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Consultório de Psicologia

Espaço de transformação com a finalidade de orientar, ajudar, esclarecer dúvidas e inquietações. Encontre equilíbrio, use sua criatividade e deixe fluir sua energia. Mariagrazia Marini Luwisch

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Amar duas mulheres

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Vou resumir a minha história. Sou casado há 16 anos tenho 3 filhos com a minha esposa, mas há 1 ano e 7 meses para cá conheci uma outra mulher e me apaixonei por ela. Nos primeiros meses em que nós conseguimos, tivemos relações sexuais por várias vezes e ela acabou por engravidar e já teve o bebê que tem 5 meses de vida. Praticamente, estamos juntos há 1 ano e 8 meses.

A minha esposa se apercebeu da situação e quer divórcio, mas eu ainda amo ela. Eu amo as duas e não quero ficar sem elas. Por favor me ajude (concelhos).

Caro leitor,

não há regras fixas para o sentimento do amor, mas numa relação há que haver respeito um pelo outro. Se a sua esposa não concorda e pediu o divórcio, está no direito dela e vai ter que aceitar, pois, não pode impor à sua parceira o seu jeito de amar.

Numa relação interessa estarem os dois de acordo. Quando a situação está bem só de um lado, o casamento não vai funcionar e nesse caso é melhor desistir, o que não impossibilita que no futuro sejam criados novos acordos entre o casal para preservar as duas relações. Embora para esta  categoria de relação, é essencial ter uma mente aberta, ultrapassar o julgamento e estigma da sociedade e, principalmente, trabalhar para que os relacionamentos funcionem.

Infidelidade e confiança

34.jpgVou contar um pouco da minha história...
Conheci meu marido aos 13 anos de idade, iniciamos um namoro quando eu tinha 14, namoramos por 5 anos e somos casados a 12 anos e meio, isto é, quase 18 anos juntos.
Antes de casarmos me encantei por um rapaz do meu serviço, mas nunca tivemos nada além de conversas impróprias pra uma moça comprometida, mas meu marido, namorado na época, era muito ciumento e desconfiado, me colocava contra a parede por diversas vezes até que um dia, confessei que me tinha iludido com essa pessoa, mas que me arrependia muito e queria seguir em frente com ele... Seguimos em frente, nos casamos, tivemos nosso primeiro filho, mas continuei no mesmo emprego e o dito rapaz também, nossa relação mudou quando casei e não quis mais ficar de conversinha, eu realmente queria ter uma vida feliz ao lado do meu marido, porém as desconfianças continuavam e eu sofria com aquilo, pois estava sendo fiel ao nosso relacionamento.


Frequentei durante muito tempo a igreja, inclusive foi onde nos conhecemos e nos casamos, mas após alguns meses do nascimento do nosso filho, meu marido não quis mais ir e com o tempo eu também deixei de ir, isso mudou toda nossa vida.
Meu marido saía para beber e me deixava sozinha com o nosso filho em casa aos finais de semana, passei por muitas coisas, durante muitos anos, a desculpa dele era que eu tinha dilacerado o coração dele quando gostei de outra pessoa e eu acreditava nisso e me culpava muito, sabia que era isso realmente, mas eu estava tentando consertar essa parte da nossa história, eu nunca tinha o traído de fato, mas pra ele, aquilo já tinha sido uma traição... Apesar de todo esse sofrimento que eu sentia por ele me deixar e ir para as noitadas, tínhamos uma vida razoavelmente boa, com altos e baixos, ele nunca me bateu, nunca me tinha traído também, que soubesse... Ele me amava, me tratava bem, mas toda briga que tínhamos jogava na minha cara...
Em meio a tudo isso, eu me sentia traída, desconfiava de tudo, como pode um homem sair todo fim-de-semana e não conhecer uma mulher que lhe agrade, que te faça querer trair, comecei a ficar cada vez mais angustiada e voltei a ter conversas inapropriadas com aquele meu antigo colega de trabalho, ainda trabalhávamos juntos e ele era sempre muito atencioso comigo, a gente conversava muito, éramos amigos, apesar de tudo e tinha esse lance entre nós, um flerte... até que um dia ele foi me deixar próximo de casa e me deu um beijo, fiquei sem reação na hora, mas aceitei e aí começou a minha traição, foram 2 anos mentindo pro meu marido e me relacionando com este colega, eu me sentia um lixo, porque amava meu marido, mas quando vi tinha tomado uma proporção enorme e era muito difícil sair dessa situação, durante estes anos, me separei por diversas vezes, mas voltava, estava disposta a largar tudo e ficar com meu amante, eu gostava muito dele, mas também amava meu marido, mas a gente estava separado por burrice dele, passava noites fora de casa e eu não aguentava mais aquela vida... No fim, eu percebi que o amante não queria nada mais sério comigo e sofri muito durante um tempo, mas decidi terminar por ali, fiquei sozinha por alguns meses até que o meu marido me procurou querendo voltar, dizendo que seria diferente, voltei e dali em diante resolvi também ser uma pessoa diferente, não tinha um dia que eu não me arrependesse do que eu tinha feito...
Depois de 3 anos que eu havia terminado esse caso, sofri um acidente e tive que ficar em casa por um tempo, nesse período meu marido fazia tudo em casa, saia as vezes com os amigos, mas nada como antes, era uma pessoa realmente mudada.


Um dia em meio a uma conversa nesse período que estava com o braço quebrado, ele me colocou contra a parede, dizendo que sabia que eu tinha tido um caso com o fulano e eu acabei confessando, choramos muito, eu disse o quanto me tinha arrependido, no fim ele disse que tinha jogado um verde e infelizmente isso era verdade... foi muito doloroso pra nós dois, mas ele me perdoou e seguimos em frente.
Um tempo depois fiquei grávida e essa criança foi a nossa salvação, nosso casamento reacendeu e ficamos felizes novamente, ele me amava, ele me tinha perdoado, apesar de tocar no assunto algumas vezes e jogar isso na minha cara em algumas situações, com o tempo isso foi melhorando... mas ele nunca se esqueceu, ainda mais por ser com a mesma pessoa que ele já tinha ciúmes desde sempre... Enfim...


Já se passaram 4 anos que ele soube e 7 anos que nunca mais vi a pessoa que traí ele, pois ele foi demitido logo após terminarmos, uma bênção pra mim na época, pois nosso laço terminava ali, ele me procurou muitas vezes após a demissão, mas eu fui firme e realmente não queria mais aquela vida pra mim, fugia totalmente dos meus princípios e valores, era muito imoral, troquei meu telefone, bloqueei nas redes sociais, enfim, ele sumiu da minha vida e eu da dele...
A 1 ano mudamos de cidade, eu e minha família, por causa do meu trabalho e fizemos como um recomeço, "nova vida", a gente dizia e no início foi uma maravilha, a alguns meses meu marido passou a sair todos os finais de semana com a desculpa de que precisava ter uma "vida social", ver os amigos e eu acreditava nisso, sempre confiei nele cegamente, ele me cobrava muita atenção apesar de sair aos fins-de-semana e reclamava que eu estava muito ausente, eu tentava explicar que nossa bebé me tomava muito tempo e eu estava cansada, mas que o amava muito... ele trocou a senha do celular após eu ver uma ligação de uma mulher que eu não conhecia, eu não podia mais ver o celular dele, fiquei muito desconfiada, mas aceitei aquilo como uma boba e o tempo passou, vivíamos bem, até o dia 13/12/19, 2019 tinha sido "o melhor ano da minha vida", muitas coisas boas aconteceram e eu dizia isso, "o melhor ano", consegui tirar minha carta, comprei meu carro, trabalho próximo de casa (antes gastava de 6 a 8 horas no trânsito ida e volta), enfim... no dia 13/12, meu marido chegou em casa um pouco mais tarde com a desculpa de que estava no trânsito, eu estava bem com as crianças quando olhei pra ele vi que ele estava prestes a chorar, eu disse " não está tudo bem, o que houve?" ele disse "precisamos conversar" eu prontamente fui conversar com ele longe das crianças pois parecia ser muito sério e veio a notícia que eu nunca esperei ouvir na minha vida "eu me relacionei com outra pessoa e agora ela me diz que está grávida e o filho é meu" me contou chorando, falando que estava muito arrependido de tudo e que já fazia um tempo que não a via, que fez isso porque estava muito carente e em uma noite bêbado na balada aconteceu... estava achando que eu não o amasse mais... eu fiquei imóvel, não acreditava no que tinha ouvido... foi a maior tristeza da minha vida, está sendo a maior tristeza da minha vida, eu não sei o que pensar mais, não sei o que devo fazer, não conversei com ninguém sobre isso, não tenho mais lágrimas pra chorar.


Decidi que vou tentar passar por isso com ele, ele não ama a amante, não estava mais saindo com ela, já se tinha arrependido antes dessa notícia, mas agora ele vai ter um filho com outra, uma pessoa desconhecida, eu não sei o que esperar, ele certamente não é um pai que abandonaria o filho, mas também não quer que ninguém saiba disso, tenho medo do que está por vir...
Ele se mostra muito arrependido de tudo e eu entendo perfeitamente, afinal também me envolvi com alguém antes, mas o resultado dele confiar em uma pessoa que ele não conhecia, dizia que tomava anticoncepcionais e sabia q ele era casado, que provavelmente fez isso de caso pensado, isso resultou em um filho e não tenho como passar uma borracha nesse resultado...
Estou tentando ser forte e ficar ao lado dele, ele disse que não vai abandonar a criança, e eu não quero isso também, quero cuidar desse filho com ele, até me ofereci pra criar esse filho com ele se ela aceitasse, mas a mãe da criança nunca aceitaria isso...
Hoje eu me sinto possessiva, vivo angustiada, se eles conversam, o que eles conversam, ele ainda não me deixa ver o celular dizendo que não quer brigar por besteira, se ela mandar uma mensagem, vou achar ruim, isso me está consumindo de desconfiança, as vezes tenho umas crises de ciúme.
Eu só queria que tudo passasse... Ele não sai mais e sei que está sentindo falta, eu quero confiar nele, mas é muito difícil, acho que se eu não tivesse traído também, nunca aceitaria passar por isso, mas como traí, sei que muitas vezes a gente acaba se envolvendo tanto que não consegue sair até que seja tarde...


Queria muito saber sua opinião... tem horas que me bate o desespero, a angústia, converso com ele e ele sempre me pede perdão dizendo que a culpa foi dele, pra eu não me culpar, apesar de tudo, confio que ele esteja realmente arrependido e não tenha me traído com outras pessoas, mas ao mesmo tempo, não consigo parar de pensar no futuro...

Cara leitora,

Não há fórmula mágica que permita solucionar esta questão. O segredo começar a viver o momento presente, com toda a sua experiência do passado e esperar que as coisas aconteçam antes de se adiantar a elas. Sinta cada dia como um novo dia.
Já passaram tantos anos juntos, tantas experiências e os erros do passado não precisam se repetir no futuro.
Após 18 anos juntos, vale tentar reconstituir a confiança.

 

Dicas para confiar:
Perdoe: a mágoa pode ser muito destrutiva, pois é ela que nos deixa remoendo os acontecimentos do passado e ainda mantém vivo o sentimento de vingança, o que não é nada bom para um relacionamento em crise.
Cuide da imaginação: nossa mente é poderosa e capaz de criar situações muito piores do que a realidade. Se perdoou e voltou com ele, assuma essa escolha e pare de imaginar coisas, pois isso só vai gerar mais desconfiança e conflitos.
Aprenda a expressar seus sentimentos: é muito importante falar sobre os seus sentimentos de maneira clara e sem ofensas. Outro detalhe crucial é ouvir o outro com atenção. Só assim vão conseguir restabelecer a confiança.

Tudo de bom

Casamento e infidelidade

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Boa tarde

Sou casada há 10 anos, há cerca de 2anos. Meu marido teve um relacionamento com uma jovem de 18anos e foi muito angustiante presenciar tudo isso, o ano passado ela apareceu grávida falando que o filho era dele e meu mundo desabou. Fui ao inferno e consegui voltar; nosso casamento ficou e está super-abalado não consigo ter confiança nele e nem ele em mim. Depois desse terramoto há cerca de 4 meses o mesmo me diz que está apaixonado por uma mulher de 22 anos, e que não vive sem ela, e não quer me perder… Estou desorientada…

O que faço?

Me ajuda.

 

Cara leitora,

 

A confiança e no casal depois de uma traição demora a ser reestabelecida. Depois desse terramoto é preciso conseguir expressar as suas emoções e conversar sobre seu sofrimento e inquietude para que ambos possam manter em dia combinações de uma união feliz. Explicar ao parceiro mais o que sente e menos fazer críticas.

 

Parece que seu marido não consegue estabelecer uma relação estável e autentica consigo, embora ele diga que não a quer perder

Cabe a si decidir o que pretende do seu casamento com ele e perceber se é possível continuar ou se só vai trazer mais e mais sofrimento. Pode ser que ele mude com o passar dos anos e torne-se fiel, mas só o tempo dirá.

 

Infidelidade e violência

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Boa noite Dra. Espero que esteja bem. Escrevo-lhe pelo seguinte sou médica e tenho 30 anos, 1 filha de 3 anos e sou casada a 4 anos com homem de 36 anos. Nos conhecemos há 10 anos. Desde namoro que temos problemas de compatibilidade e no casamento estamos sempre com brigas.

E sempre foi muito desleixado, uma pessoa que não pensa no futuro, sempre tive ser eu a lutar pelo nosso futuro. Ele tem ensino médio, sempre lhe incentivei a fazer faculdade, ele sempre me disse que iria fazer é até hoje nada.

Gosta de consumir bebidas alcoólicas e sempre gostou de chegar de madrugada em casa, e isso sempre me deixou triste motivo de várias discussões nossas e melhorou um pouquinho.

A casa onde moramos é minha e o carro que ele conduz também é meu. E ajuda pouco ou quase nada com as despesas de casa e da nossa filha é preciso muita discussão.

Quase nunca saímos juntos sozinhos para passear, assistir cinema. Ele prefere ir beber com os amigos e deixar-nos em casa sozinha ou na casa da mãe dele.

Apaixonei por outro homem, que partilha e entende os meus problemas, e a nossa química sexual é muito maior.

Meu marido descobriu e ficou chamando-me nomes durante um tempo, pedi perdão e ele diz que me tem perdoado. E deixei o meu amante. A verdade é que 4 meses depois por uma mensagem que não tem nada a ver com meu ex amante ele me agrediu violentamente, ao ponto de ir parar a polícia e todos vizinhos do prédio acordarem.

Estou na casa dos meus pais e pedi a ele para sair da minha casa, deixar meu carro e me dar o divórcio. Ele diz que me ama precisa que eu o perdoe e volte para casa, já passa 1 mês e eu não quero, não me sinto feliz ao lado dele. Nem sinto prazer em estar com ele. Sinto-me explorada por ele.

Que faço ajude me por favor??

 

Cara Maria ,

 

A minha indicação é para fazerem uma terapia de casal. Entre os principais motivos que levam os casais a recorrer à terapia, destacam-se as dificuldades de comunicação, o desinteresse sexual, os conflitos, como por exemplo, na gestão da parentalidade ou em relação às famílias de origem.

 

Durante a terapia, o casal aprende a conhecer melhor o outro, a falar dos seus problemas de forma positiva, sem críticas, sem preconceitos e a compreender o tipo de dinâmica que têm e o que os leva a entrarem sistematicamente em conflito. A comunicação é o maior problema de muitos casamentos. E é por isso que é importante a intervenção de alguém que promova o diálogo aberto, mas sem ofensas.

 

Relacionamentos não nascem prontos, toda relação tem que ser continuamente construída e é preciso ter respeito, reconhecimento, responsabilidade e recreatividade . A cotidianidade exige maturidade para administrar conflitos e ao mesmo tempo deixar espaço para o lúdico, para o amor e para o sonho.

 

E tanto um como outro não estiveram a construir juntos, pelo contrário estão a seguir caminhos opostos com toda consequência que essa postura possa trazer: infidelidade, violência, programas individuais e agora é tempo de rever a relação para decidirem se há possibilidade de recuperação ou se o divórcio é a solução.

Um abraço

Aceitação do filho

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 Bom dia!!!! Eu me separei há 3 meses quase e estou grávida de 8 meses dele e no dia que descobri que eu estava grávida também descobri que ele estava "namorando" escondido na casa da mãe dele, eu fiquei sem chão e resolvi mandar ele embora... Eu acabei ficando muito triste e temos um filho de 12 anos que tem momentos de amor e ódio...Às vezes quando o pai dele fica mais próximo de mim ele fala que não quer que ele venha em nossa casa e que não queria ele como pai... Meu ex ainda me procura porém está namorando... Tem vezes que ele vem na minha casa w brinca com nosso filho que vai voltar para casa e filho fica revoltado eu sempre falo com ele que o meu relacionamento com o pai dele não tem nada com ele... Às vezes tenho até a impressão que ele odeia o pai dele porque brigou comigo falando que a culpa e toda minha que não soube escolher um pai para ele .... Me ajude por favor, não sei mais o que fazer para arrancar este ódio do coração do meu filho.

 

Cara mãe,

Essa situação do filho ficar revoltado diante de infidelidade do pai é comum. Acontece que o filho sofre por ver a mãe sofrer e se revolta com o pai causador desse sofrimento. É a infidelidade dos pais vivida pelos filhos. Cabe a si falar com ele e explicar que situações assim como a vossa acontecem e que é vocês que irão resolver.

 

Descobrir que o pai trai a mãe é uma situação aterradora para qualquer adolescente e até mesmo para um adulto. O conflito de lealdade aparece misturado com a mágoa e com a raiva. O pai traiu a mãe, mas o filho também se sente traído. Na adolescência é necessário os pais terem uma relação sólida para darem segurança ao jovem. Se a traição acontecer numa fase em que o pai é muito importante e idealizado é um desgosto enorme para o filho e pelo seu egocentrismo pode até pensar que a culpa foi sua. Portanto, é sempre uma situação que envolve muito sofrimento.

 

A melhor opção é procurar ajuda psicoterapêutica para que seu filho tenha um acompanhamento e uma compreensão clara da situação, mas de qualquer forma fale com ele e explique sem culpar o pai e nem mostrar o mal que sente para não aumentar o sentimentos de ódio e ressentimento contra o pai.

Um abraço

Repensando a infidelidade

 

 

Uma palestra para quem já amou.

 

Esther Perel explica a contradição entre amor e desejo e os muitos desafios dos casais contemporâneos, entre eles a junção de duas necessidades paradoxais que buscam no outro: a segurança e a aventura.

 

 

Traição e perdão

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Há dois dias descobri que meu marido me traía há seis meses, estou casada com ele há seis anos, perdi meu chão quando vi mensagens ,fotos e etc....no celular dele e por mais que ele tenha aberto o jogo e me contado toda a verdade me dizendo que durante esses seis meses eles só se viam uma vez por mês e que teve apenas quatro relações íntima com ela está doendo muito só de lembrar.

Ele me pediu perdão, desculpas e disse que não sabia onde ele estava com cabeça e me perguntou se eu iria deixa-lo , fiquei muda por um instante, mas como posso deixa-lo se o amo acima de tudo. Ele me disse que iria fazer um propósito com ele mesmo e que nunca mais queria me ver chorar por um erro dele, não sei o que pensar não sei se amor ou obsessão que sinto por ele a ponto de perdoar uma traição assim. Me ajude por favor!!!

 

Cara Leitora,

 

A infidelidade é muito comum entre os casais, mas perdoar é possível.

Quando o sentimento de amor é muito grande ou maior que tudo, acredita-se ser possível perdoar e superar o evento, entretanto, só o perdão não basta. É preciso que ambos, como já disse, avaliem tudo que aconteceu e se realmente poderão superar e retomar o relacionamento. Não se pode simplesmente perdoar, voltar e achar que está tudo bem, pois ao menor conflito ou desentendimento, a questão mal resolvida virá à tona com tudo e com força reacendendo todos os sentimentos negativos vividos.

Se gosta dele, cultive coisas que sejam positivas e favoráveis a uma reaproximação saudável e construtiva, caso contrário, só vai desgastar ainda mais o relacionamento. Avalie, reflita e lute por aquilo que realmente seja bom e importante para você, lembre-se que seu bem-estar deve estar acima de tudo. Portanto, olhe para si, para sua vida, seus objetivos e ideais. Jamais abandone-os!

 

Fique bem

Esposa infiel

 

 

Bom dia!

Flagrei minha esposa com outro, e após isso ela pediu um recomeço, eu aceitei no mesmo instante, achei até que errei.

Ela alegou que de aquilo por me achar distante, que não a priorizava. E ela sempre desconfiou muito que a trai por diversas vezes durante 4 anos que moramos juntos.

E hoje eu desconfio que ela ainda mantenha esse amante. O que devo fazer?

A.

 

Caro A.,

 

Converse com ela, o diálogo é sempre a melhor solução. O importante é não tomar decisões impulsivas. Mesmo que ainda mantenha o amante pode voltar para si e pode ser só uma questão de tempo. Infidelidades acontecem e "perdoar" é um sinal de maturidade.

 

Claro que não vai aturar que ela continue com o amante, mas vale repensar a relação antes de por tudo a perder e ter consciência que um  casamento pode sobreviver a uma traição mas não aguenta havendo infidelidade constante. É preciso que ambos tentem perceber o que levou à  infidelidade e tentem acima de tudo, sanar a relação.  E neste processo, terão de voltar a cultivar laços de confiança, o que envolve um processo que pode ser moroso, mas jamais impossível.

 

Tudo de bom

 

Apaixonada por outro

 

 

Bom dia Drª
Solicito ajuda relativamente ao seguinte:
 
Sou casado á 18 anos, tenho 42 anos, tenho 2 filhas menores, amo a minha mulher, ao longo destes 18 anos nem tudo foi perfeito no casamento, houve erros de ambas as partes, mas minha esposa no ultimo ano sentiu que eu não gostava dela e diz que também deixou de gostar de mim, entretanto a meio do caminho alguém se meteu e ela traiu-me e está completamente apaixonada pelo outro, completamente louca por ele, teve um caso com ele e neste momento ele é a prioridade dela, só pensa nele, quer repetir as sensações que teve e ouvir as palavras que ouviu, mesmo que por pouco tempo, até comenta em tom irónico que eu sou um fiat e o outro é um ferrari, não pela apresentação física de cada um, mas sim pela relação amorosa.


Acontece que após algumas noites sem dormir e emagrecer uns bons kilos, nunca perdi a calma, mas perdi o sentido de orientação, tentei depois focar-me principalmente nas minhas filhas.


Minha esposa ao início estava convencida que iria viver com o outro feliz para sempre, acompanhada das filhas, mas o caso deu algumas reviravoltas e o outro individuo, que sempre teve algumas relações ou casos curtos, aconselhou-a a ficar comigo e disse-lhe que neste momento tinha outras prioridades e que não estaria interessado numa relação com ela, ao que ela lhe respondeu que gostava era dele e não de mim.


Após muitas conversas entre minha esposa e eu, e 4 meses passados, decidimos continuar a dormir juntos e praticamente fazemos a vida normal que antes fazíamos, mas vamo-nos divorciar, pois ela insiste bastante, e até porque não há grande segurança no casamento e ela mantem a esperança de ter um caso com o outro nem que seja por pouco tempo, e se não for com ele que seja com outro, para voltar a sentir novas sensações.


Neste momento a minha prioridade é a união familiar, para tentar manter a estabilidade principalmente para as minhas filhas, e não gostaria nada que minha esposa se fosse meter em casos que com certeza a farão sofrer mais ainda, claro que se acontecer não vai ter o meu apoio. Mas às vezes penso que talvez não seja este o caminho correto, eu amo a minha esposa e minhas filhas, gostava de manter esta união, pois com esta idade já não acredito em contos de fadas, e penso que qualquer outra solução seria pior, será que estou agindo corretamente?


Por favor, se possivel solicito alguns conselhos.
Obrigado
JF  

 

Envolvimento do marido

 

 

 

 

Boa tarde, Dr.ª

 

O motivo porque escrevo é o seguinte.

 

Meu marido para tirar licenciatura inscreveu-se na faculdade de noite, onde inicialmente lhe dei toda a força, e apoio. Mas ficou colocado numa turma onde as pessoas se superiorizavam, e ele não lidava muito bem com isto, até acabava por se afastar dos colegas, havendo só um que tinha melhor relacionamento e até se juntava para estudar e fazer trabalhos, estava sempre afetado com este ambiente, e eu lhe dizia para não ligar e deixar para lá, mas nunca em especial mencionou uma colega, até eu apanhar.

 

Um domingo a seguir ao almoço estávamos os dois a ver televisão e ele saiu da minha beira e foi para o quarto, quando me apercebi que ouvia falar, ele falava ao telefone, subi as escadas e ouvi ele a falar com uma colega que andou na turma mas entretanto pediu transferência para outra faculdade por não ter área para o curso , quando do meu espanto ouço ele a dizer para ela que já tinha perguntado a todos colegas  se tinham o contato dela, quando ela liga para ele fica todo contente, e meu espanto quando  ouço dizer que tem muitas saudades dela e que ela o completava, confrontei-o porque entrei na altura disse que eu era maluca e negou o que ouvi, mas nunca mais tive sossego e comecei a espreitar o telemóvel onde apanhei uma mensagem mais tarde  a marcar encontro onde dizia, se já tinha decidido que ia ter com ela, mensagens nunca mais vi nenhuma porque ele apagava tudo mas no extrato eu via os dias e horas e quantidade enviadas, até que começaram a ser por email eu aí não tinha acesso, e isto foi continuando, ela mandava mensagens de manha cedo e ele ia logo aflito apagar para eu não ver, até que em Maio apanhei no telemóvel um email que tinha enviado, para ela e não apagou, onde ele estava aflito a perguntar-lhe porque ela não lhe respondia, se namorava ou estava com medo que se envolvessem mais, ao ver isto esbarrei com o telemóvel na frente dele, e diz que não sabe o que é e não admite que desconfiem dele, apanhei o numero dela e liguei onde a insultei e falei que estava a estragar um lar onde haviam 2 crianças.

 

Mais tarde consegui apanhar a senha de e-mail mas nunca mais encontrei nada, penso que não mais entrou em contato com ela.

Nunca mais consegui esquecer, e Dr.ª todas as noites quando me deito estas coisas vêem-me sempre ao pensamento, será que nunca mais vou ultrapassar este trauma vivido?

 

 Agradeço um conselho seu,

 Cumprimentos, D.

 

 

Cara D.,

 

Com paciência e dando tempo ao tempo vai ultrapassar, mas claro fica sempre uma ferida. Mas qual casamento não tem uma ferida? As feridas são parte da vida.

 

Às vezes, a infidelidade é uma espécie de balde de água fria, em casamentos. É o momento em que as pessoas acordam e vêem que precisam fazer algo pelo seu casamento, sob pena de nunca mais se aproximarem. E, nesse sentido, a infidelidade pode originar uma reaproximação.

 

É preciso olhar para dentro da relação, reconhecendo que a reconstrução do casamento depende da vontade e do esforço de ambos. Para que ambos voltem a sentir-se seguros é preciso que aprendam a cuidar um do outro, a respeitar as necessidades de cada um e a dar-se. Quando ambos investem, e apesar dos avanços e recuos legítimos nestes casos, a probabilidade de sucesso é elevada.

 

Numa família sempre vale investir e ainda mais quando existe amor!

 

Força e coragem!

 

Um abraço

Mariagrazia