Espaço de transformação com a finalidade de orientar, ajudar, esclarecer dúvidas e inquietações. Encontre equilíbrio, use sua criatividade e deixe fluir sua energia.
Mariagrazia Marini Luwisch
Espaço de transformação com a finalidade de orientar, ajudar, esclarecer dúvidas e inquietações. Encontre equilíbrio, use sua criatividade e deixe fluir sua energia.
Mariagrazia Marini Luwisch
Resolvi lhe escrever em busca de uma ajuda ou desabafo.
Desde criança eu sinto atração/fetiche por pés. Eu colocava meu órgão genital nos pés da minha mãe, da moça que trabalhava em casa... Mas creio que eles (meus pais) não levavam a sério, ou pelo menos não tenho lembranças deles me reprimindo ou comentando nada sobre isso. Quando eu tinha 5 anos eu coloquei meu órgão nos pés de um amigo e lembro como se fosse ontem... ele acabou vendo e quando nossas mães chegaram em casa, ele contou para elas, e só lembro da minha mãe ter perguntado: "por que você fez isso?" E eu sem resposta. Afinal tinha 5 anos e não entendia que aquilo era "feio", errado. Até hoje fico imaginando o que a mãe daquele meu amigo possa ter falado com ele depois, e sobre o que meus pais pensaram na época. Mas eu era criança, e sabemos que crianças tem essa fase da descoberta do corpo e etc. Então acredito que por isso não tenham conversado comigo, eu não tinha idade para isso. (Atualmente tenho 23 anos)
Voltando ao caso real, atualmente, depois de adulto, esses dias me deu uma loucura na cabeça e acabei lambendo o pé do meu pai que estava "dormindo" depois de tomar bebida alcoólica. E sei que ele acabou sentindo que eu fiz isso, por que escutei ele contando para minha mãe no quarto, na manhã seguinte. Só que ele acha que eu não sei que ele sabe o que eu fiz. E aí ele começou a me mandar várias indiretas, como se dissesse "eu sei o que você fez", mas sem comentar realmente sobre o ocorrido. Por exemplo, eu estava deitado no sofá da sala e ele veio e sentou na outra ponta e mexeu no meu pé duas vezes. A primeira olhando para mim, a segunda só mexeu, comentou alguma coisa, se levantou e saiu. E as indiretas não pararam nesses 3,4 dias depois do que eu fiz.
Estávamos na mesa almoçando e minha mãe disse que o cachorro fez xixi na minha cama e disse que a moça que trabalha aqui disse que ele faz isso várias vezes (de subir na cama). E eu respondi: "É? Nem vejo isso." E meu pai disse "É por que você não sente, você deita e dorme."
Como querendo dizer que sentiu o que eu fiz aquele dia, sabe? Eu estou muito desconfortável com essas indiretas, por que eu sei que meus pais sabem o que eu fiz, mas eles não conversam comigo sobre isso e eu também não tenho coragem de conversar sobre, por que desde criança isso é uma coisa que me causa vergonha, aquele fato que ocorreu quando eu tinha 5 anos, sinto que se repete agora, só que muito pior pois agora eu não sou mais criança e sei que o que fiz foi errado, mas não sei o que deu na minha cabeça para fazer aquilo, eu simplesmente fiz. Agora estou com vergonha de ficar perto dos meus pais e com uma sensação de angústia, repulsa e vontade de sumir.
Espero que me responda de alguma forma. Um abraço dra.
Caro leitor,
Procure não se atormentar com esses pensamentos, dos quais nem tem a certeza. Seu pai talvez não percebeu.
Um fetiche não é um transtorno psiquiátrico. Um fetiche é definido pelo DSM-V apenas como um transtorno se causar “sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, ocupacional ou em outras áreas importantes do funcionamento”.
A palavra fetiche tende a passar a ideia de uma pessoa obcecada por algo que considera sexual a ponto de abandonar a convenção social, assediar as pessoas ou até mesmo infringir a lei para conseguir o que deseja. Mas isso é raro e extremo. É mais preciso pensar em fetiches como preferências por objetos específicos que melhoram o sexo.
Sigmund Freud afirmava que as pessoas sexualizam os pés por eles se assemelharem a um pênis.
Atualmente, existe uma teoria para explicar esse fetiche, formulada pelo neurocientista Vilanayar Ramachandran, da Universidade da Califórnia. Ramachandran disse que resolveu o mistério de fetiches por pés enquanto estudava o mau funcionamento do cérebro que leva à síndrome do membro fantasma – condição que leva amputados a sentir que seus membros em falta ainda estão presos em seus corpos.
No caso de alguns pacientes com pé fantasma, Ramachandran constatou que o cérebro do amputado não só não conseguia apagar a imagem do pé do mapa de imagem corporal. Os pacientes com pé fantasma relataram sentir prazer sexual, e até mesmo orgasmos, de seus pés perdidos.
Muito antes da descoberta, Ramachandran tinha notado que áreas do cérebro associadas com a genitália e os pés são adjacentes uns aos outros no mapa da imagem corporal do cérebro. Ramachandran afirma que “talvez até mesmo muitos de nós, chamadas de ‘pessoas normais’, tenham um pouco dessas ligações cerebrais, o que explicaria por que gostamos de ter nossos pés sugados”.
Espero que ao conhecer essas teorias consiga aliviar o seu desconforto e encaminhar a sua sexualidade de uma forma positiva, em relação aos aspetos da sua satisfação, da sua autoestima e do seu prazer sexual. Esses componentes quando bem resolvidos, influenciam positivamente a vida.
Tenho 31 anos, 2 filhos: um de 14 anos e 1 de 5. Casei novamente há 2 meses, o meu filho menor ama o meu esposo, o trata como pai e ele também o trata como filho. O problema é o mais velho porque ele tem ciúmes, ele gosta do meu esposo, os dois se dão bem porém quando se trata de mim e como uma competição de quem chama mais atenção. Mas o pior e que meu filho começou a questionar e até mesmo se intrometer na minha vida íntima.
Ex: porque fechar a porta, eu ouvi barulho, sei o que vai fazer, que não gosta porque ele já ouviu barulho e ele faz isso aí vou conversar com ele, o meu esposo fica zangado pelas atitudes dele, e acaba que eu fico no meio com meu marido zangado porque eu sento, vou conversar com meu filho e meu filho fica zangado porque chamo atenção dele por ele estar errado.
Me ajude e me dê uma luz do que posso fazer e como fazer.
Cara Leitora,
Penso que vai ter que ser um pouco mais dura com seu filho e dizer que não pode se intrometer na sua vida íntima e ao mesmo tempo que confirma que gosta muito dele e que ele nunca vai perder o seu amor.
É normal que nessa idade ele queira competir com o seu marido, mas não pode deixar que ele tome conta da situação. Demonstre que o ama, que compreende que sinta algum tipo de ciúme, mas que não pode prejudicar a sua vida. Caso suas tentativas se mostrem infrutíferas não tarde em buscar ajuda profissional.
Tenho 22 anos e até o momento não possuo nenhuma experiência com relacionamentos. Nunca namorei e nem ao menos beijei. Porém desde o mês passado venho criando certas dúvidas quanto a minha orientação sexual. Tenho uma colega de trabalho lésbica e conversando com ela, percebi que em alguns momentos também tive algumas crises de orientação. Não sei se isso se deve a minha falta de experiência, mas desde então não consigo não pensar no assunto. Não me imagino namorando com outra mulher, porém tento evitar tanto pensar sobre o assunto que isso tem-me causado certa angústia. Será que sou bi? Ou apenas estou tendo uma crise tardia por conta da minha falta de experiência?
Agradeceria se pudesse ajudar-me e também agradeço desde já pela atenção.
Cara leitora,
É importante lembrar que não se nasce com uma orientação sexual definida, pronta e acabada. Pelo contrário, ao longo da vida vamos aprendendo e nos identificando com diferentes formas de vivenciar nossos desejos de uma forma mais fixa ou mais flexível, conforme as experiências vividas.
Provavelmente a sua falta de experiência impede que tenha um sentimento claro da sua sexualidade e quanto mais se preocupa mais fica angustiada. O importante é deixar fluir seus sentimentos e viver a sua sexualidade naturalmente sem forçar nada.
Tenho 16 anos e namoro com uma rapariga há 11 meses, sempre a amei e ainda amo.
Este verão tive 3 experiências homossexuais (Sem envolvimento sexual), as primeiras 2 foram sem sentimento, só para experimentar, mas a última foi com um rapaz que já conhecia à muitos anos. Estávamos a falar sobre sexualidade e eu disse que estava curioso de beijar um homem (porque nunca tinha beijado) e ele beijou-me! Pensava que ia ser estranho, mas não foi, só queria mais tempo com ele e tivemos mais um bocado!
Não me arrependo mas estou muito indeciso sobre a minha sexualidade especialmente, porque fiz esta experiência, que definitivamente mudou a minha vida, enquanto namorava. Por favor ajude-me!!!
Continuo a amar a minha namorada!
Caro adolescente,
é preciso saber que o processo de definição da identidade e orientação sexual se encontra ativo nas mais diversas faixas etárias, mas é na adolescência, que os jovens, no quadro do seu desenvolvimento normal, exploram e experimentam a sua sexualidade, amadurecendo e definindo a sua identidade sexual. O que pode acontecer através de experiências homo e heterossexuais.
O importante neste domínio da identidade de género e da orientação sexual é a saudável relação entre a sublimidade da natureza humana e a inevitabilidade da experiência individual de cada pessoa.
Suas experiências sexuais ajudam na definição da sua própria orientação sexual. O importante é viver a sua sexualidade com naturalidade e sem preconceitos. Aos 16 anos nada é definitivo.
Olá, meu nome é D. Tenho 22 anos. Recentemente tenho dúvidas sobre minha sexualidade. Já "namorei" sete garotos, o mais longo foi o sétimo que durou um mês, desde então não me envolvi com mais ninguém. Eu não gostava que eles me tocassem, "ainda não gosto", beijava sem vontade. Até uns meses atrás eu não tinha dívidas sobre minha sexualidade "Eu achava que tinha algum problema comigo. Que eu era uma “frigideira que nunca encontraria uma tampa”, até assistir uma série americana, as dúvidas começaram a surgir. Então "voltei ao passado". Eu tinha sete anos quando dei meu primeiro beijo, com uma menina mais velha, foi estranho, mas não recuei, sim eu me lembro de tudo, mas até então nunca tinha pensado sobre isso.
Outro fato, sempre gostei de brincar com meus irmãos de carrinho, boneco e luta. Nunca brincava com minha irmã, preferia ser o "marido" da minha prima, nos compartilhávamos tudo. Aos quinze ela veio morar com minha família. Nossa relação era bem difícil, às vezes estávamos bem, às vezes não.
Lembro que ficava com raiva quando ela me deixava por outra pessoa "amiga ou namorado" mas eu associava esse 'cisma' ao imenso amor que sentia por ela. Algumas colegas de classe também entram nessa lista. Não gosto de saia ou vestido, maquiagem, apenas um gloss e um delineador para sair, em casa calções largos e blusas de manga masculinas. Um fato que minha irmã sempre chamou a atenção, mais eu nunca parava para pensar. Nunca tive nada além do beijo aos sete com uma menina. Mas já fiz sexo com um rapaz e em nenhum momento tive desejo, por isso pensava existir algum problema comigo... Mas com tudo isso não sei se sou lésbica. Não tenho coragem de testar. Outra coisa eu sou bem tímida com estranhos, quieta, não gosto de sair.
Cara D.,
Provavelmente está a passar por um momento de crise de orientação sexual.
A orientação sexual refere-se à direção ou à inclinação do desejo afetivo e erótico de cada pessoa. De maneira simplificada, pode-se afirmar que esse desejo, ao direcionar-se, pode ter como único ou principal objeto pessoas do sexo oposto (heterossexualidade), pessoas do mesmo sexo (homossexualidade) ou de ambos os sexos (bissexualidade).
É importante lembrar também que não nascemos com uma orientação sexual definida, pronta, acabada. Pelo contrário, ao longo da vida vamos aprendendo e nos identificando com diferentes formas de vivenciar nossos desejos de uma forma mais fixa ou mais flexível, conforme as experiências vividas por cada pessoa.
O importante é não forçar uma definição de identidade, mas deixar fluir seus sentimentos e vai ver que vai encontrar o seu caminho sexual.
Boa noite Dra. Espero que esteja bem. Escrevo-lhe pelo seguinte sou médica e tenho 30 anos, 1 filha de 3 anos e sou casada a 4 anos com homem de 36 anos. Nos conhecemos há 10 anos. Desde namoro que temos problemas de compatibilidade e no casamento estamos sempre com brigas.
E sempre foi muito desleixado, uma pessoa que não pensa no futuro, sempre tive ser eu a lutar pelo nosso futuro. Ele tem ensino médio, sempre lhe incentivei a fazer faculdade, ele sempre me disse que iria fazer é até hoje nada.
Gosta de consumir bebidas alcoólicas e sempre gostou de chegar de madrugada em casa, e isso sempre me deixou triste motivo de várias discussões nossas e melhorou um pouquinho.
A casa onde moramos é minha e o carro que ele conduz também é meu. E ajuda pouco ou quase nada com as despesas de casa e da nossa filha é preciso muita discussão.
Quase nunca saímos juntos sozinhos para passear, assistir cinema. Ele prefere ir beber com os amigos e deixar-nos em casa sozinha ou na casa da mãe dele.
Apaixonei por outro homem, que partilha e entende os meus problemas, e a nossa química sexual é muito maior.
Meu marido descobriu e ficou chamando-me nomes durante um tempo, pedi perdão e ele diz que me tem perdoado. E deixei o meu amante. A verdade é que 4 meses depois por uma mensagem que não tem nada a ver com meu ex amante ele me agrediu violentamente, ao ponto de ir parar a polícia e todos vizinhos do prédio acordarem.
Estou na casa dos meus pais e pedi a ele para sair da minha casa, deixar meu carro e me dar o divórcio. Ele diz que me ama precisa que eu o perdoe e volte para casa, já passa 1 mês e eu não quero, não me sinto feliz ao lado dele. Nem sinto prazer em estar com ele. Sinto-me explorada por ele.
Que faço ajude me por favor??
Cara Maria ,
A minha indicação é para fazerem uma terapia de casal. Entre os principais motivos que levam os casais a recorrer à terapia, destacam-se as dificuldades de comunicação, o desinteresse sexual, os conflitos, como por exemplo, na gestão da parentalidade ou em relação às famílias de origem.
Durante a terapia, o casal aprende a conhecer melhor o outro, a falar dos seus problemas de forma positiva, sem críticas, sem preconceitos e a compreender o tipo de dinâmica que têm e o que os leva a entrarem sistematicamente em conflito. A comunicação é o maior problema de muitos casamentos. E é por isso que é importante a intervenção de alguém que promova o diálogo aberto, mas sem ofensas.
Relacionamentos não nascem prontos, toda relação tem que ser continuamente construída e é preciso ter respeito, reconhecimento, responsabilidade e recreatividade . A cotidianidade exige maturidade para administrar conflitos e ao mesmo tempo deixar espaço para o lúdico, para o amor e para o sonho.
E tanto um como outro não estiveram a construir juntos, pelo contrário estão a seguir caminhos opostos com toda consequência que essa postura possa trazer: infidelidade, violência, programas individuais e agora é tempo de rever a relação para decidirem se há possibilidade de recuperação ou se o divórcio é a solução.
Meu nome é Ana, tenho 37 anos e uma filha de 08 anos. Ultimamente ela tem pensado muito em sexo, já pequei ela algumas vezes se masturbando, mas não tive reação, fingi que não percebi. Porém, ela tem-se sentido culpada e vem falar-me as coisas que pensa e que sente, está com a sexualidade muito aflorada, pensa muito em namoro, em beijos, colegas sem roupa, e ela me fala que é feio mas ela não consegue parar de pensar...
Não sei como agir, falo pra ela tentar distrair a cebecinha que esses pensamentos vão embora, mas ela fala que não consegue e não sei como ajudá-la, mas estou sentindo que essas coisas e esses pensamentos a estão deixando depressiva.
Por favor, me oriente. Obrigada
Cara Ana,
Ter curiosidade sexual nessa idade é normal. Fale com ela naturalmente respondendo as perguntas sem dizer que é feio, mas diga que são questões normais que surgem com a curiosidade sobre sexo e que pode sempre falar consigo quando tiver alguma dúvida. O que ela precisa é satisfazer essa curiosidade sem sentir-se culpada.
As respostas devem ser simples e claras, não havendo necessidade de responder além do que lhe for perguntado. Dar respostas insuficientes faz com que a criança pergunte mais e mais . Dar respostas extensas demais não é indicado, é preciso buscar respostas de acordo com o que a criança for solicitando.
Poderia comprar um livro para a ajudar a falar de sexo com ela.
O Papel da Qualidade da Relação e da Resposta do Parceiro na Dor Sexual Feminina
Encontra-se neste momento a decorrer um estudo online intitulado "O Papel da Qualidade da Relação e da Resposta do Parceiro na Dor Sexual Feminina ", integrado no Projeto de Mestrado em Psicologia Clínica e da Saúde da Mestranda Lisete Ferreira. Inserido no SexLab (Centro de Investigação em Sexualidade Humana), da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto, este é um estudo que se encontra sob a orientação do Prof. Dr. Pedro Nobre e da Prof. Dra. Cátia Oliveira.
O presente estudo tem como principal objetivo avaliar as dimensões relacional e sexual na vivência da dor sexual feminina, em casais heterossexuais. Para este fim, solicitamos a participação de casais dos 18 aos 75 anos de idade, em que a mulher apresente um quadro de dor sexual.
Para participar basta seleccionar o respectivo link:
Olá, boa tarde. Gostaria que, enquanto especialista na área de educação para adolescentes nos ajude, por favor.
Meu filho, um adolescente de 16 anos, se envolveu em uma situação que jamais esperávamos. Aproximadamente há 1 mês, na aula de educação física, um colega dele, muito conhecido por nós, pediu insistentemente que ele pegasse o aparelho celular de outra colega. Meu filho então se apossou do aparelho. Após a colega constatar a falta do celular levou o caso à diretoria. Depois que os diretores pressionaram alguns alunos, meu filho, chamou um deles e confessou o ocorrido, devolvendo o aparelho, dizendo-se muito arrependido. Conforme relato do diretor, meu filho seria o último suspeito, pois sempre viu nele um adolescente estruturado.
Para piorar a situação, havia no celular da colega de sala um vídeo erótico, e meu filho o repassou para frente, para vários amigos, inclusive criando uma conta para isto. Estamos arrasados, eu e meu esposo, pois nosso filho sempre foi uma ótima pessoa, apesar de alguns desentendimentos normais desta fase. Confiscamos o aparelho celular dele e retiramos todo seu acesso às redes sociais, até mesmo acesso ao e-mail. Não sabemos o que fazer. Ele (filho) não soube dizer exatamente o que o levou a fazer isto. Por favor, nos oriente o que mais devemos fazer. O que será que o levou a agir desta forma?
Desde já agradecemos pela atenção.
Cara mãe,
Os adolescentes estão na idade de fazerem as suas próprias experiências para conquistar a sua própria autonomia. Não se inquiete. O importante é que seu filho confessou e se arrependeu. O que aconteceu, foi um comportamento de grupo, movido pelo prazer de burlar uma regra ou por representar uma demonstração de poder sobre a autoridade (professores, pais, diretores).
Nesse caso, a melhor atitude a ser tomada é os pais e professores agirem de maneira clara, mostrando ao adolescente as consequências de seus atos, para que ele aprenda a forma adequada de agir.
Também é neste período que se dá um aumento do interesse sexual e o vídeo erótico corrobora essa curiosidade.
De qualquer maneira é essencial na educação do adolescente o estabelecimento de normas e limites, pois essas obrigações lhes transmitem segurança. A melhor maneira de criar um adulto desorientado e inseguro é fazê-lo crescer num ambiente familiar caótico, em que tudo é imprevisível e não se sabe direito o que é certo e o que é errado.
Bons pais criam um ambiente familiar que favorece o equilíbrio emocional e os elementos associados a ele como a honestidade, empatia e a autoconfiança e a gentileza e a alegria de viver. A combinação disso tudo produz pessoas com curiosidade intelectual, motivação para aprender, se desenvolver e vontade de produzir e se socializar de forma sadia, longe das drogas e do álcool.
Penso que não precisa ser muito dura nos castigos. É sempre bom lembrar que o objetivo, tanto dos pais quanto da escola, deve ser educativo, visando o bem-estar do adolescente e não à pura e simples punição do ato.
De qualquer maneira penso que essa experiência irá deixá-lo mais maduro e mais responsável, ainda mais que sempre foi uma ótima pessoa.
Se mesmo assim algum evento desse tipo voltar a se repetir, será preciso um acompanhamento psicológico, tanto para ajudar o seu filho, como também os pais a lidarem melhor com a situação.
Gostaria que me desse a sua opinião relativamente a uma situação com a qual me enfrentei há duas semanas e que mexeu comigo.
Sou uma pessoa bastante ansiosa e tenho 25 anos. Curiosamente, trabalho na área da Saúde e adoro o que faço. Sou Enfermeira e há cerca de duas semanas, uma colega de trabalho, auxiliar, pediu-me que lhe dispensasse medicação para dormir (prescrita pelo seu médico). Dado que era uma sexta-feira, dispensei-lhe a medicação para o fim-de-semana, com a bela intenção de a ajudar. Fui fazer o meu trabalho e quando chego à minha sala, a minha colega tinha deixado o seu número de telefone escrito num papelinho. Achei estranho, mas nem liguei. O fim-de-semana passou. Chegámos a segunda-feira, estava ao serviço, quando recebo uma chamada da mesma auxiliar, querendo falar comigo. Como eu estava ocupada, ela deixou de novo o seu número para que eu a contactasse. Pensando que ela necessitava de ajuda para algo, liguei-lhe mais tarde. Para meu espanto, sou confrontada com a seguinte pergunta: "Estás interessada em mim e andas a tentar seduzir-me?". Devolvo a resposta: "Não, mas porque perguntas isso?". E ela responde-me dizendo que eu havia sido muito simpática, que quando a cumprimentei quase a beijei na boca e que lhe toquei no braço, tendo ela interpretado aqueles gestos, como sinais "sexuais". Expliquei-lhe que era uma impressão, que não tive essa atitude, uma vez que nunca tive qualquer interesse por mulheres, e que inclusive tinha um namorado de quem gostava muito. Aproveitei para esclarecer que, habitualmente, quando posso ajudar, faço-o com toda a prestabilidade e simpatia.
No dia seguinte, terça-feira, recebo uma mensagem da senhora no meu telemóvel, a dizer que se porventura estivesse interessada, que ela estaria a fim de tentar algo. Novamente, respondi dizendo que não estava minimamente interessada nas suas propostas e que parasse de me procurar. Recebo de volta uma chamada telefónica, mas desta vez pedindo-me desculpas, a dizer que tinha confundido as coisas e que não queria que reagisse com ela de forma diferente. Fiquei tão irritada e ansiosa com a persistência dela, que falei-lhe de uma forma menos agradável e corri a contar a história à minha chefe, para que não a pusesse mais a trabalhar comigo.
Pensando que o assunto teria ficado enterrado por aqui, aquela situação incomodou-me de tal forma, fiquei tão chocada, que fiquei a pensar e a cismar durante este tempo todo, chegando mesmo a colocar-me em questão se realmente, demonstrei algo (mesmo que inconscientemente) ou se teria algum interesse por mulheres. Neste momento já estou mais tranquila, mas andei este tempo todo a "observar" mulheres, para ver se me despertava alguma sensação. Acha normal ter ficado tão chocada com este pequeno "assédio"? Pensava que poderia encarar as coisas de uma forma mais natural... Parece que moralmente, não encaro bem este tipo de situações e não percebi o porquê de ter tido este pensamento de "será que tenho algum interesse em mulheres?", quando no fundo foi a senhora que interpretou as coisas à sua maneira.
Obrigada,
A.
Cara A.,
O assédio funciona como uso do constrangimento do outro em uma disputa pessoal.
Dentro das empresas, esse recurso pode ser usado para a obtenção de prémios de trabalho ou na conquista de um cargo.
Certamente o que aconteceu consigo a deixou constrangida, chocada e humilhada, por não estar preparada para um assédio homossexual, por não estar à espera da reação dela e por ter agido inocentemente sem nenhuma pretensão de sedução.
A dúvida se estaria interessada em mulheres, pode ter surgido pela sua própria inocência e talvez pela sua pouca experiência sexual.
Mas não se deixe abater com os pensamentos, refletir nunca fez mal a ninguém e ajuda a perceber melhor a vida e o mundo.
Viva a sua sexualidade com naturalidade e abra a sua mente para as vicissitudes normais da vida.