Espaço de transformação com a finalidade de orientar, ajudar, esclarecer dúvidas e inquietações. Encontre equilíbrio, use sua criatividade e deixe fluir sua energia.
Mariagrazia Marini Luwisch
Espaço de transformação com a finalidade de orientar, ajudar, esclarecer dúvidas e inquietações. Encontre equilíbrio, use sua criatividade e deixe fluir sua energia.
Mariagrazia Marini Luwisch
Conheci este site há pouco tempo e gostaria de um pouquinho da sua ajuda... há um tempo atrás eu estava me sentindo muito sozinha, embora sempre estivesse rodeada de pessoas que amo, até mesmo adotei três gatos para ver se me sentia melhor, o que aparentemente não adiantou muito.
Meus pais são separados então e trabalham o dia todo, então passo a maior parte do dia com minha irmã mais nova, mas não nos entendemos muito bem...
De qualquer forma, o ponto é: Eu acabei criando um tipo de amigo imaginário, uma pessoa que me ajuda quando estou triste e passo o dia todo com ela, divido pensamentos e convivo feliz, conversamos com frequência e ele até me ajuda a tomar decisões...
Mas, por algum motivo eu sinto que isso futuramente poderia causar-me algum problema, afinal, já tenho alguns problemas relacionados à minha personalidade (as vezes expludo, até já quebrei algumas coisas na casa por ter chegado ao meu 'limite')...
Eu não sei o que fazer, e nem mesmo se isso realmente me trará realmente algum problema, por isso venho aqui, humildemente pedir seu conselho, desde já, obrigada.
Cara leitora,
Geralmente fantasiamos o que não temos e não somos, e que gostaríamos de ter e ser. Isso é mais recorrente do que imaginamos. Quando nos sentimos frustrados e reprimidos tendemos a alimentar as fantasias. O lado positivo é que elas buscam suprir as lacunas existentes na nossa vida afetiva, profissional, financeira etc., gerando alguma motivação para alcançar objetivos traçados. Porém, não devemos permitir que elas dominem a nossa vida real. A realidade precisa ser vivida e modificada com base na objetividade.
Quando uma pessoa investe numa fantasia, ela precisa ter a consciência de que está a alimentar a ideia de prazer restrito ao objeto fantasiado. Ou seja, ao pensar que desejo algo, subjugo a minha satisfação a este alvo. Precisamos saber quais são as nossas necessidades, as nossas formas de satisfação, e buscar aproximar ao máximo os nossos “desejos” da vida real.
Procure sair dessa fantasia de amigo imaginário e tente encontrar um amigo/a real para viver a sua vida, com motivação para alcançar os seus sonhos. O viver na fantasia, é uma fuga à vida real e vai dificultar cada vez mais a sua adaptação para viver a realidade. Se quer sair da solidão que sente na realidade, procure modificá-la fazendo algumas mudanças na sua vida. Faça um curso, aprenda uma profissão, dedique-se ao trabalho, etc.
Se não conseguir sozinha, procure ajuda especializada para um tratamento adequado e estruturante.
O Carnaval é uma festa conhecida por deixar as pessoas mais “livres”, ou “menos reprimidas”.
O significado mais oculto de mascarar-se é ter a oportunidade de tirar a própria "roupa" e assumir uma outra aparência. A escolha da máscara representa uma maneira de violar regras, papéis e convenções e também tem o poder de ocultar alguns aspetos psicológicos.
Quando uma pessoa mascara-se, tem a possibilidade de assumir a aparência de outra pessoa, geralmente muito diferente da sua própria identidade e tem a possibilidade de expressar aspetos seus que nega na quotidianidade.
Com uma máscara a pessoa pode externalizar e dar vida a fantasias que nunca faria normalmente, por medo de mostrar aspetos desconhecidos de si própria.
A máscara é uma imagem muito usada no campo psicológico como algo que acompanha os indivíduos diariamente e que desempenha um papel social particular e importante.
Isso significa que, além de um período em que a máscara permite obter uma nova identidade, muitas vezes revertendo papéis sociais e a realidade, é importante ter a consciência de que nunca estamos verdadeiramente livres de máscaras, se não, talvez quando estamos sozinhos connosco.
Vista a sua máscara e aproveite a festa do Carnaval com responsabilidade, respeito e gratidão!
Desde 13anos vivo em um mundo imaginário. Lá me apaixonei, namorei, casei, tive uma filha, vivo situações que parecem reais, sinto amor, sensações que intercedem na minha vida pessoal. Já tenho 32 anos e não consigo parar. Acho que estou ficando louca e não conto para ninguém a não ser para os papéis em que escrevo. Lá tenho toda uma vida. Já tentei parar mas tenho um sentimento de perda imensa. É como se eu fosse perder meu grande amor.
Cara leitora,
A vida acontece no mundo real e não é normal viver na fantasia. O que pode fazer é usar essa sua criatividade e aptidão e escrever livros de romances, novelas, etc. e publicar.
Precisa liberta-se desse mundo irreal e viver a sua vida em pleno. Essa transição pode ser difícil e dolorosa, mas vai valer a pena, e certamente irá evoluir com a mudança e poderá sentir-se viva!
Tenho 22 anos e desde 2009 tenho mania de imaginar outra vida. Eu escuto música (geralmente agitadas) e fico dançando, falando sozinha com amigos. Eu imagino que tenho um namorado e amigos. Estamos sempre conversando, fazendo algo legal e sou o centro das atenções. Esses amigos são pessoas que conheço, outras que gostaria de conhecer, é mais forte que eu, eu deixo de fazer minhas coisas, passear, sair, estudar para viver nesse mundo vivendo esses momentos que não existem. Até um determinado momento estava divertindo-me, mas agora não aguento mais, suga toda minha energia.
Sou uma pessoa não sociável, sou mais na minha tímida, mas quando imagino essas coisas me torno a pessoa que gostaria de ser para a sociedade.
O que faço? É normal? Acho que não. Beijos
Cara leitora,
A maioria das pessoas sonha acordada. É um fenómeno básico, que como qualquer fenómeno psiquiátrico se distribui ao longo de um espectro do normal ao anormal. Quando as fantasias se tornam excessivas nos tolhem do mundo real. A fantasia excessiva funciona como um mecanismo de defesa que proporciona uma satisfação ilusória, mas que a longo prazo pode prejudicar, trazendo esse comportamento de maior isolamento. Tente viver mais no mundo real, faça algum esforço pra socializar, sem medos, ouse um pouco mais a cada dia e vai ver que vai conseguir. Uma boa dica é inscrever-se a algum grupo de ginástica, de dança, de teatro, de estudo, assim que a ajude a socializar.
Se mesmo tiver muita dificuldade procure ajuda de uma psicoterapia e invista no seu crescimento pessoal.
Meu nome é Sandra, eu preciso de uma ajuda. Eu vejo minha psicóloga como uma sabe-tudo, poderosa, entrou em minha vida em um lugar irreal, eu a vejo como um fã vê um ídolo. E isso infelizmente está deixando-me envergonhada, não consigo fazer a sessão olhando nos olhos dela, sempre fico de cabeça baixa, imaginando o que ela está pensando de mim, fico trémula, ansiosa, suando frio no dia da terapia. Contei para ela, e ela me falou que isso é uma fantasia, e só eu posso lidar com essa fantasia, só que não sei o que fazer, fiquei decepcionada achando que ela iria me ajudar a diminuir ou combater esse sentimento que foi formando-se ao longo das sessões. O que posso fazer?
Obrigada desde já!!
Cara Sandra,
É importante reconhecer que o conhecimento do terapeuta é uma força positiva para a mudança e reconhecer que a participação do terapeuta no processo terapêutico oferece uma colaboração e enriquece a experiência.
Também é preciso aceitar e reconhecer que é impossível que o terapeuta trabalhe sem acrescentar um ponto de vista pessoal.
Ainda é preciso lembrar que paciente e terapeuta se encontram periodicamente em uma relação de intimidade que implica um pagamento. Mesmo sendo uma relação pessoal, inclui muitos aspectos pessoais que estão mediados por um contrato que estabelece condições e limites. Portanto paciente e terapeuta são responsáveis por criar uma zona de conforto pessoal dentro da relação pessoal como condição para a mútua evolução.
Se essa realidade permanecer invisível, haverá uma inevitável distorção entre terapeuta e paciente.
Trabalhe essa situação com a sua terapeuta, para que possa confiar e abrir-se com ela de maneira segura e autêntica.
Sou jovem de 26 anos, sofro de depressão, já tentei suicidar-me com comprimidos, já fui parar ao hospital, já andei em medicação mas não resultou, ficava pior.
Mas a questão aqui é que, eu mesmo com depressão consigo entender que aquilo que fiz foi um bocado por impulsividade, desanimo, frustração, etc...
Sem entrar em pormenores de como foi a minha vida desde infância até hoje (Foi toda ela uma infelicidade crescente), eu queria só saber isto:
Como eu descubro o que me faz falta na vida?
Qual a razão de eu não gostar de nenhuma profissão existente?
(Gosto de pequenas coisas, mas imaginar-me a trabalhar nelas durante anos, faz-me impressão, acho que seria uma seca autentica... E mesmo procurando áreas ou cursos, NADA, mas mesmo NADA me agrada, não gosto de nada!)
Esta é a parte pior!
Porque eu tenho sempre a vontade de querer que o mundo fosse diferente? Como se EU não fizesse parte dele, como se eu tivesse vindo de outro mundo diferente e é por causa disso que sinto este vazio, esta falta de algo constante...
Eu sinto vontade muitas vezes de entrar nas histórias de fantasia que eu gosto de ler!
Entrar num mundo com Dragões, animais fantásticos, seria uma vida muito mais interessante... Porque a vida real, a vida aqui no planeta terra, não tem nada de especial, não tem nada de divertido, nada que me faça sentir-me bem!
Independente de ter depressão ou não...
Eu sempre pensei assim desde pequeno!
Via os filmes do Harry Potter, e imagina viver em algo parecido... Sempre seria bem mais interessante!
Quando alguém me pergunta o que gostava mesmo, o que faria feliz!
Eu não digo, mas penso: Ir para um mundo fantástico!
Será que, esta vontade torna a minha vida na real ainda mais complicada?
O que tenho é algo diferente de depressão?
Cumprimentos,
João
Caro João,
Parece que o João busca preencher um vazio interno e tenta encontrar satisfação no mundo da fantasia, e no entanto não consegue atingir a verdadeira satisfação. O seu problema é um misto de depressão e falta de sentido para a vida, o que o leva a não querer crescer e preferir refugiar-se no mundo irreal.
O que eu proponho para se livrar dessa postura é primeiramente ter consciência que é possível brincar, divertir-se e viver no mundo da fantasia e na mesma medida ser responsável, planejar e construir objetos de vida: trabalho, estudos, casamento e família. Que uma possibilidade não anula a outra. Que é muito bom que a criança que vive em nós nunca morra, mas também saber que o nosso lado criança não pode tomar conta da nossa faceta adulta impedindo-nos de nos realizar como pessoa.
Ao mesmo tempo é indicado que procure um tratamento correto para conseguir ultrapassar a depressão e poder retomar as rédeas da sua vida com força, vigor e bom senso.
Uma ajuda especializada de um terapeuta para um tratamento de autoconhecimento e para que possa ser ajudado a preencher esse vazio que sente em relação ao sentido da sua vida. Confie em si e na sua vontade de evoluir, na vida, no mundo e, principalmente em si próprio, o que vai propiciar nova energia e animo para novas realizações no mundo real.
Julgo negativamente e gostaria de mudar minhas fantasias sexuais.
Quando me masturbo tenho prazer em pensar coisas que julgo como sujas ou feias (ser possuída por muitos homens, ser prostituta, sexo entre homens homossexuais, pedofilia e zoofilia, nessa ordem) e sao fantasia que eu não quero compartilhar com meu parceiro. Tenho até vergonha e gostaria de elimina-las da minha imaginação.
Não tenho vontade de colocar em pratica essas fantasias e sei que se experimentasse a minha principal (transar com muitos homens e penetração vaginal e anal ao mesmo tempo) acharia bastante incomodo fisicamente. Inclusive alguma coisa mais atrevida que experimentei como transar sem conhecer bem a pessoa e ser tratada tipo puta me da mais tesao lembrar do que eu realmente senti na hora.
Tenho muita intimidade com meu corpo e sozinha chego facilmente ao orgasmo, normalmente recorrendo a essas fantasias.
Com meu parceiro actual tenho prazer e vontade de transar mas nunca tive orgasmo. Depende do dia, mas sei que esta na minha cabeça o problema, quanto menos eu me preocupo melhor é.
Temos confiança para falar sobre sexo. Tento enfrentar minha insegurança mas pra mim é difícil pedir o que/como eu gosto (já falei algumas poucas coisas) e muito mais falar das minhas fantasias. Ainda por cima eu tenho uma paranóia enorme com a minha barriguinha e as vezes meu pensamento vai pra ela no meio do sexo. Ele, e outros parceiros com que eu já estive, elogia meu corpo mas muitas vezes me concentro nos meus defeitos.
Só consegui chegar ao orgasmo durante o sexo com 2 parceiros que tive, com quem não estava muito envolvida emocionalmente e me sentia mais livre pra imaginar que ele era mais um dos que eu estava transando naquele dia ou algo assim. Depois que eu "pegava o jeito" tinha orgasmos quase sempre e algumas vezes só me concentrando no tesão daquele momento, sem pensar em outras fantasias.
Sei que o ideal seria fazer uma terapia para entender e resolver esse meu conflito, mas nesse momento nao disponho nem de tempo nem de dinheiro para isso. Gostaria de tratar e melhorar essa questão e não sei como. Também acho que não teria coragem de falar abertamente sobre esse assunto cara a cara com um terapeuta.
Agradeço desde já qualquer ajuda
Parabéns e obrigada por esse consultório.
PS: Só peço a manutenção da minha privacidade mas não me importo se publique minha dúvida
O carnaval é espaço no qual muitas pessoas libertam suas fantasias com as máscaras, sem terem que sofrer com a censura oficial, moral, social ou religiosa.
O carnaval desvela no palco da vida, as fantasias desde as mais íntimas às mais saudáveis e criativas. Através das máscaras podemos retirar durante o carnaval nossas máscaras sociais coladas ao nosso corpo e à nossa alma.
A fantasia é um sonho acordado. É um dos mecanismos de defesa do ego. É um processo psíquico em que o indivíduo concebe uma situação em sua mente, que satisfaz uma necessidade ou desejo, que não pode ser satisfeito na vida real.
O psicanalista Carl Gustav Jung, ao falar em símbolos nos fala em Persona. Persona é a forma pela qual nos apresentamos ao mundo. É o carácter que assumimos e através dela nós nos relacionamos com os outros. A Persona inclui nossos papéis sociais, o tipo de roupa que escolhemos para usar e nosso estilo de expressão pessoal. O termo Persona é derivado da palavra latina equivalente a máscara, se refere às máscaras usadas pelos actores no drama grego para dar significado aos papéis que estavam representando. As palavras "pessoa" e "personalidade" também estão relacionadas a este termo.
No carnaval, podemos viver despojados da nossa Persona assumindo nossos sonhos e fantasias em pleno.