Espaço de transformação com a finalidade de orientar, ajudar, esclarecer dúvidas e inquietações. Encontre equilíbrio, use sua criatividade e deixe fluir sua energia.
Mariagrazia Marini Luwisch
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Mariagrazia Marini Luwisch
Boa tarde, Tenho 31 anos. Estou há cerca de um ano a viver uma relação que se revelou de 'ciúme obsessivo'; foi algo que pouco a pouco se foi revelando cada vez mais intensamente, deteriorando e destruindo. A minha liberdade foi afunilada, a privacidade e autoestima desaparecendo. Com tudo o que implica os ciúmes não normais, tornou-se uma situação insustentável e negativa; tendo o meu parceiro, por fim, reconhecido que este seu problema i uma realidade, já existente há alguns anos. Ambos estamos na faixa etária dos 35, segundo ele este seu problema persiste já desde os seus 20 anos e i algo que ele acredita ser já irreversível, dado a idade. Sugeri que iniciasse terapia ou até de casais e que com vontade poderia superar um problema que o impede de viver um relacionamento estável e feliz (algo que ele ambiciona, mas que sabota por esse motivo). Inicialmente aceitou a hipótese e, admitiu inclusive, já ter iniciado há alguns anos atrás mas abandonado após poucas sessões.
Pouco depois a conversa do irreversível voltou, convicto de que i um problema impossível de resolver apenas com simples terapia e que por isso não vale a pena tentar. A minha pergunta é se será mesmo irreversível ou se devido ao possível quadro clínico seja uma forma de negação e auto sabotagem. Em casos de ser um verdadeiro transtorno é necessário medicação?
Cara Leitora,
As causas do ciúme patológico variam de pessoa a pessoa, embora de base, geralmente, há uma grande insegurança, baixa autoestima e falta de autoconfiança. A pessoa não acredita que é digna de amor, portanto, qualquer detalhe, um olhar ou um atraso, é suficiente para inflamar o ciúme.
Em muitos casos, essa insegurança pode está relacionada à infância, geralmente devido a pais que estavam emocionalmente ausentes e que não atendiam às necessidades de proteção e afeto da criança. Em outros casos, a insegurança pode ser causada por uma experiência traumática ou humilhação experimentada em um relacionamento anterior.
Também há casos em que, por trás do ciúme patológico, há certas características de personalidade, como a necessidade de ter controlo e a tendência de exagerar a realidade.
São pessoas com uma grande capacidade de fazer uma tempestade em um copo de água. Elas também tendem a ter poucas habilidades sociais, então acham que se o seu parceiro os deixar, eles não poderão ser felizes ou encontrar outra pessoa que os ame. Na verdade, o ciúme de um casal geralmente esconde uma dependência emocional.
Na base do ciúme doentio também podem estar crenças, como pensar que o relacionamento é uma possessão e, portanto, só pode demonstrar amor por ele. Em outros casos, o ciúme esconde uma preocupação obsessiva com a imagem social. A pessoa acredita que, se o parceiro o trai, ele será motivo de chacota. Para evitar essa situação, desenvolve uma atitude de controlo.
É essencial procurar ajuda profissional, não apenas para salvar o relacionamento, mas para superar definitivamente a desordem. Mesmo que no futuro um novo relacionamento comece, o problema ainda estará lá.
Quem sofre desse tipo de problema, pode não querer procurar ajuda psicológica, por não ter a percepção de que suas crenças e comportamentos sejam irracionais.
Desde que o meu segundo filho nasceu (há 2 anos e 9 meses) as coisas têm piorado. Perdemos intimidade. Desde agosto 2016 que não temos qualquer contacto sexual. Já tentamos terapia de casal mas de nada resultou. A minha mulher simplesmente não quer ter trabalho para salvar a relação. Sei que deixei de ser um desafio para a minha esposa e por isso deixei de ter “piada”.
Será que me pode ajudar? É possível salvar o casamento sozinho?
Obrigado.
Cumprimentos.
Caro Leitor,
O casamento exige muita paciência e dedicação, além de uma comunicação contínua. A maneira de resolver é através do diálogo. Fale com ela para tentarem se entender.
É preciso sempre ter em vista esses 4 pontos:
Respeito
Reconhecimento
Responsabilidade
Recreatividade
Também vale manter o romantismo no casamento. Programem passar um fim de- emana em algum lugar simpático sem os filhos. Combinem jantar no restaurante 1 vez por semana ou a cada 15 dias, etc. etc.
A intimidade é importante na relação do casal. Quanto mais distantes mais difícil retomar a intimidade. Use a sua inteligência sexual. Procure cortejá-la, namorar, enfim use o seu poder de sedução.
É preciso ter consciência que mimos, carinhos e presentes podem fazer parte do dia a dia do casal. Elogie, elogios são uma ótima forma para agradar.
Também é importante investir no seu autoconhecimento. Quanto mais nos conhecemos e nos amamos melhor serão relações com os outros. É importante abrir-se para práticas que despertem vontade de intimidade. Converse com sua parceira sobre o que gosta e o que não gosta, muita coisa pode ser melhorada com uma comunicação clara e eficiente.
Se entretanto não conseguir sozinho, uma terapia pessoal ou de casal, será de grande ajuda.
Meu nome é Sandra, eu preciso de uma ajuda. Eu vejo minha psicóloga como uma sabe-tudo, poderosa, entrou em minha vida em um lugar irreal, eu a vejo como um fã vê um ídolo. E isso infelizmente está deixando-me envergonhada, não consigo fazer a sessão olhando nos olhos dela, sempre fico de cabeça baixa, imaginando o que ela está pensando de mim, fico trémula, ansiosa, suando frio no dia da terapia. Contei para ela, e ela me falou que isso é uma fantasia, e só eu posso lidar com essa fantasia, só que não sei o que fazer, fiquei decepcionada achando que ela iria me ajudar a diminuir ou combater esse sentimento que foi formando-se ao longo das sessões. O que posso fazer?
Obrigada desde já!!
Cara Sandra,
É importante reconhecer que o conhecimento do terapeuta é uma força positiva para a mudança e reconhecer que a participação do terapeuta no processo terapêutico oferece uma colaboração e enriquece a experiência.
Também é preciso aceitar e reconhecer que é impossível que o terapeuta trabalhe sem acrescentar um ponto de vista pessoal.
Ainda é preciso lembrar que paciente e terapeuta se encontram periodicamente em uma relação de intimidade que implica um pagamento. Mesmo sendo uma relação pessoal, inclui muitos aspectos pessoais que estão mediados por um contrato que estabelece condições e limites. Portanto paciente e terapeuta são responsáveis por criar uma zona de conforto pessoal dentro da relação pessoal como condição para a mútua evolução.
Se essa realidade permanecer invisível, haverá uma inevitável distorção entre terapeuta e paciente.
Trabalhe essa situação com a sua terapeuta, para que possa confiar e abrir-se com ela de maneira segura e autêntica.