Espaço de transformação com a finalidade de orientar, ajudar, esclarecer dúvidas e inquietações. Encontre equilíbrio, use sua criatividade e deixe fluir sua energia.
Mariagrazia Marini Luwisch
Espaço de transformação com a finalidade de orientar, ajudar, esclarecer dúvidas e inquietações. Encontre equilíbrio, use sua criatividade e deixe fluir sua energia.
Mariagrazia Marini Luwisch
Meu nome é Sandra, eu preciso de uma ajuda. Eu vejo minha psicóloga como uma sabe-tudo, poderosa, entrou em minha vida em um lugar irreal, eu a vejo como um fã vê um ídolo. E isso infelizmente está deixando-me envergonhada, não consigo fazer a sessão olhando nos olhos dela, sempre fico de cabeça baixa, imaginando o que ela está pensando de mim, fico trémula, ansiosa, suando frio no dia da terapia. Contei para ela, e ela me falou que isso é uma fantasia, e só eu posso lidar com essa fantasia, só que não sei o que fazer, fiquei decepcionada achando que ela iria me ajudar a diminuir ou combater esse sentimento que foi formando-se ao longo das sessões. O que posso fazer?
Obrigada desde já!!
Cara Sandra,
É importante reconhecer que o conhecimento do terapeuta é uma força positiva para a mudança e reconhecer que a participação do terapeuta no processo terapêutico oferece uma colaboração e enriquece a experiência.
Também é preciso aceitar e reconhecer que é impossível que o terapeuta trabalhe sem acrescentar um ponto de vista pessoal.
Ainda é preciso lembrar que paciente e terapeuta se encontram periodicamente em uma relação de intimidade que implica um pagamento. Mesmo sendo uma relação pessoal, inclui muitos aspectos pessoais que estão mediados por um contrato que estabelece condições e limites. Portanto paciente e terapeuta são responsáveis por criar uma zona de conforto pessoal dentro da relação pessoal como condição para a mútua evolução.
Se essa realidade permanecer invisível, haverá uma inevitável distorção entre terapeuta e paciente.
Trabalhe essa situação com a sua terapeuta, para que possa confiar e abrir-se com ela de maneira segura e autêntica.
Neste último ano tive várias decepções amorosas. Dei-me conta que muitas vezes recaía no mesmo modelo de homem, ou no mesmo tipo de relação que tinha tido.
Percebi também que talvez tivesse pressa de encontrar alguém e que estivesse a forçar as coisas.
Entretanto, tive uma excelente proposta profissional em Madrid e parti de Lisboa em Setembro. Sabia que ia passar por um período de adaptação, ainda mais tendo vindo totalmente sozinha e ainda a recuperar da última decepção amorosa que tinha tido. Alguns meses depois, em Dezembro comecei a sentir-me mais descontraída e a adaptar-me melhor. Conheci um rapaz da minha idade (33) de quem gostei muito. Passávamos muito tempo juntos, até porque ele estava num período sem trabalhar. Falámos num possível relacionamento, mas, ele pediu-me para irmos com calma, porque estava assustado com a intensidade dos nossos sentimentos. Eu sentia que tinha encontrado uma pessoa que realmente era apropriada para mim, longe daquele modelo de homem que eu costumava procurar. Criei expectativas, mas, no entanto aceitei que fossemos devagar, como ele propunha.
Nas férias do Natal cada um foi para seu lado: eu visitei a minha família em Lisboa e ele viajou para o Egipto com um amigo. Quando voltámos continuamos a ver-nos, mas senti que ele estava distante, até que conversou comigo e disse-me estar a viver um período de instabilidade emocional, que não sabia bem o que queria da sua vida nem da nossa relação. Ele tinha voltado a trabalhar, depois de um longo período de descanso e precisava de organizar a sua vida, e de terminar a sua tese de doutoramento... etc...
Eu resolvi dar-lhe esse espaço e tentei ser compreensiva. Ele disse que me queria continuar a ver, mas com todo esse espaço que agora me parece demasiado, depois de um mês. Temos tido algum contacto. Uma vez por semana falamos ao telefone e contamos um ao outro o que fazemos. Ele está sempre muito ocupado, mas também sai muito com os seus amigos. Na semana passada ligou-me a contar que a sua avó está doente e que tinha de passar algumas noites na casa dela. E com tudo o que ia fazer não ia ter tempo. Disse-me que poderíamos falar esta semana, mas não me ligou.
Estou muito confusa e, até, toda esta situação me destabilizou. Por veze sinto-me terrivelmente sozinha nesta cidade e sinto muita falta da presença dele. Conheço muito poucas pessoas aqui... Depois de termos tido essa conversa, senti-me muito triste e caí um pouco em depressão. Perdi algum peso.
Agora sinto-me melhor, mas sinto que estou num situação de fragilidade. E toda esta situação me gera muita ansiedade...
Preciso de compreender melhor os meus sentimentos e os dele, mas tenho medo de ser insistente e de afastá-lo. A verdade é que não tentei muitas vezes entrar em contacto. Será que é possível fazer isto resultar? Será que devo insistir?
Espero que me possa dar alguma orientação. Não sei a quem poderei recorrer...