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Consultório de Psicologia

Espaço de transformação com a finalidade de orientar, ajudar, esclarecer dúvidas e inquietações. Encontre equilíbrio, use sua criatividade e deixe fluir sua energia. Mariagrazia Marini Luwisch

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Abuso psicológico

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Penso que o meu pai 'cometa' abuso psicológico ao resto da família.

Ele insulta-nos constantemente quando dizemos algo que vai contra a opinião dele, já disse diversas vezes que a minha opinião não vale nada (nunca esquecerei, que ele me disse: 'Estou a dizer-te que tu és estúpido porque mereces saber).

Hoje tivemos outra discussão sobre a questão da carta de motorista e ele ficou a falar que sou incompetente, que sou ingrato porque não quero ir dirigir com ele, também (porque ele sempre grita comigo e tenho medo de dirigir com ele), que ninguém pense no que ele pensa e que tanto a minha mãe quanto eu, deveríamos apenas beijar os seus pés e ir trabalhar.

Muitas vezes ele ameaça bater-me, sem nunca ter feito isso, o que sei que ele fez no passado com a minha mãe. Ele também tem um comportamento maníaco com ela, às vezes acreditando (o que não é verdade) que ela tem um amante e ameaçando matá-la. Depois de cada discussão com ele fica quase um mês sem falar connosco e não nos dá dinheiro para comer porque quer que peçamos a ele, para se sentir bem e magnânimo.

Depois de um tempo ele acalma-se sozinho e tudo volta ao normal.

Tenho 20 anos e estou a estudar, a minha mãe não trabalha, enquanto ele trabalha, ela cuidou de mim e do meu irmão mais novo (decisão que agora, após alguns anos, ele diz nunca ter existido) e tenho medo de fazer qualquer coisa, porque sem ele, ficaríamos sem dinheiro e com uma ameaça por perto.

Estou a escrever após uma 'discussão' e ainda estou bastante abalado. O que me aconselha fazer? Sou eu que sou muito frágil? Devo apenas agradá-lo?

Caro leitor,

As suas palavras fazem-me compreender quão profundamente sofreu e continua a sofrer, com a violência psicológica e manipulação emocional do seu pai, que o faz sentir-se frágil, desamparado e destinado a desistir de si próprio.

Muitas vítimas de violência doméstica nas suas diversas formas estão numa situação de estagnação semelhante à sua, com medo e falta de independência económica que as mantêm ligadas ao homem de quem gostariam de fugir. Nunca se deve aceitar o sofrimento desse tipo de violência.

O caminho para voltar a se sentir bem é procurar a ajuda de amigos, familiares e profissionais, para que possa reavaliar a sua vida e tomar as atitudes possíveis para se afastar desse mal.

Confie em si e siga o seu caminho de mudança.