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Consultório de Psicologia

Espaço de transformação com a finalidade de orientar, ajudar, esclarecer dúvidas e inquietações. Encontre equilíbrio, use sua criatividade e deixe fluir sua energia. Mariagrazia Marini Luwisch

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Mãe e maltrato

 

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Minha mãe e eu não nos damos bem. Quando criança, eu fui muito mal tratado por ser de pele morena. Ela adorava meu outro meio-irmão já falecido e que era branco. Hoje vivo com ela como filho único e venho enfrentando uma barra tremenda em meio a discussões, xingamentos, cuspidas na "cara" que dou nela por não aguentar mais tantas coisas negativas que a vida com ela só me trouxe ao longo desses 50 anos.

 

Deixei de trabalhar para ficar com ela. Ela fica o tempo todo me provocando com assuntos que já foram resolvidos há dias e ela repete o tempo todo, sem parar.

A última vez que discutimos eu no momento estava tomando um copinho de iogurte e acabei jogando na cara dela impulsivamente. Tenho 50 anos e ela tem 73 e é portadora do Mal de Parkinson.

 

Nunca cheguei ao ponto de agredi-la, muito embora ela tenha feito isso comigo quando criança me espancando e colocando-me trancado no quarto de casa somente com água e pão.

Mesmo que eu não a tenha agredido, eu a torturo psicologicamente, reconheço isso!

 

É uma situação difícil para mim e estou nessa já faz anos e anos. Procuro melhorar, fazer minha parte, mas nada mudo. Não tenho prazer pra nada aqui em casa. Preciso de ajuda!

 

Sim, precisa de ajuda e a sua mãe também. Se se sente incapaz de cuidar decentemente dela, seria melhor que vivessem separados. Ou você vai viver em outra casa ou a sua mãe vai para um lar onde possa ter um pouco de paz, sem ser maltratada pelo próprio filho.

 

O fato de se sentir mal-amado pela cor de sua pele, não lhe dá o direito de humilhar e maltratar a sua mãe. Mesmo que ela o tenha agredido na infância e deixando de castigo, não lhe dá o direito de maltratar, cuspir, etc.

Porque não retoma o seu trabalho? Arranje um emprego qualquer e ocupe-se durante o dia e encontre uma pessoa para dar apoio à sua mãe que a trate com decência e com respeito e talvez até possa dar-lhe algum carinho e amor, que, certamente, ela também precisa.

 

É preciso respeitar a individualidade do idoso, não infantilizar, não o tratar como doente ou incapaz, oferecer cuidados específicos para a sua idade, preservar a sua independência e autonomia, ajudar a desenvolver aptidões, ter paciência com a lentificação do ritmo na realização das tarefas, trabalhar as suas perdas e os seus ganhos, promover a estimulação bio-psico-social.

 

Devemos procurar sempre proporcionar ao idoso uma velhice serena com a possibilidade de desenvolver iniciativas e actividades que sejam compatíveis com as suas condições física e psíquica.

Tome logo uma resolução nesse sentido, ninguém merece passar por esse sofrimento.

Se se sentir incapaz de reagir sozinho , procure ajuda especializada.