de forma compulsiva não consigo para de comer de tudo mesmo coisas que não gosto muito e isso tem me deixado ainda mais triste porque já aumentei 4kg ao meu peso habitual que são 58Kgs para 1,62m o que faz com que não me sinta bem ao olhar ao espelho e me deixe triste ...

 

Penso que tudo terá a ver com o ambiente do meu trabalho mas não sei o que fazer...

Pensei pedir ao médico uns dias de baixa mas não o posso fazer já que como o meu contrato termina em Março devo ser despedida e se o fizer não terei os 450 dias necessários de descontos pra ter direito ao Subsidio de desemprego.

 

O que me aconselha a fazer ?

Obrigada pelo desabafo pois recorrer a um médico particular é muito caro e não me é possível.

MCumprimentos,

 A.