Espaço de transformação com a finalidade de orientar, ajudar, esclarecer dúvidas e inquietações. Encontre equilíbrio, use sua criatividade e deixe fluir sua energia.
Mariagrazia Marini Luwisch
Espaço de transformação com a finalidade de orientar, ajudar, esclarecer dúvidas e inquietações. Encontre equilíbrio, use sua criatividade e deixe fluir sua energia.
Mariagrazia Marini Luwisch
Não consigo deixar de pensar no meu ex, mesmo se já não estamos mais juntos e se eu já frequento outra pessoa. Com o meu ex, estivemos juntos 4 anos. Foi um namoro à distância, estivemos presencialmente umas 4 vezes, mas falávamos sempre por videochamadas, sms, e tínhamos uma cumplicidade e entendimento fantástico.
Passaram-se 3 meses e tenho vontade de procurá-lo, como amigo, mas sei que poderemos recomeçar. Ao mesmo tempo sinto muita culpa por ser a má da fita, já que comecei com outro antes de terminar com ele.
Não quero voltar com ele, pois sinto que a relação não tem continuação num futuro próximo.
Não se porque isso acontece comigo.
Cara leitora,
O luto de um amor, pode levar mais tempo do que o próprio enamoramento. O fato de terem estado juntos presencialmente poucas vezes faz com que se favoreça as boas lembranças e mantenha-se a idealização do relacionamento futuro.
Após 4 anos juntos, é normal que sinta saudades mesmo se a relação não tem futuro.
Deixe passar algum tempo e se a saudade permanecer ... volte a procurá-lo.
O meu nome é Rui e há 5 anos cometi um erro erótico, comecei a trocar mensagens e a seguir também vídeos de cunho sexual erótico com a mulher do meu primo.
Percebi que estava a fazer a coisa errada e tudo acabou ali. Não tive relação sexual ou mesmo contato sexual de qualquer tipo.
Durante o ano passado, comecei a pensar muito sobre isso e agora nestes últimos meses esses pensamentos não me deram trégua. Fico atormentado e tenho terríveis ataques de pânico quando penso nisso.
Todos os dias, principalmente pela manhã sinto-me péssimo, ansioso e tenho que recorrer a benzodiazepínicos para acalmar a ansiedade.
Tenho 34 anos e sofro de ataques de pânico desde os 19. Primeiro fui tratado com citalopram, depois com fluvoxamina e agora novamente com escitalopram.
Tenho um medo terrível de enlouquecer, de perder o controle, de ser julgado pelos outros. Conversei sobre isso com minha namorada que acha absurda essa preocupação excessiva, mas sinto muita vergonha do meu primo e da minha família.
Receio que esse erro me deixe louco ou acabe em um hospital psiquiátrico. Por favor, pode ajudar-me?
Caro Rui,
Entendo a sua culpa por cometer uma ação errada contra a mulher do seu primo. O sentimento de culpa tornou-se uma obsessão e a vergonha do que fez está a destruí-lo.
Precisa ser capaz de trabalhar consigo próprio para poder perdoar-se. O importante na vida não é nunca cometer erros, mas ser capaz de reconhecer os seus erros e tentar crescer com a experiência.
Reconhecer onde errou é um bom passo, mas sem exigir de si uma perfeição que não existe. Ninguém é perfeito, pode aprender com os erros e tentar melhorar.
Positivar até mesmo os erros e enganos ajuda a olhar a vida com novos olhos. A vida ensina como administrá-la e vivê-la plenamente.
Às vezes, por medo de viver a vida, focamos apenas o olhar para os erros cometidos por nós ou pelos outros.
Faz pouco mais de um ano que terminei um relacionamento tóxico de 3 anos. Quando terminei foi libertador, conheci gente nova que quis se relacionar comigo, mas tinha muito pouco tempo de término então preferi ficar só.
Foi passando o tempo me interessei por outras pessoas, só que quando eu percebia que a pessoa queria algo sério eu perdia o interesse na hora e isso se repetiu várias vezes.
Eu não gosto mais do meu ex, só que sinto que estou traumatizada.
Cara leitora,
Precisa procurar ajuda para conseguir voltar a confiar em si e nas pessoas. A relação tóxica com o seu ex, felizmente, já terminou.
Agora é importante investir em si própria. Fazer terapia é fundamental, tanto para entender como aquela dinâmica tóxica instalou-se, bem como para poder perdoar-se por ter aguentado tanto tempo num relacionamento tóxico e, sobretudo, não se culpar pelo seu passado.
Ultimamente ando muito angustiada. Tive uma infância muito difícil na questão emocional. Minha mãe sempre me xingou muito. Sempre me chamou de burra, caso não fizesse algo certo. Sempre se vitimizou, sempre acha que esta certa em tudo. E sempre me obrigou a cuidar da minha irmã mais nova como se eu fosse a mãe dela. E nossa diferença de idade é apenas 6 anos. Me sentia sufocada quando criança, eu lembro de sempre chorar e dizer que queria morrer. Sempre lembro que eu não era feliz na minha casa, não me sentia bem ali. Me sentia maltratada, sobrecarregada. E infeliz. O tempo passou e eu também lembro que minha mãe só se importava comigo e demonstrava algum afeto quando eu ficava doente.
Enfim. É muita coisa mas hoje eu tenho um sentimento de desgosto por ela. De cansaço só em falar com ela. Não queria falar com ela. Não faço questão de vê-la. Acho ela super dramática em tudo. Não a tenho como um porto. Eu sempre me virei sozinha. E sinto que hoje não posso contar com ela. Me sinto culpada de ter esses sentimentos por ela. Mas é o que eu sinto. E grande parte disso, acho que foi por todas as coisas más que ela já fez comigo. Estou muito cansada.
Não consigo conviver com ela numa boa. Mentalmente começo a ficar sufocada porque não tenho coragem de falar dos meus sentimentos pra ela.
Cara Leitora,
Não sei se vale a pena falar com ela. Mãe é mãe e nem sempre é capaz de corresponder à necessidade de amor e atenção de uma filha.
É muito triste ter que aceitar que a mãe, que deveria amar acima de tudo possa ser o algoz da própria filha.
Os pais tóxicos, classificação cada vez mais usada na psicologia, agridem física e psicologicamente, causando sequelas que se arrastam por toda a vida. Nenhum pai ou mãe está livre de falhar, perder a paciência ou a compostura. Mas agir com perversidade ultrapassa os limites aceitáveis de qualquer relacionamento. E a humilhação vinda daqueles a quem se ama é muito mais dolorosa.
É como se houvesse uma confirmação para a pessoa de que ela não é boa o suficiente para receber afeto. A postura dos pais tóxicos deixa graves sequelas, normalmente levadas para a vida adulta. As consequências são agressividade, dificuldade de aprendizado, rebeldia, timidez e um enorme sentimento de culpa.
Mães e pais perversos existem. A constatação coloca na berlinda o chamado amor incondicional. Esse sentimento, é uma construção moldada de acordo com os desejos de cada um. Não é intuitivo, como defende a crença popular. É uma questão cultural, imposta pela sociedade.
O amor incondicional só existe se os pais desenvolveram ao longo da vida recursos para lidar com as adversidades e as mudanças. Porque um filho muda tudo na vida dos pais.
A filha de uma mãe tóxica cresce num estado de alerta, o que causa uma ansiedade que se torna crónica.
Para quem chegou à vida adulta traumatizado pela relação tóxica, a psicoterapia é um caminho. Para muitas das vítimas, o tratamento inclui passar a ter uma relação superficial com os pais.
Parece que para conviver com a sua mãe seja preciso manter uma distância saudável e procurar compreender e talvez admitir que há realmente pessoas desprovidas de afeto e sua mãe é uma dessas pessoas.
Se não conseguir lidar com esses sentimentos e traumas procure uma psicoterapia.
Olá, eu me chamo Sónia e tenho 18 anos. Quando eu tinha 3 anos o meu pai morreu e minha mãe entrou em depressão. Tenho 7 irmãos, minha irmã mais velha sempre cuidou de mim, eram 10 anos de diferença, uma das minhas irmãs (são 4 meninas 5 comigo, e 3 meninos) sofreu um acidente e ficou um bom tempo no hospital. Um dia eu e minha irmã que agora tem 21 anos, estávamos caminhando na rua sozinhas, tínhamos entre 4 e 7 anos, uma mulher nos encontrou e perguntou onde íamos. Falamos que íamos atrás da nossa mãe que estava no hospital, enfim ela nos deu um banho, nos deu comida e foi falar com nossa mãe e ficou connosco por um tempo. Quando minha mãe saiu do hospital voltamos a viver com ela e passávamos muitas dificuldades. Eu tinha entre 5 a 6 anos quando a minha mãe conheceu uma pessoa que virou meu padrasto. Como não tínhamos pai queríamos muito ter um. Certo dia ele posou lá em casa e me convidou pra dormir com ele e eu na inocência fui. Amava-o muito, amor de pai e filha mas que na verdade ele nunca teve.
No dia que dormi com ele, lembro-me pouco, mas lembro que ele falou que ia fazer umas coisas que eu não podia contar pra ninguém. E isso se repetiu tantas vezes! Fui crescendo e isso acontecia. Duas das minhas irmãs também sofreram isso com ele. Ainda fizemos uma queixa e depois tivemos que tirar a queixa eu não sei porquê. E isso ainda aconteceu durante anos e anos, foi horrível.
Hoje tenho 18 anos não sinto prazer algum no sexo... Namoro meninas e não sinto nada e muitas vezes tenho que fingir. Não sei o porque eu sempre escondi tudo, até porque eu fui abusada por anos e tinha vergonha de falar.
Queria saber se tem algo que eu possa fazer para mudar isso.
Cara Sónia,
O abuso sexual continuado é uma clausura, uma prisão. É um estado semelhante ao vivido em campos de concentração. Gera, na vítima, a despersonalização, a falta de controlo sobre o seu corpo, sobre as suas emoções, remete-a a um silêncio forçado, a uma permanência na situação de violência. Ainda que os portões de saída estejam abertos, não há para onde fugir. A criança fica numa situação de exílio. Faz parte do mundo adulto sem estar integrada e participa do mundo das crianças sem lhe poder pertencer. Por isso, está condenada ao silêncio! Em sua casa fala uma língua estrangeira e fala uma língua estrangeira no exterior. É estrangeiro num e noutro.
Para superar o trauma de abuso sexual é importante:
-Não fazer associação com culpas ou sentir-se suja.
-Sempre olhar-se no espelho com carinho e amor-próprio.
-Ser positiva em pensamentos e atitudes.
A psicoterapia é imprescindível nestes casos. É preciso fazer uma terapia para poder trabalhar esses seus sentimentos e atitudes. Falar com uma psicóloga, além de ser um alívio, vai ser uma ajuda para gerir o seu mal-estar, entender os seus sentimentos e compreender melhor suas dificuldades de relacionamento.
Boa tarde. Gostaria de receber alguns esclarecimentos acerca da minha situação. Meu pai se suicidou pelo motivo aparente de situação económica muito difícil, da qual eu nunca tive conhecimento, pois nunca pediu ajuda. já passaram 2 meses e depois disso, nunca mais consegui retomar a minha vida sexual com o meu marido, nunca mais senti desejo nem sequer vontade.
Gostaria de saber se é normal demorar tanto tempo, uma vez que o meu marido está ficar impaciente comigo, pois acha que já deveria ter ultrapassado isto.
Grata pela atenção
RC
Cara RC,
Permita-se sentir a dor. Permita-se sentir tristeza, afinal está a viver a ruptura de um vínculo muito importante. Fale das suas emoções, dos seus sentimentos e inquietudes.
Quando perdemos alguém que amamos, esta pessoa ainda está viva em nossos pensamentos e memórias.
Permita-se dizer não. Faça o que for possível e somente aquilo que fizer sentido para si e o que sentir que tem algum significado.
O luto de um pai não é fácil, de um pai suicida ainda pior. Ficam muitas dúvidas e sentimentos, por vezes, de culpa. Penso que o importante é poder permitir-se também, sentir alguma alegria no momento presente. Às vezes, quando estamos a sofrer, podemos ter um momento de leveza. Deixe a alegria e o sorriso acontecer! Não se censure caso em algum momento se sentir feliz mesmo em seu processo de luto.
O luto leva seu tempo, não queira queimar etapas, mas também não se culpe de poder sentir algum prazer, como por exemplo prazer sexual. Às vezes é uma questão de recomeçar.
Olá me chamo T., tenho apenas 17 anos, entendo que é uma fase complicada, tanto pela adolescência, tanto pela vida amorosa de minha mãe ser complicada, por ela ter me tido nova, e por agora ela ter tido a segunda separação, e ter um bebé de 1 ano. Porém ela nunca foi muito presente na minha vida mesmo morando juntas, ela sempre foi grosseira, manipuladora. Eu sempre fui uma criança carente de afeto, sempre ajudei nos afazeres domésticos pois ela botava dinheiro em casa e era o mínimo que eu deveria fazer, e se esquecesse de algo ela era extremamente agressiva me xingava de imprestável, vagab.. pra cima, pois eu não servia pra nada, nunca fazia nada direito, não ajudava em nada só servia pra incomodar...
Enfim, sempre fui muito sensível a ofensas e ela quando começa não para, me deixa com muita raiva não somente dela, mas de mim também, ela sabe muito bem "apertar a ferida", . Mas ao mesmo tempo me arrependo de ter raiva e sinto muita pena dela ser assim tão infeliz, tentei muitas vezes falar, dialogar, conversar, mas é um monólogo só, porque ela que manda, eu não sei de nada e cala a boca. Até assuntos simples tipo " mãe preciso sair amanhã cedo.." Já é interrompido, ela ergue a voz, eu tento explicar ela manda eu calar a boca e não retrucar, que e não tenho respeito com ela. E vive ameaçando-me do tipo "vou te ensinar a ter respeito, vou levantar daqui e vou dar na tua cara se não fizer o que eu mando". Tipo é um inferno junto com ela. Mas com os outros, como meu namorado e a família dele ela é um anjo e adora falar mal de mim pra eles.
Recentemente estou a semana fora estudando (graças a Deus é um alivio ficar a semana longe dela) porém chega final de semana ela me liga dizendo que eu não me importo com ela se ela esta viva ou morta, e que eu não vou mais ajudar ela, que ela ta sozinha, que vai morrer, e que o bebé incomoda, e que eu to nem aí pra ela.
Eu fico com pena, e vou ajudar, faço tudo o serviço ela larga o bebé comigo, vai sair sem dizer onde vai e quando volta, e depois quando volta só me humilha e põe pra baixo, me manda calar a boca e que vai sumir, que eu não sirvo pra nada, que eu não sei de nada, que eu tenho que obedecer ela, pq graças a ela q eu to no mundo e graças a mim q ela ta nesse inferno.. Enfim eu fico com muita raiva (ela não precisa me humilhar pra dizer as coisas), penso em sumir, mas quando estou longe durante a semana eu fico com pena dela ser assim, e ter essa vida infeliz, até me sinto culpada. Esse sentimento de raiva e pena ta acabando comigo, não entendo pq com os outros ela sabe conversar normal e comigo tem que falar qualquer coisa simples gritando e me ofendendo e não quer nem me escutar. Por que ela está sempre correta e eu não sei nada???
Completo 18 anos daqui 4 meses, estou pensando em morar com o meu namorado, já estamos juntos há dois anos e a família dele é totalmente diferente, são pessoas alegres, felizes, eles tratam os filhos deles tão bem e a mim também; meu namorado mora sozinho, mas perto da família lá eu me sinto bem, me sinto acima de tudo digna, respeitada coisa que a minha família (mãe) não sabe fazer. Gostaria de saber a opinião de alguém que passa pela mesma situação (ou parecida) que a minha ou que sabe lidar com esse tipo de conflito que me ajudasse, dando uma opinião construtiva.
Obrigada e desculpa qualquer coisa que possa ter ofendido alguém ou algum erro de português.
Cara T.,
Não existem pais e mães perfeitos, mas existem pais e mães incapazes de se dedicar, de se envolver, de amar. São pessoas perdidas em seus próprios labirintos e não tem a consciência da importância de educar e amar um filho.
Muitos processos em que a filha não se dá bem com a mãe resultam em grandes sentimentos de culpa.
Um dos caminhos é procurar entender a sua mãe, e perceber que muitas das atitudes dela estão relacionadas às frustrações, os sonhos e interesses dela. Não é uma fórmula para que você consiga estabelecer uma boa relação com sua mãe, mas talvez deixar de sentir-se tão tanto o que ela fala.
Compreendo que conviver com a sua mãe não é fácil, mas ir morar com o namorado só para fugir da presença dela não é solução. Vá morar com ele se essa for uma decisão vossa de ficar juntos por amor que sentem um pelo outro.
Meu nome é Ana, tenho 37 anos e uma filha de 08 anos. Ultimamente ela tem pensado muito em sexo, já pequei ela algumas vezes se masturbando, mas não tive reação, fingi que não percebi. Porém, ela tem-se sentido culpada e vem falar-me as coisas que pensa e que sente, está com a sexualidade muito aflorada, pensa muito em namoro, em beijos, colegas sem roupa, e ela me fala que é feio mas ela não consegue parar de pensar...
Não sei como agir, falo pra ela tentar distrair a cebecinha que esses pensamentos vão embora, mas ela fala que não consegue e não sei como ajudá-la, mas estou sentindo que essas coisas e esses pensamentos a estão deixando depressiva.
Por favor, me oriente. Obrigada
Cara Ana,
Ter curiosidade sexual nessa idade é normal. Fale com ela naturalmente respondendo as perguntas sem dizer que é feio, mas diga que são questões normais que surgem com a curiosidade sobre sexo e que pode sempre falar consigo quando tiver alguma dúvida. O que ela precisa é satisfazer essa curiosidade sem sentir-se culpada.
As respostas devem ser simples e claras, não havendo necessidade de responder além do que lhe for perguntado. Dar respostas insuficientes faz com que a criança pergunte mais e mais . Dar respostas extensas demais não é indicado, é preciso buscar respostas de acordo com o que a criança for solicitando.
Poderia comprar um livro para a ajudar a falar de sexo com ela.
No dia 29/05/93, dei a luz uma menina chamada M., num momento terrível da minha vida. Estava vendo o meu casamento, a minha estrutura, se desmoronar. O meu ex-marido estava com um relacionamento paralelo que se iniciou logo após a notícia da gravidez. Fato que me fez sentir um grande arrependimento de ter engravidado nessa época. Cheguei a rejeitá-la, a esmurrar minha barriga, a chorar copiosamente quamdo a vi no berço pela primeira vez.
O tempo passou e esse sentimento de mim para ela foi mudando, ou seja, passei a aceitar a maternidade e a criá-la com amor e proteção. Porém percebia que ao crescer, mais ou menos a partir dos seus 12 anos, ela aparentava gostar mais do pai, da avó, da madrinha do que de mim. Sentia uma mistura de coisas e sentimentos que me deixavam e me deixam até hoje muito triste: culpa, dor, sensação de que gerei uma inimiga, frustração, etc. O fato é que, sinto como se ela hoje, aos 21 anos, não goste de mim. E quando sinto ou passo por alguma decepção com ela, falo coisas terríveis, como por exemplo: você foi a pior coisa que me aconteceu, me arrependo de não ter feito outras coisas em minha vida por sua causa, chamo-a de ingrata, coloco-a para fora de casa, sinto raiva e muita dor dentro de mim nesses momentos. Depois que passa, sinto-me muito mal...
O pai dela não dá a mínima para ela, só faz as coisas em troca de algo, enfim, ao contrário de mim que cumpro com meus deveres e estou sempre presente. Na realidade me sinto injustiçada, pois tenho o carinho e o afeto de todos que me rodeiam em todos os lugares que passo, menos o dela. Hoje estou casada com outra pessoa, ela continua morando comigo, porém, a minha sensação é que não possuo família e me sinto bastante injustiçada e com um vazio e dor muito grande.
O que faço??? Me ajude com algumas palavras, por favor.
Sou um ser sedento por ajuda.
MF
Cara MF,
Essa sua situação têm uma origem, não surgiu do nada. A gravidez e o nascimento da sua filha aconteceram juntamente com uma grande frustração pelos seus problemas vividos no casamento, com infidelidade e fim da relação.
Quando a mãe se sente insatisfeita com a criança, algumas marcas ficam registradas na psique da pequena, podendo até resultar em dificuldade de aceitação e distorções profundas de autoimagem. Situações de mal-estar entre mãe e filha podem acontecer. Mas, é preciso ter cuidado. Quando uma não compreende a maneira de ser da outra pode se instalar um processo de estranhamento mútuo.
Entendo que se sinta frustrada por sentir que ela também ama o pai, a avó e a madrinha, sendo que cuidou dela sozinha, mas ela não merece esses seus ataques de raiva, que são muito prejudiciais e destrutivos para a vossa relação. A filha mulher costuma ter uma relação mais estreita com o pai e os filhos geralmente gostam da mãe e do pai, mesmo quando ele está pouco presente e o pai é e sempre será o pai.
Penso que ainda está muito presente esse seu trauma do passado e seria importante se pudesse ultrapassar e seguir em frente na sua posição de mãe e mulher e investir no presente em relaçõesboas e saudáveis, especialmente com a sua filha e preferencialmente pautadas por respeito mútuo, compreensão e amizade, aceitando-se como são, mãe e filha, perfeitamente imperfeitas. É imprescindível parar de culpar a sua filha pelo seu passado, ela não tem nenhuma culpa. Entenda que a frustração é sua!
É claro, que como esse processo está longe de ser fácil e por isso é sempre possível contar com a ajuda de uma terapia. A análise pode ajudar na elaboração desse seu passado e isso é extremamente libertador, para que possa deixar surgir todo o seu amor de mãe e mulher.
Estou vivendo junto com um rapaz e tenho uma filha de um ano e quatro meses. Estou certa de que quero separar-me, mas estou sem coragem de dizer a ele. Nós moramos juntos, não casamos e me sinto sozinha e abandonada por ele.
Estou com medo de me separar, na realidade chega ao pânico, não por causa dele, pois por mim está bem claro que ele não gosta de mim. Não me levou na primeira consulta do pediatra com minha filha, não levou-me tirar os pontos, precisei ir sozinha, nunca pagou uma fralda, uma pomada, uma roupa, uma lata de leite para a menina. Mas tenho pânico que minha filha fique sozinha com os meus sogros, caso nos horários de visitas ele a leve lá.
São pessoas muito dominadoras. Acho que meu relacionamento começou a acabar por causa deles. Quando minha filha nasceu foi quase impossível amamentá-la, pois apesar de morar em outra residência, todo dia eles iam lá. Tiravam a criança do meu seio e ficavam dizendo que ela estava gorda, a menina só fazia chorar. Não sei se foi o estado puerperal, mas não conseguia reagir. Até que aos vinte dias de nascida, levei minha filha ao pediatra. Lá fui informada que ela não tinha engordado, pelo contrário, havia sim emagrecido e que isso era um perigo.
Pedi para não virem mais e levei minha sogra para conversar com o médico, tudo em vão. Cada dia eles chegavam mais cedo. Até que minha mãe teve a ideia de eu levá-los nos parentes por parte deles. Quando chegamos lá expliquei tudo para as duas mães das duas crianças com eles do lado. Que a menina não tinha engordado, os dois já estavam usando P de fralda, enquanto a minha estava no RN. E quando vi as crianças percebi o quanto minha filha estava desfasada. As duas falaram para meus sogros deixarem a criança mamar a vontade e me deixarem em paz.
O incrível é que bem cedo, no dia seguinte minha sogra chamou o meu marido até lá e falou que minha filha tinha que ser magra, porque magra é que é bom. Tinha comprado uma lata de leite para complemento que o médico pediu para dar a cada mamada, quando ele chegou da casa da mãe todo alvoroçado e queria jogar fora a lata. Por que a criança ia ficar obesa. Ali tive a certeza em meu coração que minha sogra e sogro queriam a qualquer custo que a menina morresse. Comecei a sair cedo de casa, e eles não me encontravam mais. Coloquei a criança em uma escolinha e só vou lá no final de semana. Mesmo assim, sinto ameaças veladas, ela finge que vai derrubar a criança e no dia em que resolvi não me abalar com isso, ela derrubou a menina de cabeça, coisa que já fez com outras crianças, entre outras coisas. Por sorte não aconteceu nada. Na família dele a mãe e o sobrinho fazem tratamento psiquiátrico, e sinceramente sinto que ela pode vir sim a machucar minha filha.
Sinto-me culpada por ter ido morar com meu companheiro, pois vejo que não tenho necessidade alguma dele cuidar da minha filha, já que é um alcoólatra. O que mais sinto é que ao ir morar junto, coloco minha filha em risco, pois sei que ele vai pegar a menina e deixar com os pais, pois o vício dele é mais forte. Estou sentindo-me realmente muito culpada e uma idiota. Sinto que tenho que resolver este impasse, mas não consigo.
Gostaria de sua opinião.
Olá R.,
Será que não é um exagero tudo isso que pensa dos seus sogros? Porque haveriam de querer mal a um bebé?
De qualquer maneira precisa pedir a eles que não se intrometam nos cuidados da criação da sua filha.
Se quiser separar-se, vai ter que exigir que ele visite a bebé na sua casa ou na presença de alguém da sua confiança, pelo menos enquanto ela é pequena e indefesa, mas essas coisas todas, se ele não concordar, tem que ser decididas pelo tribunal.
E já pensou em ir morar com os seus pais, para que a ajudem a cuidar da menina?
Entretanto pode ser que esteja um pouco esgotada e sinta tudo que acontece com mais força. O cuidado do bebé coloca à prova todas mães. A pequena é sem dúvida a sua prioridade principal e, dessa forma, é simples que acabe por absorver toda a sua energia emocional e física. E sentindo-se mais stressada, mais facilmente pode sentir pânico e preocupação e por vezes até mais exacerbada.
Procure ajuda de sua mãe e procure perceber se tudo que sente é verdadeiro ou se é um sentimento exagerado por excessiva preocupação e cansaço!
O melhor seria se pudesse ter um acompanhamento de uma psicóloga para a orientar nesse momento de crise e impasse.